Eleição presidencial foi realizada em 20 de maio de
2018 e Maduro venceu com 68% dos votos
Cerimônia será dividida em três atos; clima em Caracas é de normalidade / AVN |
O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, que foi reeleito em 20 de maio de 2018, com 68% dos votos,
tomará posse nessa quinta-feira (10). A cerimônia será dividida em três
eventos. O ato principal é o juramento à Constituição que será feito
no Supremo Tribunal de Justiça.
Depois,
o presidente fará uma atividade na Academia Militar da Venezuela, no
Forte Tiuna, onde receberá o reconhecimento do comandante e chefe da Força
Armada Nacional Bolivariana. Nas duas atividades haverá participação da
população venezuelana. Do lado de fora do Tribunal, foram armadas arquibancadas
e telões.
Na
sexta-feira (11), o presidente realizará um juramento na Assembleia
Nacional Constituinte, órgão que convocou as eleições presidenciais. Nessa
ocasião, o presidente vai prestar contas do último ano do mandato anterior e
irá apresentar seu plano de governo para o período 2015-2019 e anunciar as
novas medidas econômicas.
O clima
em Caracas, capital do país, é de normalidade. A oposição venezuelana não
convocou nenhum ato de protesto, apesar das reiteradas críticas ao governo de
Nicolás Maduro. Os únicos pontos incomuns foram a chegada das delegações
internacionais, que lotaram os hotéis nos últimos dois dias, e o forte esquema
de segurança na cidade. Os protocolos para acessar os órgãos do governo,
especialmente no caso do Palácio Presidencial de Miraflores, também
se tornaram mais rigorosos.
Retrospectiva eleitoral
A
Constituição venezuelana estabelece que a cada seis anos deve ser realizada a
eleição presidencial, mas sem definir o mês. Tradicionalmente, o pleito ocorre
no final do ano, entre outubro e dezembro. No entanto, diante de uma situação
de crise entre o governo e a oposição composta por partidos de direita, a
Assembleia Nacional Constituinte, eleita em julho de 2017, decidiu convocar as
eleições para o mês de maio de 2018. Adiantar o processo foi uma saída política
para decidir nas urnas as disputas do país.
Uma
parte da oposição, conformada pelos três maiores partidos direitistas – Ação
Democrática, Primeiro Justiça e Vontade Popular –, decidiu não participar da
eleição, alegando que não havia garantias de que o processo seria justo e
democrático.
Por
outro lado, o partido Avançada Progressista, que representa a quarta força
política no campo opositor, decidiu participar da disputa, afirmando que as
condições democráticas estavam dadas e que são as mesmas das eleições de
2015, em que a oposição ganhou a maioria das vagas da Assembleia Nacional.
Assim,
o partido inscreveu o candidato Henri Falcón, ex-governador do estado de Lara
e, hoje, o principal opositor do atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
do Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV).
Essa
foi a quarta eleição realizada em menos de um ano. As outras foram a da
Assembleia Nacional Constituinte, a eleição de governadores, em outubro de
2017, com ampla participação de todos os partidos políticos opositores. Foram
eleitos 23 governadores, sendo apenas 4 opositores. Em dezembro desse mesmo ano
foram realizadas eleições para os prefeitos dos 335 municípios venezuelanos.
Uma vez mais os partidos Ação Democrática, Primeiro Justiça e Vontade
Popular decidiram não participar oficialmente, mas muitos de seus
correligionários concorreram através de partidos menores. O partido
chavista PSUV venceu em 300 municípios e os opositores em 35.
Fonte: Brasil de Fato
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