Em março, o promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum, de
Sorocaba, publicou uma imagem de um macaco trabalhando em um escritório
seguida da frase "Defesa de Lula preparando o recurso contra a
prisão", que ele apagou após diversas críticas; a OAB-SP ingressou com
ação pedindo que o promotor fosse condenado a pagar R$ 10 mil de indenização
por danos morais coletivos; ele publicou uma retratação no dia 18 de
dezembro, mas não é possível mais encontrá-la na página de Marum no
Facebook
Por Tadeu Rover, do Conjur - O
promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum, de Sorocaba, teve que publicar
uma retratação em sua página pessoal do Facebook por ter ofendido a
advocacia. A medida foi estabelecida em acordo entre o promotor e a seccional
paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, colocando fim ao processo movido
pelo órgão.
Publicação de Marum foi apagada após críticas de advogados que se sentiram ofendidos. |
Em março, o
promotor publicou uma imagem de um macaco trabalhando em um escritório
seguida da frase "Defesa de Lula preparando o recurso contra a
prisão". Depois de receber diversas críticas pela publicação, ele a apagou
e disse que foi uma brincadeira sem intenção de ofender a classe.
Por
causa do post,
a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil ingressou com ação
pedindo que o promotor fosse condenado a pagar R$ 10 mil de indenização por danos
morais coletivos. "Vários profissionais da advocacia sentiram-se aviltados
pelas declarações irresponsáveis e injuriosas feitas pelo réu, que não apenas
atingiu um defensor especificamente, como o próprio exercício da
advocacia", disse a OAB na petição inicial.
Durante
audiência de conciliação, as partes entraram em acordo e o promotor se
comprometeu a publicar um post de retratação em sua página pessoal do
Facebook. A retratação foi publicada no dia 18 de dezembro, conforme
imagem enviada pelo promotor, mas não é possível mais encontrá-la na página de
Marum.
À ConJur, o promotor afirmou que tem muitos amigos
advogados e que sua publicação não teve a intenção de ofender.
"Aliás, inúmeros advogados se manifestaram a meu favor", disse.
Segundo ele, tudo não passou de uma brincadeira com as dificuldades que a
defesa do Lula enfrenta para inocentar um cliente complicado.
"Eu
já havia usado antes o mesmo vídeo do macaco para retratar as dificuldades que
eu (e todos os outros profissionais da área) temos para trabalhar com o E-Saj.
A legenda foi mais ou menos esta: 'eu tentando protocolar uma petição no
E-Saj'", complementou.
Além
disso, Marum disse ser protetor dos animais e atuar na área do Meio Ambiente,
tendo por norma não colocar animais em contexto negativo. "Se fosse
minha intenção comparar alguém a um animal (o que não foi, repito), seria em
contexto positivo. Enfim, foi apenas uma brincadeira, feita num domingo de
manhã, distorcida por gente que não tolera minhas posições políticas",
concluiu.
Parte
dessas manifestações políticas do promotor, inclusive, também não estão mais
disponíveis para todos que visitarem o perfil de Marum no Facebook. Nesta
terça-feira (8/1), quando a ConJur buscou
pela primeira vez a retratação havia uma série de publicações de cunho político
que já não aparecem mais. Algumas, no entanto, permanecem, como a que mostra
Bolsonaro chutando o "pixuleco" — boneco do ex-presidente Lula
com roupa de presidiário.
Em 2016,
o Conselho Nacional do Ministério Público criou uma série de regras sobre
manifestação de promotores nas redes sociais. Entre elas está o artigo 8º que
diz que as mídias digitais atuam com a mesma importância que as demais mídias e
devem ser regidas por princípios como impessoalidade, publicidade,
transparência e respeito aos direitos fundamentais.
Clique aqui para ler o
acordo.
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