sábado, 27 de outubro de 2018

Vox 247: Haddad empata, tem 50% e disputa será voto a voto


Pesquisa Vox 247 realizada neste sábado 27, e financiada pelos eleitores, aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), indicando para a possibilidade real de virada neste domingo 28; nos votos totais, os percentuais são de exatamente 43% a 43%; ninguém/brancos/nulos são 9% e "não sabe" ou "não respondeu", 5%; nos votos válidos (contando apenas a intenção de voto efetiva em cada candidato), os percentuais são de exatamente 50% a 50%
247 - Pesquisa Vox 247 realizada neste sábado 27 aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), apontando para uma virada real neste domingo 28, data da votação do segundo turno.
Nos votos totais, as intenções de voto são de exatamente a 43% a 43%. Ninguém/Brancos/Nulos são 9% e "não sabe" ou "não respondeu", 5%.
Nos votos válidos, os percentuais são de exatamente 50% a 50%.
Os votos espontâneos para presidente, quando os eleitores citam o nome do candidato espontaneamente, são de 51% a 49% para Bolsonaro.
Esta pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa Vox 247 foi a segunda encomendada pela Editora 247 ao instituto Vox Populi financiada totalmente por eleitores, membros da comunidade 247, assinantes solidários ou não do portal e da TV 247. Para isso, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse, ainda aberta.
A pesquisa Vox 247 do dia 6 de outubro, véspera da votação do primeiro turno, foi a que mais se aproximou do resultado das urnas no primeiro turno das eleições de 2018, em comparação às dos outros dois institutos de pesquisa mais tradicionais do país, o Ibope e o Datafolha.


Urgente: Joaquim Barbosa abre voto em Haddad


"Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad", postou Joaquim Barbosa, que foi presidente do Supremo Tribunal Federal; Jair Bolsonaro vem sendo apontado pela imprensa global como uma ameaça ao Brasil e ao mundo
247 – "Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad", postou Joaquim Barbosa, que foi presidente do Supremo Tribunal Federal. Jair Bolsonaro vem sendo apontado pela imprensa global como uma ameaça ao Brasil e ao mundo.
(Reuters) - O presidenciável do PT, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que o seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), estimula pessoas violentas a saírem do armário.
“Ele estimula as milícias, os capangas, as pessoas violentas a saírem do armário, ele é a expressão da violência”, disse Haddad durante coletiva de imprensa em João Pessoa, na Paraíba.
“É muito comum na história dos povos que um covarde seja o agente da violência social. Em geral, são pequenos homens que estimulam a violência, até em função dos seus problemas psicológicos”, continuou.
“Por isso que os pequenos homens com problemas psicológicos são tratados respeitosamente, mas não chegam ao poder, porque são perigosos no poder. Não são perigosos fora do poder”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo.
Segundo o petista, Jair Bolsonaro não tem um projeto, mas sim uma “retórica da violência”.
“A gente sabe como essa retórica da violência começa, mas a gente não sabe até onde vai. Nós precisamos cortar esse mal pela raiz”, afirmou o candidato.
Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial marcado para domingo.
MAIS ACERTOS DO QUE ERROS
Ao defender o projeto que representa, Haddad voltou a reconhecer que o PT cometeu erros, embora tenha feito mais acertos.
“Eu represento um projeto que tem muito mais acertos do que erros. Mudou a vida de metade da população brasileira. E os erros eu estou aqui assumindo e disposto a corrigir”, disse.
O candidato também se mostrou otimista nesta reta final antes da eleição de domingo e disse acreditar que uma virada irá acontecer, acrescentando que “segunda-feira já começamos a trabalhar na equipe de governo”.
O petista também voltou a comentar que espera um apoio do pedetista Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno da disputa presidencial e cujo partido decidiu dar “apoio crítico” à candidatura do PT.
“Acredito que, chegando no Ceará, ele (Ciro) vai fazer um gesto importante pelo Brasil. Não é por mim, é pelo Brasil... Ele sabe o que está em jogo, ele sabe o que está em risco”, disse Haddad.

