O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, recebe
remuneração de R$ 1,6 milhão mensais -quase R$ 20 milhões por ano; os outros
cinco diretores da companhia recebem cerca de R$ 1 milhão por mês; eles
avaliaram que a vida de cada um dos soterrados pelo novo crime da companhia não
vale mais que R$ 100 mil no total - um pouco mais de 6% da remuneração
de Schvartsman; este é o valor da "doação" que a Vale anunciou à
família dos mortos em Brumadinho
247 - O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, chegou
à empresa em com a missão de recuperá-la depois do abalo sofrido com o crime de
Mariana, rompimento da barragem do Fundão, em 5 de novembro de 2015, que
havia deixado um saldo de 19 mortos e uma agressão sem precedentes ao meio
ambiente do país. Schvartsman chegou à empresa já como um milionário,
depois de presidir a Klabin, uma das maiores produtoras de papel do mundo. Na
Vale, tornou-se multimilionário. Recebe R$ 1,6 milhão mensais -quase R$ 20 milhões
por ano. Mas avaliou que a vida de cada um dos soterrados pelo novo crime da
companhia não vale mais que R$ 100 mil - um pouco mais de 6% de sua remuneração
mensal.
Toda a cúpula da
Vale é composta de milionários. A remuneração média anual dos diretores
empresa foi de R$ 12,4 milhões em 2017 -mais de R$ 1 milhão por mês (aqui). Uma conta simples indica que mesmo
que chegue a 300 o número de mortos pelo crime de Brumadinho, a
"doação" da Vale, conforme o termo usado por Luciano Sani,
diretor da empresa em coletiva à imprensa, será inferior a seis
meses de remuneração da cúpula da companhia. O valor total dos proventos
de Schvartsman e seus cinco diretores (veja aqui no site da Vale) é superior a R$
5,5 milhões -mensais. Se forem, ao final, 300 os mortos, a doação da Vale será
de R$ 30 milhões.
Apesar
de privada, controlada por bancos e grandes investidores, a Vale é uma
companhia de capital aberto, e deveria divulgar o salário de seus executivos.
Mas sempre recusou-se a fazê-lo. Os números são conhecidos porque em junho de
2018, o com base em decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª
Região, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a divulgação
dos valores das remunerações da Vale e de dezenas de empresas que
sonegavam a informação ao público (leia aqui).
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