quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Haddad: quem saiu dos 4% para saltar aos 42% também chegará aos 50% dos votos


Fernando Haddad usou sua conta no Twitter para destacar o seu otimismo com o segundo turno contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). "Quem saiu dos 4% de intenções de voto para saltar aos 42% também vai chegar aos 50%. Temos duas semanas de trabalho para conseguir esses 8%", disse Haddad; ele escreveu fazendo referência à pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta quarta-feira (10), na qual ele tem 42%
247 - Fernando Haddad usou sua conta no Twitter para destacar o seu otimismo com o segundo turno contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). "Quem saiu dos 4% de intenções de voto para saltar aos 42% também vai chegar aos 50%. Temos duas semanas de trabalho para conseguir esses 8%", disse Haddad. Ele escreveu fazendo referência à pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta quarta-feira (10), na qual ele tem 42%.
Em outro tuíte, acusou Bolsonaro por fugir aos debates: "Eu sou leigo, mas me parece contraditório uma pessoa poder dar uma entrevista que é um debate com jornalista e não poder debater com um adversário. Eu penso que o Brasil merece um debate", acrescentou.
Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que, após um novo exame a que será submetido no dia 18, deverá ser liberado pelos médicos para os debates e demais atividades de campanha. "[Para] quem acha que estou fugindo de debates, estou cuidando da minha saúde. Não adianta eu debater, ter uma recaída e voltar para o hospital", disse.
Foi divulgada nesta manhã mensagem de Lula afirmando ter certeza que o Brasil pode melhorar se "governado por alguém que goste do povo, que convive com o povo, alguém que ouça o povo".
"Eu não tenho dúvidas disso, é nisso que eu acredito e quero dedicar o resto de tempo que eu tenho na minha vida para provar que essas coisas podem acontecer e o Brasil poderia ser diferente", falou Lula.
"Eu tive o prazer de viver nesse país um momento de maior autoestima do nosso povo. As pessoas acreditavam, as pessoas sonhavam, as pessoas tinham emprego, as pessoas tinham aumento de salário, as pessoas sonhavam em estudar. Tudo isso foi possível criar. Agora me parece que nada é possível, eu penso que nós precisamos voltar a ter autoestima nesse país, acreditar no Brasil, acreditar no potencial do Brasil, acreditar que é possível o Brasil ser diferente. Ele já foi, ele melhorou", acrescentou.
De acordo com o ex-presidente, "o problema do Brasil hoje é que as pessoas estão com a autoestima muito baixa porque a economia está muito ruim. Há uma desagregação, sabe, do ânimo da sociedade por conta do desemprego". "As pessoas ainda estão muito preconceituosas, ou seja, a autoestima está muito baixa. Ou seja, nós temos um governo que não representa nada, absolutamente nada, nós temos um Congresso desacreditado, que está desmontando conquistas que os trabalhadores conquistaram há tanto tempo atrás", disse. "Menos ódio, mais amor!".


Vale a pena gastar saliva com fãs de Bolsonaro? Depende. Por Nathalí Macedo

Jair Bolsonaro (Nelson Almeida/AFP)