Altman: Ciro tem um pênalti para bater aos 44 minutos do segundo tempo


O jornalista Breno Altman afirma que o fator decisivo da virada de Fernando Haddad poderá ser ex-candidato Ciro Gomes (PDT), comparando-o a um jogador de futebol que entra em campo nos últimos minutos do segundo tempo e marca um gol de pênalti; "Com certeza, vira o herói da partida"; em sua análise semanal à TV 247, o jornalista também ressalta que a eleição possui um recorde de 14% de eleitores indecisos, sendo fundamental disputá-los; "Podemos ter uma virada histórica"; assista 
247 - O jornalista Breno Altman afirma que o fator decisivo da virada de Fernando Haddad poderá ser ex-candidato Ciro Gomes (PDT), comparando-o a um jogador de futebol que entra em campo nos últimos minutos do segundo tempo e marca um gol de pênalti: "Com certeza, vira o herói da partida". Em sua análise semanal à TV 247, o jornalista também ressalta que a eleição possui um recorde de 14% de eleitores indecisos, sendo fundamental disputá-los. "Podemos ter uma virada histórica", conclama. 
Altman aponta que Bolsonaro perdeu seis pontos percentuais na última semana, aumentando a chance de uma virada do seu opositor. Pare ele, embora que ainda exista diferença entre os dois candidatos, de seis pontos percentuais, ela pode ser superada. 
"Ao contrário das outras eleições presidenciais, nesta, o número de indecisos é muito alta, 14% dos eleitores ainda não decidiram seu candidato, Haddad tem potencial para crescer neste faixa do eleitorado", expõe.
O jornalista afirma que os últimos discursos agressivos de Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, propondo o fechamento do STF e prisão dos inimigos, contribuíram para a queda do candidato nas pesquisas. "Setores das classes médias ricas se assustaram com os riscos antidemocráticos que a extrema-direita representa", discorre. 
Ele indica a mudança de postura de Haddad como fator fundamental para seu crescimento nas pesquisas. "Ele exibiu o caráter neofascista do candidato do PSL, além disso, o PT volta a fazer campanha para o povo, retomando as viagens pelo País", avalia. 
Fator Ciro Gomes é decisivo
Altman acredita que Ciro Gomes tende a explicitar seu voto no PT e ressalta que sua declaração pode ser decisiva na virada de Haddad. "É igual ao jogador que entra em campo aos 44 minutos do segundo tempo e a ele cabe decidir o pênalti que decide a Libertadores da América. Ele pode ter ficado ausente toda a partida, mas se marcar o gol, é o herói da partida", compara. 


As ruas do Brasil são de Fernando Haddad


Centenas de milhares de brasileiros e brasileiras saíram às ruas em vários pontos do País nos últimas dias para defender a democracia e a candidatura de Fernando Haddad (PT) a presidente; nesta sexta-feira (26), em Salvador, pelo menos 200 mil pessoas lotaram a orla em defesa de Haddad; por todo o País, homens, mulheres, jovens, idosos estão na luta incessante para converter indecisos, eleitores que não iriam votar e bolsonaristas não convictos a votarem no candidato petista; politicamente, Haddad já virou a eleição, mas a batalha do vira voto deve seguir até domingo (28)
247 - Centenas de milhares de brasileiros e brasileiras saíram às ruas em vários pontos do País nos últimas dias para defender a democracia e a candidatura de Fernando Haddad (PT) a presidente.
Nesta sexta-feira (26), em Salvador, pelo menos 200 mil pessoas lotaram a orla em defesa de Haddad. Movimentos parecidos também foram feitos no Recife, em João Pessoa, em São Paulo e no Rio de Janeiro nesta semana. 
Por todo o País, homens, mulheres, jovens, idosos estão na luta incessante para converter indecisos, eleitores que não iriam votar e bolsonaristas não convictos a votarem no candidato petista.
Politicamente, Haddad já virou a eleição, mas a batalha do vira voto deve seguir até domingo (28). "Obrigado a todos os brasileiros e brasileiras que estão nas ruas empenhados em fazer acontecer essa histórica virada! Domingo celebraremos juntos a vitória da democracia!", disse Haddad pelo Twitter


