Em viagem a Paris, o ministro Sergio Moro tentou explicar a
contradição do seu discurso sobre caixa 2, que ele dizia quando juiz ser
"pior que a corrupção", e agora atenua a gravidade do crime; segundo
Moro, a imprensa distorceu a sua fala; "O que disse naquela época é
que a corrupção, quando o dinheiro da propina é dirigido a financiamento ilegal
de eleições, é pior do que no caso de enriquecimento ilícito", disse
247 - Com a sua
moral em baixa após minimizar o crime de caixa dois, que ele mesmo dizia
quando juiz ser "pior que a corrupção", o ministro da Justiça Sergio
Moro tentou explicar a contradição e acusou a imprensa - sua principal aliada
na ascensão ao mundo político - pelo que classificou como
"distorção".
Segundo
o ministro, suas declarações sobre o tema quando era juiz trataram de
"crimes de corrupção que, às vezes, envolviam dinheiro indo ao agente
público para enriquecer ilicitamente, e, outras vezes, o crime de corrupção
gerava dinheiro para o financiamento ilegal de eleições".
"O
que disse naquela época é que a corrupção, quando o dinheiro da propina é
dirigido a financiamento ilegal de eleições, é pior do que no caso de
enriquecimento ilícito", disse.
No
passado recente, há pouco menos de dois anos, o então juiz Moro disse que
considerava a corrupção para gerar caixa dois em campanhas eleitorais pior que
o enriquecimento ilícito de agentes públicos e também um crime contra a
democracia.
Agora
ministro de Bolsonaro, em viagem a Paris para a reunião do Grupo de Ação
Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi),
Moro minimizou a sua fala e disse que os críticos do fatiamento de seu
"pacote anticrime", apresentado na terça-feira ao Congresso, não
entenderam a sua proposta ao separar o projeto de criminalização do caixa dois
para atender a pedidos de setores da classe política que apoia o governo.
"Há
uma mal interpretação da imprensa. O caixa dois não é corrupção, é outro crime.
Na corrupção sempre há uma contrapartida. Você recebe uma vantagem em dinheiro
em troca de uma contrapartida ilegal por parte do agente público. O caixa dois
é você receber o dinheiro, utilizar recursos não contabilizados, para fins de
eleições. Sempre falei que ambos eram graves, não há nenhuma dúvida quanto a
isso. E o governo, diferentemente do que fez qualquer outro, apresentou uma
proposta legislativa para criminalização, e vai trabalhar para a aprovação
dela", disse.
Superjuiz
Ao ser
questionado sobre o laranjal do PSL no financiamento de campanha, que envolvem
o ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno e também o ministro do
Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, Moro deu outra declaração inusitada. Disse que
o papel do Ministério da Justiça "não é o de trabalhar em casos concretos,
como um supertira ou um superjuiz" e sim dar estrutura para os órgãos de
controle e de investigação fazerem o seu trabalho.
Ao
criticar a sua parcialidade nos processos contra Lula, Moro era chamado de
"superjuiz" da República de Curitiba.
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