Número foi confirmado pelo Corpo de Bombeiros, além de quatro
pessoas feridas, após nova barragem da mineradora Vale romper, desta vez em
Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte; tragédia indica que será
ainda pior do que Mariana, em 2015; imagens aéreas já mostram mar de lama
tomando o local e estimativa é que pode atingir até 19 municípios
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- Após
o rompimento de uma barragem da mineradora Vale na Mina Feijão, em Brumadinho,
região metropolitana de Belo Horizonte, o Corpo de Bombeiros confirmou que há
quatro feridos e 200 desaparecidos, indicando que a tragédia será ainda pior do
que Mariana, em 2015.
Imagens
aéreas já mostram que há um mar de lama tomando o local, atingindo pessoas,
casas e veículos, como numa repetição do que houve há pouco mais de três anos.
A lama da barragem pode atingir até 19 municípios. A Vale confirmou que
havia funcionários seus na área atingida e que pode haver vítimas.
Leia mais
na reportagem da Agência Brasil:
Bombeiros
estimam cerca de 200 desaparecidos após barragem se romper
Por Léo
Rodrigues - O Corpo de Bombeiros informou nesta tarde (25) que aproximadamente
200 pessoas estão desaparecidas após o rompimento da Barragem da Mina Feijão,
em Brumadinho (MG). A estrutura, que pertence à Vale, liberou no meio ambiente
um volume ainda desconhecido de rejeitos de mineração.
O
Hospital João XXIII, instituição pública vinculada ao estado de Minas Gerais e
sediada em Belo Horizonte, acionou um plano de atendimento para múltiplas
vítimas de catástrofes. Até o momento, a instituição confirmou a chegada de
duas pacientes, de helicóptero.
Em nota,
o Corpo de Bombeiros informou que o Sistema de Comando de Operações (SCO) está
estruturado no Centro Social do Córrego do Feijão, em Brumadinho. "Vários
órgãos, principalmente de segurança pública, estão no local e em reunião neste
momento definindo as estratégias de atendimento", diz a nota.
Ao lado
do Centro Social do Córrego do Feijão, há um campo de futebol que está sendo
usado como área de avaliação e triagem das vítimas para atendimento médico,
além de estacionamento de viaturas. Também foi estruturado um posto para
arrecadação de alimento na Faculdade Asa de Brumadinho.
O Corpo
de Bombeiros informou que está atuando com 51 militares, e que contam ainda com
seis aeronaves.
O Corpo
de Bombeiro alerta os órgãos de imprensa, que estão utilizando drones, pois
estariam atrapalhando o sobrevoo das aeronaves da corporação. "As
aeronaves estão resgatando inúmeras pessoas ilhadas em diversos pontos a todo
momento".
Leia
mais no Brasil de Fato:
Onda
de lama da Vale deve atingir 19 municípios de MG, afirmam especialistas
Especialistas
alertam sobre medidas para evitar um dano ainda maior, após o rompimento da
barragem em Brumadinho (MG)
Leonardo
Fernandes
Embora a
quantidade de rejeito de mineração vazada da barragem localizada no município de Brumadinho,
região metropolitana de Belo Horizonte (MG), seja menor do que a despejada
sobre o Rio Doce em dezembro de 2015, os danos socioambientais serão grandes. O
alerta é feito pelo biólogo Renato Ramos.
“As informações são muito desencontradas no
momento. A gente vê informações de que são um milhão de metros cúbicos de
rejeito, outras de que pode chegar a até 13 milhões de metros cúbicos de
rejeito. É uma proporção muito menor do que aconteceu no desastre de Mariana,
mas também é um desastre severo”, alerta.
Ramos é responsável por um estudo, em parceria com
o geólogo Sófocles de Assis, e que aponta que 19 municípios mineiros devem ser
atingidos pela onda de lama. São eles: Betim, Brumadinho, Curvelo, Esmeraldas,
Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Igarapé, Juatuba, Maravilhas, Mário
Campos, Morada Nova de Minas, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi,
Pompéu, São Joaquim de Bicas e São José da Varginha. Segundo os pesquisadores,
é possível que a pluma chegue até a barragem de UHE Retiro Novo, próximo a Três
Marias.
Ao Brasil de
Fato, os especialistas afirmaram que já vinham trabalhando no estudo das
consequências do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, e por
isso puderam elaborar rapidamente um prospecto do impacto dessa nova
tragédia. Esses estudos poderiam, por exemplo, evitar que a lama chegue ao Rio
São Francisco, provocando um dano ainda maior.
“A
gente está pensando nesse momento que uma medida para conter o fluxo da lama é
fechar a barragem de Três Marias. Ali tem um reservatório muito grande e talvez
a quantidade de água que existe ali depure a lama, segura ela, que seria
depositada no leito do reservatório. Isso ajudaria a não impactar o restante do
Rio São Francisco”.
Estudos apontam que há mais de 400 barragens de
rejeitos no território mineiro, sendo que 50 apresentam
não tem garantia de estabilidade e apresentam riscos.
O
rompimento ocorreu no começo da tarde desta sexta-feira. O governo de Minas
Gerais afirmou que a Defesa Civil do Estado já enviou uma equipe para o local.
Anda não há estimativa sobre o número de pessoas atingidas.
Edição:
Luiz Felipe Albuquerque
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