Jacovós: "O deputado não pode guardar ou usar (documentos) como forma de pressionar ninguém" (Foto: Dálie Felberg/Alep) |
Deputado de
primeiro mandato, o delegado Jacovós (PR) cobrou hoje da tribuna da Assembleia
Legislativa, explicações do deputado veterano Plauto Miró Guimarães (DEM), que
na véspera afirmou em discurso, ter feito cópia de todos os documentos que
tramitaram pela Casa durante os oito anos em que ele foi primeiro-secretário do
parlamento estadual. Jacovós afirmou que as afirmações foram interpretadas pela
imprensa como uma ameaça velada aos colegas, e que Plauto não pode guardar
documentos que deveriam ser públicos “como forma de pressionar ninguém”.
Na
terça-feira, Plauto – que perdeu o cargo de primeiro-secretário da Assembleia
depois de oito anos – fez um discurso mandando um recado para os colegas sobre
o período em que permaneceu no posto, responsável pela administração da Casa.
“Vi muita coisa, escutei muita coisa. Tomei o cuidado, nesses oito anos de
tirar cópia de todos os documentos que tramitaram na Assembleia Legislativa.
Tenho em um pen drive. Tenho fora da Assembleia todas as informações destes
oito anos, até mesmo por precaução”, avisou. “A gente sabe que dentro do poder
público muitas vezes os papéis somem, desaparecem. Muitas vezes quando você precisa
se defender, nem sempre de acusações de irregularidades, mas uma série de
questões que possam acontecer, você precisa ter documentos que na administração
ela pode ter sumido”, alegou ele. Na ocasião, Plauto também disse ter ter
recebido muitos pedidos de deputados, e que conhece cada os mais “gulosos”, que
pediam muito.
“Todos
aqui sabem o que significa a palavra gulosos. Mas quero interpretar que quando
o deputado fala de deputados gulosos certamente falava dos que têm mais
apetite. Não quero crer que o deputado Plauto esteja falando que aqui na Casa
tiveram deputados gulosos para outras questões não republicanas”, reagiu o
delegado Jacovós hoje.
O
parlamentar também questionou a frase em que Plauto disse ter visto e ouvido
muita coisa na Assembleia enquanto foi primeiro-secretário. “O deputado não
esclareceu se essas coisas eram lícitas ou ilícitas”, afirmou Jacovós, dizendo
que assim como a imprensa, interpretou a fala de Plauto como uma ameaça aos
colegas. “Se essas anotações são públicas, lícitas, elas devem estar
disponíveis aqui na Assembleia. Se leva para casa, se guarda em pen drive,
alguma coisa esquisita tem”, apontou. “Se forem ilícitas, testemunhadas pelo
nobre parlamentar, o deputado não pode guardar ou usar como forma de pressionar
ninguém. Considerando que se tomou conhecimento de algum ato ilícito, algum
crime ou ato de improbidade, como agente público tinha obrigação de denunciar
na época, ou agora”, cobrou Jacovós. Informações do Bem Paraná
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