O juiz federal Sergio Moro pediu exoneração de seu cargo
nesta sexta-feira (16) e a solicitação foi aceita pelo presidente do TRF-4
(Tribunal Regional Federal da 4ª Região); principal cabo eleitoral de
Bolsonaro, Moro influenciou o processo eleitoral ao perseguir e manter
Lula sob cárcere e sua indicação ao ministério da Justiça é considerado por
muitos analistas como "a cereja do bolo que faltava", uma espécie de
condecoração pelos serviços prestados para a ascensão da extrema-direita no País
247 - O juiz federal Sergio Moro pediu exoneração de seu
cargo nesta sexta-feira (16) e a solicitação foi aceita pelo presidente do
TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Segundo o Tribunal, o ato
de exoneração de Moro terá vigência a partir de segunda-feira (19), quando ele
deixará de ser juiz de fato. O magistrado abriu mão do cargo para ser ministro
da Justiça do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Com pressa, Moro diz ter pedido a exoneração para
que possa "assumir de imediato um cargo executivo na equipe de transição
da Presidência da República e sucessivamente ao cargo de Ministro da Justiça e
da Segurança Pública".
Principal cabo eleitoral de Bolsonaro, Moro
influenciou o processo eleitoral ao perseguir e manter Lula sob cárcere. Sua
indicação ao ministério da Justiça é considerado por muitos analistas como
"a cereja do bolo que faltava", uma espécie de condecoração pelos
serviços prestados para a ascensão da extrema-direita no País.
Cronologia dos fatos: Moro condenou Lula sem
provas
Como bem relembrou a jornalista Tereza Cruvinel em
artigo, "É preciso recordar que, para garantir sua condenação, a Lava
Jato buscou caprichosamente a delação de Leo Pinheiro, numa sequência de fatos
já esquecidos que não deixam dúvidas sobre o objetivo: sem provas, só a delação
permitiria a condenação de Lula, e por decorrência, sua inelegibilidade".
O escândalo do Habeas Corpus
O juiz federal Sérgio Moro admitiu que estava fora
de sua competência como magistrado quando atuou para manter o ex-presidente Lula
preso, atropelando uma ordem judicial de soltura emitida pelo desembargador do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TR4), Rogério Favreto, em julho.
A admissão se dá em um trecho da defesa apresentada
ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que abriu um procedimento para
investigar suposta má conduta de Moro no episódio. O juiz de Curitiba afirma
que tomou a decisão de despachar contra a soltura de Lula, mesmo de férias,
como "autoridade apontada, ainda que erroneamente".
"Entendi que estava diante de situação urgente
e que cabia a mim, como juiz natural da ação penal e como autoridade apontada,
ainda que erroneamente, como coatora, proferir a decisão acima transcrita a fim
de informar e consultar o relator natural da ação penal e do habeas corpus acerca
do que fazer diante do aludido dilema, tendo, sucessivamente, prevalecido o
entendimento de que a prisão não poderia ser revogada, como foi, por autoridade
judicial absolutamente incompetente", escreveu.
A bomba da delação de Palocci
Durante as eleições presidenciais, Moro quebrou o
sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia
Federal, numa clara tentativa de prejudicar o PT no processo eleitoral.
Por essas e outras, Mouro foi condecorado como
ministro da Justiça e hoje pede exoneração de seu cargo. Uma bela demonstração
de fidelidade ao fascismo.