A reunião aconteceu em Bogotá, capital da Colômbia;
Estados Unidos prometeram novas sanções contra o governo de Maduro
Embora os EUA não façam parte do Grupo, o vice-presidente Mike Pence participou da sessão / Foto: Diana Sanchez/AFP |
Representantes
diplomáticos do Brasil e do Peru, países que fazem parte do Grupo de Lima, afirmaram nesta segunda-feira (25)
que descartam uma intervenção militar na Venezuela. O encontro ocorreu em
Bogotá, capital da Colômbia. A declaração oficial do bloco ainda não foi
divulgada.
“O uso
da força é inaceitável. Aqui no Grupo de Lima lutamos para que a solução se dê
de forma pacífica. O grupo não quer uma posição intransigente, quer uma solução
pacífica para a Venezuela”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores do
Peru, Hugo de Zela.
Cumprindo
seu primeiro compromisso internacional, o vice-presidente do Brasil, general
Hamilton Mourão, criticou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mas
defendeu uma resolução “sem medidas extremas”.
“O
Brasil acredita firmemente que é possível a Venezuela regressar ao convívio
democrático sem medidas extremas que o caracterizem como invasor ou agressor”,
afirmou Mourão.
Cerco mais poderoso
A
Colômbia, que no último final de semana protagonizou uma ação de suposta ajuda
humanitária ao país vizinho, defendeu um tom mais duro.
O chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, criticou o presidente da
Venezuela, mas também não falou diretamente sobre a possibilidade de uma
intervenção militar. "Devemos fazer tudo que esteja ao nosso alcance para
acabar com a ditadura de Maduro”, afirmou.
Na
ocasião, o representante também fez um convite para que “mais e mais
membros da comunidade internacional” se unam contra o atual governo da
Venezuela.
O
presidente da Colômbia, Iván Duque, também pediu um endurecimento “mais
poderoso e efetivo” contra Caracas. Segundo ele, a “reunião tem que servir para
que o cerco seja mais poderoso, mais efetivo e permita construir rapidamente
essa transição que o povo da Venezuela reclama”.
Novas sanções dos Estados
Unidos
Embora
os Estados Unidos não façam parte do Grupo de Lima, o vice-presidente do país,
Mike Pence, participou da reunião e prometeu novas sanções contra a Venezuela.
“Por
instruções do presidente Donald Trump, a partir de hoje os Estados Unidos
vão impor sanções adicionais à funcionários”, disse, sem dar mais
informações.
A ida
de um dos representantes do governo estadunidense à Colômbia para
participar do encontro evidencia o alinhamento entre o bloco e o país
norte-americano, que tampouco é uma novidade. Na reunião anterior, que
ocorreu no dia 4 de fevereiro, Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA,
representou o país por meio de uma teleconferência.
Mais
cedo, também nesta segunda (25), Pompeo havia afirmado que Washington tem
pretensão de impor novas restrições à Venezuela. “Haverá uma reunião do Grupo
de Lima nesta segunda, onde outras ações serão contempladas. Há mais sanções a
serem adotadas”, disse.
Criado
em 2017 por iniciativa do governo peruano sob a justificativa de “denunciar a
ruptura da ordem democrática na Venezuela”, o Grupo de Lima é formado por
Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana,
Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
O
México, um de seus 14 membros, não participou da reunião. O governo do país, do
presidente López Obrador, foi um dos mediadores do diálogo da comunidade
internacional sobre a Venezuela, que aconteceu no Uruguai no último dia 7 e têm
mantido uma posição de neutralidade em relação ao conflito. Em ocasiões
anteriores, o país se posicionou contra as declarações do Grupo de Lima e
defendeu a não intervenção.
Fonte:
Brasil de Fato
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