Em meio ao caldeirão de desejos e ambições dos quase 10 mil estudantes
presentes, ex-presidenta da UNE vê a entidade cada vez mais fortalecida
Carina vê a Bienal da UNE como um ponto de partida dos movimentos sociais na luta contra o governo Bolsonaro |
Salvador – Apesar
de ocorrer num momento difícil para a população, a 11ª Bienal da UNE (União
Nacional dos Estudantes) é uma maneira de os jovens encontrarem confiança para
seguir na luta, avalia a ex-presidenta da entidade, Carina Vitral. "Fico
orgulhosa que o movimento mantenha acesa a chama de esperança da juventude em
meio ao governo Bolsonaro", afirmou, com entusiasmo, à RBA.
Carina também é ex-presidenta da União da
Juventude Socialista (UJS) e, atualmente, é suplente da deputada estadual Leci
Brandão (PCdoB-SP). Em meio ao "caldeirão de desejos e ambições" dos
quase 10 mil estudantes presentes ao evento, ela vê a UNE cada vez mais
fortalecida.
"O governo Bolsonaro mostra a
necessidade de unificarmos a discussão do futuro da cultura e da educação no
Brasil. A bienal é um dos principais instrumentos sociais para construir uma
nova sociedade. Essa multidão jovem sairá daqui mais organizada e unificada
para os combates futuros contra os retrocessos do Bolsonaro", diz Carina.
Para além do movimento estudantil,
a ex-presidenta da UNE também vê o evento como um ponto de partida de todos os
movimentos sociais para os futuros enfrentamentos contra o retrocesso. "É
aqui onde a juventude brasileira, mulheres, negros e todos que resistiram
contra a eleição do Bolsonaro se organizam para lutar contra a política que
quer tornar a educação menos livre, tornando-a um instrumental ideológico dos
fascistas e da direita conservadora."
Ela também fez comparações do governo
Bolsonaro com o ex-presidente Michel Temer. Na avaliação da líder estudantil,
os avanços conquistados pela UNE, como o Prouni, o Enem e as cotas nas
universidades federais, estão em risco.
"Tudo está em mãos caóticas. O novo
governo só começou, mas já dá pra ver o seu objetivo. Bolsonaro junta a
política ultraliberal do Temer, que quer sufocar a universidade pública, com o
projeto conservador de sociedade. Isso é uma política de apropriação do Estado,
em benefício dos seus privilégios e interesses econômicos, mas não deixaremos
isso acontecer."
Fonte: RBA
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