Gleisi diz que Brasil "só tem a perder com esta intervenção na Venezuela"[fotografoRovena Rosa /Agencia Brasil[/fotografo] |
Lideranças de
oposição ao governo Bolsonaro atacaram nesta quarta-feira (23), pelas redes
sociais, a decisão do Executivo de reconhecer o deputado Juan Guaidó, de 35
anos, como presidente interino da Venezuela. "Começamos hoje na América
Latina a caminhada dos conflitos que tanto repudiamos em outros
continentes", escreveu no Twitter a senadora e deputada eleita Gleisi
Hoffmann (PT-PR). No último dia 10, a presidente petista foi à Venezuela para a
posse de Nicolás Maduro, que assumiu o segundo mandato com duração até 2025.
Para Gleisi, "Líbia, Iraque, Síria
são lembranças atuais das decisões arrogantes dos Estados Unidos e seus
parceiros políticos. O Brasil só tem a perder com esta intervenção na
Venezuela". O coordenador Sem Teto Guilherme Boulos, candidato à
Presidência pelo PSOL nas últimas eleições, chamou a ação de Guaidó de
"golpe" e "a diplomacia brasileira se torna extensão do Departamento
de Estado dos EUA".
Além de reconhecer o parlamentar venezuelano no comando
interino do país, o Itamaraty informou que "apoiará política e
economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social
voltem à Venezuela". A nota também foi divulgada por Bolsonaro nas redes
sociais.
Pelo mundo
O primeiro chefe de Estado a reconhecer
Guaidó no cargo foi o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Até as 18h
desta quarta (23), pelo menos 10 países já haviam manifestado apoio ao
oposicionista de Maduro: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa
Rica, Estados Unidos, Equador, Paraguai e Peru.
O primeiro presidente a negar
reconhecimento a Guaidó foi Evo Morales, mandatário da Bolívia. "Nossa
solidariedade com o povo venezuelano e com o irmão Nicolás Maduro, nessas horas
decisivas em que as garras do imperialismo voltam a ferir mortalmente a
democracia e a autodeterminação dos povos da América do Sul. Nunca mais seremos
quintal dos Estados Unidos", publicou Morales no Twitter.
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