Alguns
episódios, vistos retrospectivamente, ganham outra dimensão, maior ou menor.
Em fevereiro de
2017, o fotógrafo Lula Marques flagrou uma troca de mensagens de WhatsApp
(sempre ele) entre os então deputados Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo.
Você vai se lembrar.
A cena fica diferente
após a descoberta do Coaf sobre a movimentação financeira atípica de
R$ 1,2 milhão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício José Carlos de
Queiroz.
Esse valor inclui tanto
saques como transferências, créditos em suas contas, entre outras operações. Um
cheque foi para Michelle Bolsonaro.
Cerca de um quarto do
valor suspeito (R$ 324,8 mil) foi movimentado por meio de saques. Foram
retiradas que variavam de R$ 100 a R$ 14.000.
Voltando: Marques postou
a foto do papo em seu Facebook. A conversa é a seguinte:
Jair: “Papel
de filho da puta que você está fazendo comigo”.
Jair: “Tens
moral para falar do Renan? Irresponsável” (O caçula de Bolsonaro se chama
Renan)
Jair: “Mais
ainda, compre merdas por ai. Não vou te visitar na Papuda”.
Jair: “Se
a imprensa te descobrir ai, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu.
Retorne imediatamente”.
Eduardo: “Quer
me dar esporro tudo bem. Vacilo foi meu. Achei que a eleição só fosse semana
que vem. Me comparar com o merda do seu filho, calma lá”.
O registro foi
feito no plenário no dia da eleição para a Presidência da Câmara. Jair
teve quatro votos, menos que os brancos.
A lista de presença não
contém o nome de Eduardo, que não compareceu à sessão.
Mas isso é apenas uma
parte da história.
A pergunta que não quer
calar: o que Eduardo estava fazendo, e onde, para seu pai achar que ele iria
para a Papuda?
A família brasileira,
cujos valores são resguardados pelos Bolsonaros, aguarda ansiosamente a
resposta.
Almoço dos Bolsonaros. Aquele na seta é Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio citado no Coaf |
Fonte:
DCM