Em editorial publicado neste domingo (20), a Folha de São
Paulo lamenta que militares brasileiros que alcançaram o topo da carreira após
longa e variada trajetória de serviços públicos tenham "atuado pouco nos
ramos civis afins em gestões anteriores", porém, acredita que o governo
Jair Bolsonaro (PSL), ao pôr-se a corrigir a subparticipação histórica de
militares, incorre no risco oposto, "o de exagerar na dosagem"
247 - Em editorial
publicado neste domingo (20), a Folha de São Paulo lamenta
que militares brasileiros que alcançaram o topo da carreira após longa e
variada trajetória de serviços públicos tenham "atuado pouco nos
ramos civis afins em gestões anteriores", porém, acredita que o governo
Jair Bolsonaro (PSL), ao pôr-se a corrigir a subparticipação histórica de
militares, incorre no risco oposto, "o de exagerar na dosagem".
"Contam-se
21 áreas da administração com indicados oriundos do Exército, da Marinha ou da
Aeronáutica. Há militares em setores de pouca relação com a formação precípua
dos profissionais da defesa nacional, como a educação, o Banco Central, a
Petrobras, a Caixa Econômica Federal e Itaipu. A concentração de nomeações numa
corporação reduz a diversidade de conhecimentos e experiências necessária para
tocar com eficiência a máquina federal. Não apenas os valores positivos, mas
também as idiossincrasias da caserna influenciarão decisões civis", afirma
o editorial.
O
jornal teme que com o peso desproporcional na gestão, os militares possam
angariar privilégios injustos na repartição dos custos sociais da reforma da
Previdência, e que a percepção de que os quartéis se tornaram catapultas para
cargos de destaque no governo, com o passar do tempo, "tende a solapar a
barreira, vital na democracia, entre a política partidária, de um lado, e as
Forças Armadas, do outro".
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