O sentimento de consternação que os 46% de votos válidos em um fascista para a Presidência do Brasil me deixou – e deixou, creio, a muitos órfãos como eu – se mistura a uma espécie de ira que por vezes me faz perder a vontade de argumentar.
A burrice e a desonestidade do eleitor de Bolsonaro só me despertam desprezo e asco, e a vontade de engatar uma argumentação sadia se vai no primeiro “por Deus e pela família!!!”
No dia das eleições, por exemplo, um conhecido confessou-se eleitor de Bolsonaro nos comentários de um post meu. Um cara cujos maiores problemas são a desinformação e o efeito manada, que não é propriamente um fascista. Um cara com quem decerto valeria a pena engatar uma argumentação sadia, mas eu não tenho sangue de barata: bradei em caps lock em termos +18 e bloqueei (bloqueando porque dar voadora ainda é crime).
Pronto, ele nunca mais verá minhas postagens anti-bolsonaristas e eu não terei a chance de apelar ao resquício de bom-senso que talvez lhe reste. A sensação foi de ter perdido uma alma para o fascismo.
Eu sei que é difícil. Eu sei que a única vontade de qualquer antifascista diante de um eleitor de Bolsonaro é enviá-lo direto pra a Gulag – cortar cana acima de tudo! -, mas, no momento, ninguém pode se dar a esse luxo.
A hora é de mudar o tom.
O diálogo com fascistas pode parecer impossível – e olha que Marcia Tiburi já tentou nos ensinar -, e talvez seja mesmo para os pobres mortais, mas não quero crer que 47% dos eleitores brasileiros sejam fascistóides doentes e burros. É mais crível que, em vez disso, alguma parte dessa porcentagem (uma parte importante que pode salvar o país do autoritarismo) seja composta por pessoas desinformadas sobre a ditadura militar, amedrontadas pela violência urbana, manipuladas por um antipetismo doentio ou tudo isso junto.
E é com essas pessoas que precisamos, mais do que nunca, dialogar: sem arrogância, sem autoritarismo, sem pressão. Apenas apontando os fatos, porque os fatos são suficientes para fazer com que qualquer pessoa com o mínimo de bom-senso repense seu voto em um saudosista do Regime Militar que não sabe sequer o nome do próprio vice, e responde a jornalistas com um “não entendi isso aí que você falou, mas isso não existe” (???) [na última entrevista ao Jornal Nacional, quando perguntado sobre o fato de seu vice ter dito que a Constituição Cidadã foi um erro].
A ordem é não deixar que nosso medo e nossa revolta deturpem nossos argumentos, porque a informação é a nossa principal arma.
Até o argumento de que o candidato em questão é fascista, racista, misógino e homofóbico vem perdendo sua força conforme os dias ficam mais sombrios, porque seus eleitores perdem mais e mais a vergonha de serem fascistas, racistas, misóginos e homofóbicos como o candidato que lhes representa.  E é desse jeito que ninguém liga. Há quem pense que é exagero chama-lo de fascista, há quem pense que o fascismo não atinge o “cidadão de bem”, há quem nem saiba o que é fascismo… certamente só serão capazes de crer no real perigo de um filhote da ditadura na presidência quando estiverem levando choque na língua.
É preciso mudar o disco. As pessoas que votam por ódio não se importam se seu candidato xinga e violenta mulheres, se diz que seria incapaz de amar um filho homossexual, se ele se autoproclama defensor da tortura. É preciso concentrar-se no que realmente pode fazer com que os eleitores menos convictos de Bolsonaro ponham a mão na consciência: apontar a covardia do candidato que foge dos debates com o velho truque do atestado médico, que é tão despreparado que se faz representar por um guru futuro Ministro da Fazenda, de cujas propostas sequer tem conhecimento porque não se importa o suficiente para tanto.
A essa altura, até a estratégia de desfazer a imagem de macho corajoso e destemido que se constrói acerca de Jair Bolsonaro me parece admissível, embora fira meu feminismo no ego – desculpe, ancestrais, é literalmente caso de vida ou morte. Esse argumento nos obriga a compactuar com a realidade que queremos evitar: a imagem de macho tóxico ainda rende muita confiança e muitos votos.
Já que “defender tortura não é legal” não é um argumento suficiente para muitos dos eleitores de Bolsonaro, é preciso apelar: retirar dele a máscara de “mito” e mostra-lo como realmente é: um fraco, politicamente e humanamente; um político incompetente e um homem público com pouca ou nenhuma diplomacia; um machão acusado por Rita Lee de tê-la trocado por outro machão; um sádico que constrói todo o seu discurso sobre uma selva de insanidades.
Em todo caso, tem gente que vale a saliva, e tem gente que só vale uma revirada de olhos, mesmo. Convém medir bem antes de argumentar.
“Não fale com paredes.”
Fonte: DCM

