domingo, 21 de outubro de 2018

Ruas do país são tomadas contra o risco Bolsonaro


A uma semana do segundo turno da eleição que vai escolher o futuro presidente da República, milhares de pessoas que integram as forças democráticas saíram às ruas neste sábado (20) para mostrar unidade contra a escalada do fascismo, protofascismo ou neofascismo; brasileiros em todo o país se mobilizaram contra tudo que o candidato de extrema-direita defende: racismo, homofobia, tortura e os métodos sujos e ilegais de campanha, que inclui o Caixa 2
Redação RBA – A uma semana do segundo turno da eleição que vai escolher o futuro presidente da República, milhares de pessoas que integram as forças democráticas estão hoje (20) nas ruas para mostrar unidade contra a escalada do fascismo, protofascismo ou neofascismo.
A ideia é mostrar que o campo democrático está mobilizado em apoio ao candidato Fernando Haddad (PT) contra o projeto de raiz neoliberal, em defesa da soberania nacional e, especialmente, em forte oposição ao modelo de campanha de Bolsonaro, sustentado por discursos de ódio e mentiras.
Nos últimos dias, a estratégia suja da campanha bolsonarista começou a ser desmascarada a partir de conexões que revelaram aliados como Steve Bannon, norte-americano ligado a ideias de supremacia branca, que comandou a campanha de Donald Trump em 2016. As ferramentas utilizadas nos Estados Unidos se repetem aqui: a intensa disseminação de fake news por redes sociais, especialmente o WhattsApp, patrocinadas por empresários – daí a hashtag #Caixa2doBolsonaro ter dominado as redes sociais em todo o mundo.
Atos

As manifestações começaram neste sábado logo pela manhã em algumas cidades. Quem checou as redes sociais antes de sair de casa, viu também que algumas cidades no exterior também tiveram manifestações contra o fascismo, como Genebra, na Suíça, e em Oslo, na Noruega, onde capoeiristas fizeram uma homenagem ao mestre Moa do Katende, assassinado em Salvador por um bolsonarista após declarar voto em Haddad.

Uma das primeiras cidades brasileiras a ver as ruas tomadas foi Goiânia. Margarida, professora de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) declarou seu voto em Haddad porque "o país precisa retomar a democracia. Porque somos pela paz e não pela guerra".
Também pela manhã, Haddad participou de um ato de campanha em Fortaleza, com a presença do governador eleito Camilo Santana (PT), da presidenta da legenda, senadora Gleisi Hoffmann, sua mulher, Ana Estella Haddad, e do líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto Guilherme Boulos, que disputou o primeiro turno pelo Psol.
Em São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e Belo Horizonte os atos começaram por volta das 15h e já reúnem grande quantidade de democratas.
Na capital dos mineiros, um grupo de evangélicos chegou cedo. "Sou professora, sou mulher evangélica. #EleNão porque ele vai contra tudo que defendo, vai contra o que disse Jesus. Jesus andava com prostitutas, perdoou um ladrão enquanto era crucificado e Bolsonaro vai contra tudo isso", disse a professora Ane. Também evangélica July, mulher negra, disse que ele não, porque "minha própria pele já expressa e diz não. Se ofende minha existência, serei resistência. Ele jamais. Enquanto professora, minha profissão também diz ele não. Acredito no poder dos livros. Minha religião também. Jesus foi torturado, então ele jamais".