Chefe do Jornal da Record pede demissão e declara voto em Fernando Haddad


Jornalista Luciana Barcellos lembra que o que está em jogo é a democracia e que votar em Fernando Haddad "não é assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer livremente a profissão"; ela se desligou essa semana da emissora do bispo Edir Macedo, que apoia Jair Bolsonaro e tem sido acusada de pressionar os jornalistas a fazerem matérias positivas sobre o candidato
247 - Em meio a informações de que a Rede Record tem pressionado seus jornalistas a fazerem reportagens positivas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), apoiado pelo bispo Edir Macedo, dono da emissora, a jornalista Luciana Barcellos pediu demissão de seu cargo de chefe de redação do Jornal da Record essa semana e, nesta sexta-feira 26, declarou seu voto em Fernando Haddad em uma postagem nas redes sociais.
No texto, ela não esclarece o motivo da saída, mas afirma que Haddad não foi sua opção no primeiro turno e que votar no candidato neste domingo "não é assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer livremente a profissão".
"Ninguém é racista ou homofóbico só da boca pra fora. Ninguém defende tortura só porque é "meio doido". Não existe fascismo "light"", critica ainda Luciana. Em outro post, do dia 20 de outubro, ela fala sobre o pedido de demissão, agradecendo aos colegas de trabalho. "A decisão de pedir desligamento não foi das mais fáceis. Mas a vida às vezes exige que a gente assuma riscos", escreve.
Nessa mesma data, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo denunciou pressões abusivas que os jornalistas da Record vêm sofrendo para privilegiar a candidatura de Bolsonaro. A entidade diz ter recebido "denúncias de vários jornalistas da Rede Record – televisão, rádio e portal de notícias R7" e "torna público, como exige seu dever de representação da categoria, o inconformismo desses profissionais com as pressões inaceitáveis e descabidas em uma empresa de comunicação".
Leia abaixo os dois posts da jornalista e a nota do Sindicato:
Postagem de Luciana Barcellos do dia 20/10:
Me despeço da RecordTV com um agradecimento às equipes com as quais dividi esses últimos oito anos. A equipe guerreira do Record Notícias lá no início. Os madrugadores dos jornais matutinos - o horário era dificil mas o time e o trabalho, incríveis. A equipe do Cidade Alerta que é mestre em trabalhar ao mesmo tempo com seriedade e alegria. A redação do Rio com quem vivi a experiência profissional mais vibrante da minha vida - vou pra sempre sentir saudade de vocês. Nesse último ano e meio, a equipe talentosa e apaixonada do Jornal da Record com quem errei, acertei e aprendi. No meio dessa caminhada, duas coberturas inesquecíveis com o pessoal do esporte em Guadalajara e Londres. E diariamente, em São Paulo e no Rio, os momentos mais eletrizantes do dia com os companheiros de switcher. A decisão de pedir desligamento não foi das mais fáceis. Mas a vida às vezes exige que a gente assuma riscos.

