Assim como nos anos que antecederam o golpe militar de 1964,
a família Marinho começa a defender uma nova intervenção fardada no país; em
editorial publicado no jornal O Globo nesta terça-feira, praticamente pede por
uma junta militar para tutelar Bolsonaro, caso ele ponha em risco o projeto das
elites do país: "A expectativa é que Jair Bolsonaro, a partir da
experiência desastrosa de permitir a invasão de seu espaço de poder por filhos,
aprenda, também com a ajuda do núcleo militar do governo, a assumir e gerenciar
sua condição de presidente da República"
247 - Assim como nos anos que antecederam o golpe militar de
1964, a família Marinho começa a defender uma nova intervenção fardada no país.
Em editorial publicado no jornal O Globo nesta terça-feira (19), praticamente
pede por uma junta militar para tutelar Bolsonaro, caso ele ponha em risco o
projeto das elites do país: "A expectativa é que Jair Bolsonaro, a partir
da experiência desastrosa de permitir a invasão de seu espaço de poder por
filhos, aprenda, também com a ajuda do núcleo militar do governo, a assumir e
gerenciar sua condição de presidente da República".
Em todo o texto
critica-se acidamente o clã Bolsonaro por disseminar "insegurança nos
escalões elevados da administração" e colocar "sob risco a
confiabilidade de entendimentos políticos feitos pelo governo". Em outras
palavras, os Marinho estão preocupados com o destino das reformas ultraliberais
e desnacionalizantes que defendem há décadas.
A
crítica é quase demolidora ao clã. Os dois primeiros parágrafos do editorial
são eloquentes:
"A
demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, sob
pressão de Carlos, ou “02”, filho do presidente Jair Bolsonaro, envenena o
início do governo do pai com incertezas. E pior, dissemina insegurança nos
escalões elevados da administração, colocando sob risco a confiabilidade de
entendimentos políticos feitos pelo governo. Por exemplo, em torno da reforma
da Previdência.
Criou-se
o precedente de que intrigas florentinas semeadas na família presidencial podem
traçar o destino de autoridades. É catastrófico para qualquer administração,
pública ou privada, quando fatores externos, ainda mais devidos à
consanguinidade, interferem no trabalho. Poucos exemplos são tão
antirrepublicanos como a atuação de '02' neste caso. Que sequer chegou a surpreender,
dadas as demonstrações de agressividade e arroubos, não só dele, exibidas em
redes sociais durante a campanha."
Toda a
lógica do texto conduz à quase convocação por uma intervenção militar, no
último parágrafo, quando se pede que Bolsonaro "com a ajuda do núcleo
militar do governo", possa "assumir e gerenciar sua condição de
presidente da República". Os Marinho não escrevem, mas a ideia está clara:
que o capitão Bolsonaro passe a ser um fiel cumpridor das ordens dos generais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário