"Deseja sucesso em sua caminhada", disse o
porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, em anúncio nesta
segunda-feira 18, após dias de 'fritura' de Gustavo Bebianno, numa crise que
envolveu também o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente; "O
motivo da exoneração é uma decisão de foro íntimo do nosso presidente",
disse ainda Rêgo Barros, que alegou o mesmo motivo para a demora na exoneração
e também para a manutenção do ministro do Turismo, mais um alvo de denúncias no
caso dos laranjas do PSL
247 - Após dias de crise
e troca de farpas no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta
segunda-feira 18 o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo
Bebianno. É o primeiro ministro a cair em decorrência do escândalo das
candidaturas laranjas de seu partido, o PSL, que durante as eleições foi
presidido por Bebianno.
"O
excelentíssimo senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro decidiu
exonerar nesta data, do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da
República, o senhor Gustavo Bebianno Rocha. O senhor presidente da República
agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso em sua nova
caminhada", declarou o porta-voz.
"O
motivo da exoneração é uma decisão de foro íntimo do nosso presidente",
disse ainda Rêgo Barros. A mesma explicação foi dada para a demora na
exoneração e para a manutenção do ministro do Turismo, mais um alvo de
denúncias no caso dos laranjas do PSL.
O pivô
da crise, provavelmente devidamente orientado pelo presidente, foi o filho
Carlos Bolsonaro, que chamou o agora ex-ministro de "mentiroso" nas
redes sociais e levou o exército digital pró-Bolsonaro a defender o clã e a
"fritar" publicamente o integrante do governo.
Neste
fim de semana, diversas declarações foram atribuídas a Bebianno, como a de que
ele estaria arrependido de ter viabilizado a vitória de
Bolsonaro, além de ameaças como a de que o Brasil iria "tremer" se a
exoneração se confirmasse e de que tinha "documentos e papéis" que
podem comprometer o presidente. Teria disparado ainda diversas críticas a
Bolsonaro, chamando-o até de louco. Depois, Bebianno negou.
O
núcleo militar do governo fez forte pressão pela demissão. O vice, general
Hamilton Mourão, disse em entrevista que desta segunda-feira a demissão não passaria.
Os militares defendiam que, no lugar de Bebianno, fosse nomeado o general da
reserva Floriano Peixoto, o que foi atendido, conforme anúncio do porta-voz.
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