Obrigada por todos os muitos e carinhosos telefonemas e mensagens dos últimos dias. Os tempos são duros mas agradeço - mesmo - por terem me ajudado a construir o respeito que tenho pela nossa profissão. Uma profissão da qual me orgulho e na qual acredito. Beijos

Postagem de Luciana Barcellos desta sexta-feira 26:
O Haddad não foi o meu candidato no primeiro turno. Mas agora o que está em jogo aqui é maior do que nossas primeiras escolhas. É a democracia, é o que queremos para nossos filhos, sobrinhos, netos, amigos, para todos os nossos afetos . É o que queremos de bom também para quem a gente nem conhece pessoalmente. Ninguém é racista ou homofóbico só da boca pra fora. Ninguém defende tortura só porque é "meio doido". Não existe fascismo "light". Algumas pessoas próximas e muito queridas não querem o obscurantismo mas também não se sentem à vontade para votar no PT. Peço respeitosamente que reflitam, que reconsiderem. Não anulem, não votem em branco, não ajudem a eleger o Bolsonaro. Votar no Haddad não é assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer livremente a profissão. #viravoto#haddad13


Sindicato denuncia pressões abusivas sobre os jornalistas da Rede Record
Emissora assedia profissionais para privilegiar candidatura de Bolsonaro



O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) recebeu denúncias de vários jornalistas da Rede Record – televisão, rádio e portal de notícias R7 – de que estão sofrendo pressão permanente da direção da emissora para que o noticiário beneficie o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e prejudique o candidato Fernando Haddad (PT). A entidade torna público, como exige seu dever de representação da categoria, o inconformismo desses profissionais com as pressões inaceitáveis e descabidas em uma empresa de comunicação.

A pressão interna para favorecimento do candidato do PSL tem origem no anúncio feito em 29 de setembro passado, pelo bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, proprietário da emissora, de que passava a apoiar Bolsonaro à Presidência. A partir daí, o noticiário começou a dar uma guinada, ainda antes do primeiro turno eleitoral. Um momento importante foi a entrevista com Jair Bolsonaro levada ao ar em 4 de outubro, no mesmo momento em que sete outros candidatos à Presidência realizavam um debate na TV Globo, com a ausência do líder nas pesquisas.
Outras expressões dessa virada são decisões de não colocar em rede reportagens relevantes – exibidas em afiliadas – barradas na grade de noticiário nacional da emissora, por avaliações de que poderiam prejudicar Bolsonaro ou ajudar Haddad. O portal R7 também passou a ser dirigido a favor do candidato do PSL de forma explícita: por vários dias seguidos, os destaques da rubrica "Eleições 2018" na home se dividiam entre reportagens favoráveis a Bolsonaro e reportagens negativas a Haddad.
As pressões internas pela distorção do noticiário tomaram a forma de assédio a diversos jornalistas. A tensão na redação tornou-se insuportável para alguns profissionais. O fato já foi divulgado por sites jornalísticos.
Concessão pública
Nesta situação, deve-se lembrar em primeiro lugar que um canal aberto de televisão é uma concessão pública outorgada pelo governo federal, o que se subordina às disposições do artigo 5º da Constituição brasileira, inciso XIV, que assegura a toda a população o acesso à informação. No contexto de uma eleição, e no âmbito do jornalismo, isso significa o direito da sociedade a receber uma informação precisa, bem apurada, equilibrada, que contribua para qualificar a compreensão das propostas em jogo e dos compromissos e interesses envolvidos em cada candidatura. Em outras palavras, o cidadão deve ter acesso a uma cobertura eleitoral que valorize o bom jornalismo, reportando os fatos de forma correta, independentemente do candidato envolvido. Isso vale mesmo se o veículo tiver posicionamento político explícito, a favor de quaisquer dos candidatos, o que não deveria interferir em sua função jornalística.
Para balizar a atuação dos profissionais, existe o ferramental próprio da profissão, que inclui o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, no qual o jornalista é orientado a "divulgar os fatos e informações de interesse público" e a não se "submeter a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação".
É preciso considerar que a Rede Record é uma empresa privada, para a qual a legislação prevê o "poder diretivo" do empregador sobre os funcionários. Isso funciona para o conjunto das relações de trabalho, mas o jornalismo está entre as profissões que exigem relativa autonomia por sua própria natureza (como acontece, por exemplo, com os professores). O compromisso do profissional com o "acesso à informação", cláusula pétrea da Constituição, deve ser preponderante quando existe um conflito.
O Sindicato dos Jornalistas atua para garantir as prerrogativas profissionais nas relações de trabalho, e busca inserir nas Convenções Coletivas uma "cláusula de consciência", que diz, resumidamente, que, em "respeito à ética jornalística, à consciência do profissional e à liberdade de expressão e de imprensa", o jornalista tem o direito de "recusar a realização de reportagens que firam o Código de Ética, violem sua consciência e contrariem a sua apuração dos fatos". Pela cláusula, o profissional poderia ainda se opor ao uso de material produzido por ele em reportagem coletiva (inclusive para preservar sua relação com fontes) e recusar a associação de seu nome ou imagem a trabalho jornalístico com o qual não queira se associar. As empresas de rádio e televisão recusam-se a aceitar esta cláusula essencialmente democrática, deixando o terreno livre para exercer sobre os jornalistas pressões abusivas, decorrentes de interesses privados que contrariam o direito público à informação.
Repúdio
Em defesa do direito à informação correta e equilibrada na cobertura das eleições, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo repudia as pressões feitas pela direção da Record e exige o respeito à autonomia de apuração e edição dos jornalistas da empresa. Em função da situação, adota ainda as seguintes providências:
a) respeitando a autonomia da Comissão de Ética do SJSP, reforça o pedido para que a direção da Record endosse o "Protocolo Ético para o Segundo Turno das Eleições 2018", enviado pela Comissão de Ética para a chefia do jornalismo de todas as empresas de comunicação do Estado;
b) solicita uma reunião imediata com a empresa para expressar diretamente sua posição e reivindicar garantias de que as pressões sobre os jornalistas serão interrompidas o quanto antes;
c) insiste desde já com as empresas de rádio e televisão do Estado para que, nas negociações da campanha salarial deste ano (data-base em 1º de dezembro), seja incluída a cláusula de consciência, integrante da pauta de reivindicações;
d) decide inserir as denúncias relativas à Rede Record no dossiê que prepara para entregar ao Ministério Público dos Direitos Humanos sobre a violação de garantias profissionais dos jornalistas no atual período eleitoral; e
e) coloca-se à disposição de todos os jornalistas da emissora para fazer debates, reuniões e adotar todas as medidas necessárias para garantir o respeito à autonomia profissional a que todos os jornalistas, e cada um, têm direito.
São Paulo, 19 de outubro de 2018
Direção - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo


