quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Bolsonarismo treme: miliciano pode fazer acordo de delação premiada


O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, miliciano apontado como segundo na hierarquia do  Escritório do Crime, pode fazer acordo de delação premiada e entregar toda a organização criminosa da qual faz parte; o chefe da organização, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão Bope, foragido, é suspeito de ser o assassino de Marielle Franco e de Anderson Gomes; o ex-capitão é ligado intimamente ao clã Bolsonaro -sua mãe e esposa trabalharam por anos no gabinete de Flávio Bolsonaro e integravam o esquema do clã operado por Fabrício Queiroz
247 - O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, de 43 anos, miliciano apontado como segundo na hierarquia do Escritório do Crime, pode fazer um acordo de colaboração premiada e entregar toda a organização criminosa da qual faz parte. O chefe da organização, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), foragido, é suspeito de ser o assassino de Marielle Franco e de Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado. O ex-capitão é ligado intimamente ao clã Bolsonaro -sua mãe e esposa trabalharam por anos no gabinete de Flávio Bolsonaro e integravam o esquema do clã operado pelo ex-PM Fabrício Queiroz.
Segundo o jornal O Globo, Ronald está pressionado por ser réu em um júri popular marcado para abril no qual responderá pelo assassinato de quatro jovens na saída da antiga casa noturna Via Show. A reportagem dos jornalistas Chico Otavio e Vera Araújo faz um relato impressionante da prisão do major e da abordagem que foi feita: 
"Às 6h [desta terça] quando entrou na casa do oficial, a promotora Letícia Emili Alqueres Petriz, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), lhe fez logo a pergunta: 'O que você tem a dizer sobre o assassinato de Marielle?'. Quem assistiu à cena conta que Ronald  - apontado como o segundo na hierarquia da quadrilha - 'parecia uma pedra'",
De acordo com os promotores, pode receber o benefício da delação premiada se ajudar a polícia esclarecer alguns crimes. Entre eles, o assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
A reportagem acrescenta que "a milícia de Rio das Pedras, que também atua em outras comunidades da Zona Oeste, como a Muzema, é acusada de explorar um mercado imobiliário clandestino, de cobrar taxa de segurança — chamada por seus integrantes de "eu te protejo de mim mesmo" — e de praticar homicídios, sequestros e torturas. O Escritório do Crime é um grupo de matadores profissionais suspeito de envolvimento em várias execuções, no estilo do Esquadrão da Morte surgiu nos fim dos anos 1960 no antigo Estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro) e espaljhou-se por diversas cidades do país 
A reportagem de O Globo aind afirma: "Uma das organizações criminosas mais temidas do Rio, o Escritório do Crime pode estar por trás do caso Marielle. O crime, com sinais de que foi cuidadosamente planejado e executado de forma profissional, teria sido encomendado ao grupo de matadores de aluguel, integrado por policiais da ativa e da reserva. Eles prestariam serviços para o crime organizado, inclusive para a contravenção. A ligação desses policiais com o meio político, que, desde os anos 1990, é alcançado pelos braços da milícia, também está no escopo das investigações do Ministério Público estadual e da Polícia Civil."

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