domingo, 20 de janeiro de 2019

Editorial da folha reclama do excesso de militares


Em editorial publicado neste domingo (20), a Folha de São Paulo lamenta que militares brasileiros que alcançaram o topo da carreira após longa e variada trajetória de serviços públicos tenham "atuado pouco nos ramos civis afins em gestões anteriores", porém, acredita que o governo Jair Bolsonaro (PSL), ao pôr-se a corrigir a subparticipação histórica de militares, incorre no risco oposto, "o de exagerar na dosagem"
247 - Em editorial publicado neste domingo (20), a Folha de São Paulo lamenta que militares brasileiros que alcançaram o topo da carreira após longa e variada trajetória de serviços públicos tenham "atuado pouco nos ramos civis afins em gestões anteriores", porém, acredita que o governo Jair Bolsonaro (PSL), ao pôr-se a corrigir a subparticipação histórica de militares, incorre no risco oposto, "o de exagerar na dosagem".
"Contam-se 21 áreas da administração com indicados oriundos do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Há militares em setores de pouca relação com a formação precípua dos profissionais da defesa nacional, como a educação, o Banco Central, a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e Itaipu. A concentração de nomeações numa corporação reduz a diversidade de conhecimentos e experiências necessária para tocar com eficiência a máquina federal. Não apenas os valores positivos, mas também as idiossincrasias da caserna influenciarão decisões civis", afirma o editorial.
O jornal teme que com o peso desproporcional na gestão, os militares possam angariar privilégios injustos na repartição dos custos sociais da reforma da Previdência, e que a percepção de que os quartéis se tornaram catapultas para cargos de destaque no governo, com o passar do tempo, "tende a solapar a barreira, vital na democracia, entre a política partidária, de um lado, e as Forças Armadas, do outro".


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