Das 123 fake news encontradas por agências de checagem, 104 beneficiaram Bolsonaro


Reportagem de Isabella Macedo, do Congresso em Foco, noticia que, em cerca de 70 dias de campanha, as checagem de fatos desmentiram ao menos 104 mentiras contra Haddad e o PT e outras 19 prejudiciais a Bolsonaro e seus aliados
247 - Reportagem de Isabella Macedo, com base em um balanço feito pelo site Congresso em Foco, noticia que, em cerca de 70 dias de campanha, agências de checagem de fatos desmentiram ao menos 104 mentiras contra Haddad e o PT e outras 19 prejudiciais a Bolsonaro e seus aliados.
O esquema financiado por empresas à campanha de Bolsonaro, portanto, beneficiou claramente o candidato da extrema-direita. A reportagem cita as mentiras mais compartilhadas dos dois lados e conclui que o total de 123 checagens é equivalente a quase dois boatos desmentidos por dia até esta quinta-feira (25).

Congresso em foco declara apoio a Haddad, em nome da democracia


"Lamentamos não ter sido capazes de mostrar para muitos dos nossos leitores os riscos representados por um eventual, e provável, governo Jair Bolsonaro", aponta editorial histórico do Congresso em Foco. "Com todos os seus problemas, contudo, o PT jamais trouxe ameaça real à democracia. Esta a questão central: impossível fazer jornalismo de verdade sem democracia, algo que Bolsonaro e vários de seus seguidores mais exaltados não cansam de afrontar. Com Bolsonaro, perdemos o jornalismo e a democracia"
247 – "Lamentamos não ter sido capazes de mostrar para muitos dos nossos leitores os riscos representados por um eventual, e provável, governo Jair Bolsonaro", aponta editorial histórico do Congresso em Foco. "Com todos os seus problemas, contudo, o PT jamais trouxe ameaça real à democracia. Esta a questão central: impossível fazer jornalismo de verdade sem democracia, algo que Bolsonaro e vários de seus seguidores mais exaltados não cansam de afrontar. Com Bolsonaro, perdemos o jornalismo e a democracia".
Leia, abaixo, a íntegra:
Bolsonaro é o pior que nos pode acontecer
Este site, no ar há quase 15 anos, jamais se manifestou contra ou a favor de candidatos em nenhuma das sete eleições que acompanhamos nesse período. A razão de ser deste texto é selar este momento, absolutamente inaugural, em que tornamos públicas nossas expressas e assumidas restrições à candidatura de Jair Bolsonaro a presidente da República.
Se fosse aplicado a Bolsonaro o rigor no cumprimento das leis que ele exige contra os seus adversários e se o sistema judicial brasileiro funcionasse com critérios ideais de eficiência e justiça, acreditamos que o capitão estaria hoje na cadeia, por seus atos e por suas palavras.
Bolsonaro já fez, reiteradas vezes, apologia à tortura, ao estupro e à violência. Defendeu o assassinato de oponentes, sempre tratados como desprezíveis inimigos.
Tem longo passivo de declarações que podem sugerir crimes de preconceito e de racismo. Contra mulheres, negros, indígenas, quilombolas, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, pessoas obesas, baianos... a lista é tão longa que este parágrafo será curto para descrevê-la integralmente.
Jair Bolsonaro conquistou visibilidade pública pela primeira vez em 1987, ao liderar movimento para melhorar a remuneração das Forças Armadas. Capitão do Exército então na ativa, foi acusado pela revista Veja de planejar a explosão de bombas em quartéis para protestar contra os baixos soldos. Respondeu a processo disciplinar e foi condenado por um Conselho de Justificação, formado por três coronéis. Posteriormente, o Superior Tribunal Militar (STM) o absolveu.
Político desde 1989, quando se tornou vereador no Rio, está no sétimo mandato de deputado federal. Em Brasília há 27 anos, mudou de partido oito vezes e aprovou individualmente apenas uma lei. Nunca presidiu comissões, nem liderou bancada, ou relatou propostas de destaque.