Haddad: elite brasileira escolheu o que tem de pior


“A candidatura Haddad e Manuela tem compromisso com a democracia, o que não acontece com essa aberração. A elite ficou dois anos à procura de um candidato e escolheu o que tem de pior no Congresso Nacional, que em 28 anos só ofende os nordestinos, as mulheres, os negros. Só tem ódio no coração”, disse o candidato do PT à presidência da República
Da Rede Brasil Atual  Depois de caminhada por vários pontos de Fortaleza, o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, fez comício na Praça do Ferreira, na região central. Acompanhado da mulher, Ana Estela, saudada aos gritos de "primeira dama", do governador reeleito do Ceará, Camilo Santana (PT), da presidenta do seu partido, Gleisi Hoffmann e Guilherme Boulos, Haddad elogiou os avanços na educação pública cearense, lembrou visitas ao estado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a inauguração de universidades e escolas técnicas federais e reforçou o compromisso de sua candidatura com a democracia.
Seu discurso, porém, foi marcado por duras críticas ao adversário na disputa deste segundo turno, o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que ele chamou de "aberração".
"A candidatura Haddad e Manuela tem compromisso com a democracia, o que não acontece com essa aberração. A elite ficou dois anos à procura de um candidato e escolheu o que tem de pior no Congresso Nacional, que em 28 anos só ofende os nordestinos, as mulheres, os negros. Só tem ódio no coração", disse, sendo interrompido por gritos de #EleNão, #EleNão da multidão que lotou a praça.
Haddad destacou então o que chamou de "armadilha" em que Bolsonaro caiu esta semana, referindo-se à reportagem da Folha de S.Paulo desta quinta-feira, sobre o financiamento ilegal de empresários para custear a produção e distribuição de fake news contra sua candidatura e seu partido, por meio das redes sociais e do WhatsApp.
"Montaram uma organização criminosa. Todo mundo aqui deve conhecer alguém que recebeu notícias falsas no celular contra mim e Manuela. A armação deles era para a eleição terminar no primeiro turno para não serem descobertos".
O petista aproveitou para alfinetar Bolsonaro: "Por que ele foge do debate? Seu possível ministro da Casa Civil (o ruralista Onyx Lorenzoni) disse que ele não pode peidar porque fede. Mas há 28 anos ele só vomita barbaridade".
Dirigindo-se à multidão como "guerreiros que estão aqui com a gente", o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) Guilherme Boulos destacou a "encruzilhada" deste segundo turno.
"O que estão em jogo é a democracia e os direitos de um lado, e de outro, os privilégios de quem quer acabar com o 13º e a carteira assinada".

Eduardo Bolsonaro: basta um soldado e um cabo para fechar o STF


O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL,) disse, durante uma palestra antes do primeiro turno, que se o STF tentar impugnar a candidatura do presidenciável por "qualquer motivo" "terá que pagar para ver o que acontece";"Será que eles vão ter essa força mesmo? Se quiser fechar o STF você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo", disse; ameaça às instituições ganha força em meio a denúncia de que empresários impulsionaram a campanha de Bolsonaro por meio de contratos milionários para disparos em massa de mensagens contra o candidato do campo democrático Fernando Haddad e o PT por meio aplicativos como o Whatsapp
247 - O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) disse, durante uma palestra pouco antes do primeiro turno, que se o Supremo Tribunal Federal (STF) impugnar a candidatura do presidenciável "terá que pagar para ver o que acontece". "Será que eles vão ter essa força mesmo? Se quiser fechar o STF você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo", disse.
A afirmação, feita antes do primeiro turno, veio como resposta a uma pergunta feita por alguém da plateia sobre qual seria a reação do Exército no caso de impugnação da candidatura de Bolsonaro. A gente tá caminhando para um estado de exceção... o STF vai ter que pagar pra ver e aí quando ele pagar pra ver, vai ser ele contra nós. Você está indo para um pensamento que muitas pessoas falam e que muito pouco pode ser dito. Mas se o STF quiser arguir qualquer coisa, sei lá, recebeu uma doação ilegal de R$ 100 de José da Silva e impugna a ação dele. Não acho isso improvável não", disse.
"Mas aí eles vão ter que pagar para ver. Será que vão ter essa força toda mesmo? O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo. Não é querendo desmerecer o soldado e o cabo. O que que é o STF? Tira o poder da caneta de um ministro do STF, o que que ele é na rua?", indagou.
"Se você prender um ministro do STF, você acha que vai ter uma manifestação popular em favor dos ministros do STF? Milhões na rua "solta o Gilmar, solta o Gilmar" (referência o ministro do STF Gilmar Mendes), com todo o respeito que tenho pelo ministro Gilmar medes, que goza de imensa credibilidade junto aos senhores", ironizou.
"É igual a soltar o Lula. O Moro (juiz federal Sergio Moro) peitou um desembargador que está acima dele, por quê? Porque o Moro está com moral pra cacete. Vai ter que ter um colhão filho da puta para conseguir reverter uma decisão dele", disse.