(Foto: Theo Marques/Folhapress) |
O procurador da
República, Deltan Dallagnol, atribuiu o número de mortes ocorridas nas rodovias
do Anel de Integração, no Paraná, às obras não realizadas pelas concessionárias
de pedágios.
“A
corrupção no pedágio deixou um rastro de sangue e morte nas rodovias do
Paraná”, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (28). “Há
uma drástica redução no número de colisões frontais quando uma estrada é
duplicada. Se tivéssemos todas as rodovias federais duplicadas no Paraná,
poderíamos ter salvo 360 vidas nos últimos cinco anos, assumindo uma razoável
redução de 90% no número das colisões frontais no caso da duplicação”.
A
Força-Tarefa da Lava Jato e o Ministério Público de Ponta Grossa, Paranavaí e
Apucarana apresentaram denúncia contra o ex-governador Beto Richa
(PSDB), o ex-secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná e
irmão de Beto, Pepe Richa e mais 31 pessoas, acusadas de desviar R$ 8,4 bilhões
destinados a obras nas estradas.
Saiba
quais obras deixaram de ser entregues
Ainda
de acordo com os procuradores, o contrato inicial com as concessionárias de
pedágios previam obras que jamais foram entregues. As empresas haviam se
comprometido a duplicar 995,7 quilômetros de rodovias no estado, com as obras
concluídas integralmente até 2016. Hoje, as estradas tem 273,5 km de
duplicação, somente 27,4% do total previsto.
Também estava
prevista a construção de 136 interseções [cruzamentos] para entrega até 2017.
Ocorreu a construção de apenas 29 unidades, 21,3% do total. Para o mesmo ano,
existia em contrato a construção de 303,2 km de terceiras vias, apenas 59,3 km
foram finalizados.
Para
construção de contornos, a previsão era de 174,5 km, com previsão de término
para 2016 e apenas 43,2 km foram construídos. E entre os 15,2 km de marginais
previstos, para entrega em 2016, nenhum quilometro foi construído.
Mortes
nas estradas
Dados
da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que foram registradas 1714 mortes
nas rodovias do Anel de Integração, nos últimos cinco anos. Do total, 403 ocorreram
em colisões frontais em trechos de pista simples.
Segundo
a corporação, o número de mortes cai em trechos duplicados. Em um trecho
duplicado na BR-277 o número de óbitos caiu mais de 70%, de 14 antes das obras
– entre 2012 e 2013 – e 4 mortes depois da duplicação, entre 2017 e 2018.
Fonte:
Paranaportal
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