Um fracasso retumbante como legislador, Bolsonaro saiu-se pior ainda como orador. "Sou a favor, sim, a uma ditadura, a um regime de exceção", disse em 1999 no plenário da Câmara. "Jamais ia estuprar você porque você não merece", declarou para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em 2003. "Ele deveria comer capim ali fora para manter as suas origens", disparou em 2008 contra um indígena. "Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma", sugeriu em 2011.
ustra-wilsondias-abr"Várias vezes Bolsonaro se declarou a favor de torturar presos e tratou Ustra, primeiro militar brasileiro condenado por tortura, como herói" Foto: Wilson Dias/ABr
Ao votar pelo impeachment de Dilma, em abril de 2016, homenageou o militar acusado de torturá-la: "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff". Várias vezes Bolsonaro se declarou a favor de torturar presos e tratou Ustra, primeiro militar brasileiro condenado por tortura, como herói. Mais recentemente, disse que o erro da ditadura foi torturar e não matar "uns 30 mil". Em 2014, numa entrevista ao jornal Zero Hora, havia considerado natural a mulher ganhar menos que o homem: "Sou um liberal. Se eu quero empregar na minha empresa você ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego!".
Contrariando a fama de quem sempre se apresentou como a mais insuspeita das criaturas a habitar o poluído mar da política nacional, Jair Messias Bolsonaro foi acusado por sua segunda esposa (está casado com a terceira), em ação protocolada em 2007 na 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, de ter cometido vários graves ilícitos. Entre eles, possuir patrimônio pessoal muito superior ao informado à Justiça eleitoral; não declarar à Receita a maior parte dos seus rendimentos reais; e de ter furtado um cofre numa agência do Banco do Brasil onde a ex-mulher mantinha valores significativos. Ana Cristina Siqueira Valle o acusaria depois de ameaçá-la de morte, mas posteriormente retirou todas as acusações. "Iria dar um escândalo para ele e para mim. Deixei para lá", afirmou à revista Veja durante a campanha eleitoral de primeiro turno, na qual ela foi derrotada na tentativa de se eleger deputada federal pelo Rio usando o sobrenome Bolsonaro. Pode ter ficado tudo certo entre ex-marido e ex-mulher, mas os fatos relatados deixam evidente que tanto o capitão quanto a Polícia Civil fluminense – incompetente para investigar e dar seguimento às denúncias – têm muitas contas a acertar com a história.
Deputado, teve uma chance ímpar de demonstrar na prática a dor que alega sentir em relação às vítimas da violência. Foi em 7 de abril de 1999, quando a Câmara aprovou a cassação de Talvane Albuquerque, condenado por encomendar a morte da deputada eleita Ceci Cunha, da qual era suplente. Para herdar a vaga, Talvane mandou matar Ceci, o marido dela e mais duas pessoas da família. Uma chacina, portanto. Bolsonaro foi um dos 29 parlamentares que votaram contra a cassação. "Fico com a minha consciência pesarosa de votar pela cassação desse parlamentar, porque amanhã qualquer um de nós pode estar no lugar dele", justificou-se.
Impossível negar a Bolsonaro o mérito de ter identificado problemas reais que inquietam a nação, como a violência, a corrupção, os inúmeros erros do PT e a decadência do sistema político. Ele e seus filhos (um deles, Eduardo, eleito por São Paulo o deputado federal mais votado do país; outro, Flávio, senador pelo Rio) também entenderam e souberam explorar com eficiência, para comunicação direta com a população, as revolucionárias ferramentas trazidas pela era digital. Bolsonaro não conquistou à toa o favoritismo com que chega à disputa contra Fernando Haddad neste domingo (28).