Juiz nega pedido de redução das tarifas de pedágio no Paraná


O juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba, negou desta terça-feira, 9, à noite o pedido feito pelo governo do Paraná para que as tarifas de pedágio praticadas no Anel de Integração fossem imediatamente reduzidas em até 50%. O juiz destacou que uma ação provisória neste momento poderia acarretar ainda mais prejuízos aos paranaenses, pois poderia resultar em questionamentos pelas concessionárias de rodovias. Ainda há três anos de contrato pela frente.
Em 1998, o então governador Jaime Lerner, reduziu o pedágio de estradas federais no Paraná em 50%, às vésperas da eleição. Na sequência, esta foi uma justificativa usada pelas concessionárias para aditivos contratuais que terminarm por elevar ainda mais o preço da tarifa do pedágio. Além das concessionárias, o próprio Ministério Público Federal apresentou no processo parecer contrário à redução imediata das tarifas. Entre os argumentos estão o momento em que foi feito o pedido, na véspera da eleição, e também a falta de estudos técnicos para embasar o mesmo.
O juiz reconhece que os preços das tarifas estão altos em contraposição a baixa qualidade das rodovias. Segundo ele, “quando comparado com outros trechos objeto de concessões mais recentes, fica evidente que o modelo de licitação/contratação proposto na década de 1990 não foi o mais eficiente e adequado na perspectiva do usuário”. Por outro lado, o juiz afirma que a Operação Integração II, fase 55 da Operação Lava Jato, apura fraudes consideradas graves, mas que é necessário que o processo avance na produção de provas para que medidas de interferência e eventual ressarcimento possam ser ajuizados.
A ação judicial foi proposta pela gestão Cida Borghetti (PP) uma semana antes da eleição para o governo do Paraná. O governo também anunciou uma intervenção nas seis concessionárias, escolhendo policiais militares aposentados para entrar nas empresas e garantir acesso a documentos. O magistrado que analisou o pedido de redução das tarifas determinou que o termo intervenção seja substituído por inspeção.
Seis oficiais da reserva da Polícia Militar (PM) foram nomeados interventores por decretos assinados no dia 4 de outubro, três dias antes das eleições. Agora, eles serão chamados de inspetores. Os oficiais vão atuar dentro das concessionárias. Segundo o governo, eles devem impedir a continuidade dos atos irregulares nas concessões de pedágio no Paraná. Na prática, para o usuário das rodovias, nada muda. Os valores cobrados nos pedágios, assim como os lucros e dividendos das empresas continuam os mesmos.
A Operação Integração II investiga esquema de corrupção na concessão de 2.450 quilômetros de rodovias federais do Estado, administradas por seis concessionárias - Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná. O responsável pela ação penal é o juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal. A investigação é fundamentada nas delações premiadas do ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) Nelson Leal Júnior; do ex-presidente da Econorte, Helio Ogama; e do ex-diretor das concessionárias, Hugo Nuno, presos na primeira fase da operação, em fevereiro. 
Fonte: Bem Paraná

Manifesto inter-religioso pede voto em Haddad e une cristãos, judeus e muçulmanos