Mas, como candidato a presidente, Jair Bolsonaro exibiu o mesmo desapreço de sempre pelas leis, pela democracia e pelos adversários. Vítima de uma facada desferida por um desequilibrado mental, obteve solidariedade de todo o mundo político. Mostrou sua gratidão logo na primeira imagem, registrada quando ainda convalescia no hospital, fazendo o famoso gesto de convocação às armas com o polegar e o indicador. Depois, ainda no hospital, esboçou na cara dura uma tese das mais antidemocráticas. Afirmou que sua eventual derrota eleitoral comprovaria a existência de manipulação das urnas eletrônicas. Ou seja, se ele ganhar, está tudo bem; se perder, é porque foi fraude.
Quis proibir a divulgação dos votos que deu como parlamentar. Um dos mais vexatórios foi o único voto dado por um congressista contra a ampliação dos direitos dos empregados domésticos. O descabido pedido de censura, que revela o desejo de impedir a sociedade de ter acesso a informações de óbvio interesse público, foi negado pela Justiça eleitoral nesta semana. De modo geral, no entanto, o Judiciário demonstrou incapacidade para prevenir e punir as ilegalidades ocorridas nestas eleições. Como atesta a Organização dos Estados Americanos (OEA), a disseminação de mentiras neste pleito é um "fenômeno sem precedentes". E quem é o seu maior beneficiário? Bolsonaro, e por larga margem, como indica levantamento do Congresso em Foco. Estranhamente, a Justiça pouco tem feito para coibir os abusos de um candidato de perfil notoriamente fascista, ao mesmo tempo em que autoriza a invasão de universidades para reprimir manifestações contra o fascismo.
Faz um bom tempo que identificamos e, de alguma maneira, passamos a acompanhar o crescimento do "mito". Um exemplo foi o minucioso trabalho de apuração da repórter Ana Pompeu que resultou na reportagem de capa publicada em julho de 2017 pela Revista Congresso em Foco (íntegra aqui). Em 11 páginas, reconstituímos ali a trajetória de um "mito de pés de barro".
Reafirmamos os valores democráticos deste veículo, contra a ameaça do bolsonarismo na entrega do Prêmio Congresso em Foco 2017, com o brado de "ditadura nunca mais":
Lamentamos não ter sido capazes de mostrar para muitos dos nossos leitores os riscos representados por um eventual, e provável, governo Jair Bolsonaro. Vários desses leitores, temos consciência disso, contribuíram para engrossar a onda em favor do deputado capitão. Lógico que respeitamos as escolhas deles e de todos que divergem das ideias aqui apresentadas com franqueza. Sabemos que muitas pessoas sérias e de bem têm pleno conhecimento dos defeitos do candidato do PSL, mas estão sinceramente convencidas de que ele é a alternativa possível para evitar o "mal maior" – na visão delas, a vitória de Haddad. Nunca ignoramos as mazelas das gestões petistas, que o Congresso em Foco sempre registrou, frequentemente à frente de outros veículos.
Com todos os seus problemas, contudo, o PT jamais trouxe ameaça real à democracia. Esta a questão central: impossível fazer jornalismo de verdade sem democracia, algo que Bolsonaro e vários de seus seguidores mais exaltados não cansam de afrontar. Com Bolsonaro, perdemos o jornalismo e a democracia. Falhamos, pela incapacidade de criar antídotos contra quem usou dos nossos mecanismos democráticos para conquistar a força que pode levar agora à destruição desses mesmos mecanismos.
Ganhe Bolsonaro ou Haddad, estaremos no mesmo lugar: empenhados, no limite das nossas possibilidades, em fazer jornalismo sério, crítico e plural. Um jornalismo voltado para a busca de informações confiáveis e sempre comprometido com valores democráticos. Por isso, ainda que tenhamos tardado a publicar este editorial, não podemos ver o país à beira de embarcar na escuridão autoritária sem gritar, com clareza, nossa voz: #EleNão.

Com medo da virada, Bolsonaro pede inelegibilidade de Haddad por show de Roger Waters


O avanço de Fernando Haddad nas pesquisas fez Jair Bolsonaro cair em desespero. Nesta sexta, ele pediu a inelegibilidade do adversário ao TSE por conta dos shows de Roger Waters. Segundo a ação, o antigo baixista do Pink Floyd abusou do poder econômico e fez "ataques" com "grande semelhança conceitual com a propaganda produzida pelo PT", que acusa Bolsonaro de "fascista, ditador, torturador, machista, nazista, etc". Na peça, Bolsonaro utiliza até uma fake news contada pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que acusou, sem provas, Waters de receber R$ 90 milhões para fazer campanha eleitoral
Da Agência Sputinik – O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (26) pedindo a inelegibilidade de Fernando Haddad (PT) por conta dos shows de Roger Waters.
As informações são do jornal Valor Econômico.
Segundo a ação, o antigo baixista do Pink Floyd abusou do poder econômico e fez "ataques" com "grande semelhança conceitual com a propaganda produzida pelo PT", que acusa Bolsonaro de "fascista, ditador, torturador, machista, nazista, etc".
A peça também relembra que o atual ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, acusou Waters de receber R$ 90 milhões para fazer campanha eleitoral. Leitão não apresentou provas de sua denúncia e já declarou voto em Bolsonaro.
Na primeira apresentação de Waters no Brasil, ele exibiu o nome de Bolsonaro como um dos líderes mundiais do "neofacismo". Desde então, seus shows têm sido marcado por manifestações sobre a cena política brasileira.