"Possa Nosso Deus único nos proteger, permitindo que o bem vença o mal, o amor e a compaixão vençam o ódio que foi semeado no coração de cidadãos brasileiros e que nos ajude fazendo com que todos retornem a consciência da palavra de Deus, em suas ações! Por tudo isso nós conclamamos o apoio aos candidatos Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, através do seu voto", diz o manifesto
247 - Entidades religiosas lançaram um manifesto pedindo votos para o candidato da frente democrática à presidência da República, Fernando Haddad (PT). 
"Possa Nosso Deus único nos proteger, permitindo que o bem vença o mal, o amor e a compaixão vençam o ódio que foi semeado no coração de cidadãos brasileiros e que nos ajude fazendo com que todos retornem a consciência da palavra de Deus, em suas ações! Por tudo isso nós conclamamos o apoio aos candidatos Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, através do seu voto", diz o texto.
Todos aqueles que professam a sua fé em Deus e nos valores éticos e morais do monoteísmo estão conosco a favor da civilização e do direito de todos os seres humanos conviverem em paz e harmonia. Judeus, cristãos e muçulmanos irmanados por um Brasil para todos e contra o obscurantismo.
Leia a íntegra:
Nós membros dos movimentos que subscrevem este manifesto, vimos a público neste momento decisivo em que a barbárie desafia a civilização, nos manifestar em nome da democracia.
Somos parte das três religiões monoteístas do mundo. Acreditamos em um Deus de bondade e de amor. Um Deus que ama todas suas criaturas, não importa sua cor ou seu gênero. Ele nos fez à sua semelhança, e nossa diversidade é a prova de um Deus que está em cada um de nós.
Toda vez que a fé foi utilizada para promover a paz, tivemos progresso e convivência pacífica entre os seres humanos. Mas quando utilizaram dela para promover o ódio, tivemos os piores períodos da nossa história.
Não podemos colaborar para que estes tempos sombrios voltem a surgir entre nós. A barbárie que bate a nossa porta não pode entrar.
O Judaísmo trouxe ao mundo a Bíblia Hebraica, o Cristianismo trouxe ao mundo os Evangelhos e o Islã o Alcorão, livros sagrados que orientam o ser humano a um mundo de respeito ao próximo.
Todos aqueles que professam a sua fé em Deus e nos valores éticos e morais do monoteísmo estão conosco a favor da civilização e do direito de todos os seres humanos conviverem em paz e harmonia. Judeus, cristãos e muçulmanos irmanados por um Brasil para todos e contra o obscurantismo.
Possa Nosso Deus único nos proteger, permitindo que o bem vença o mal, o amor e a compaixão vençam o ódio que foi semeado no coração de cidadãos brasileiros e que nos ajude fazendo com que todos retornem a consciência da palavra de Deus, em suas ações!
Por tudo isso nós conclamamos o apoio aos candidatos Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, através do seu voto.
Judeus contra Bolsonaro
Articulação Judaica
Movimento Nossa Voz - SP
Igreja Anglicana Latino Americana - MG
Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
Abrahamicos Unidos - Rio de Janeiro
Mesquita Sumayyah Bint Khayyat – Embu das Artes-SP
Comissão Justiça e Paz – SP
Juprog
Grupo Católico de Oração e Solidariedade Rio Maria-RJ
Cristãos e Cristãs contra o fascismo


Centrais sindicais declaram apoio a Haddad


As principais centrais sindicais brasileiras formalizaram apoio ao candidato do campo democrático à Presidência da República, Fernando Haddad, no segundo turno; de Haddad, eles esperam compromisso com a manutenção de direitos e um programa que contemple desenvolvimento com distribuição de renda; segundo o documento, a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), "privilegia o mercado financeiro sobre qualquer outro setor da sociedade" e tem "flagrante" intenção de suprimir direitos"
Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual As principais centrais sindicais brasileiras formalizaram nesta quarta-feira (10) apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, juntando no mesmo campo dirigentes que apoiaram pelo menos três outros nomes no primeiro turno das eleições 2018. Do petista, eles esperam compromisso com a manutenção de direitos, incluindo a revogação da "reforma" trabalhista e da Emenda Constitucional 95 (de congelamento de gastos públicos), e um programa que contemple desenvolvimento com distribuição de renda.
Segundo documento assinado por sete centrais e entregue a Haddad (confira no final) durante reunião em São Paulo, o outro candidato, Jair Bolsonaro (PSL), "privilegia o mercado financeiro sobre qualquer outro setor da sociedade" e tem "flagrante" intenção de suprimir direitos.
"É o candidato dos patrões, da Fiesp, de Temer, porque ele votou em todas as propostas de retirada de direitos. É contra a existência de sindicatos e de movimento sindical representativo e é defendido por toda a classe patronal do Brasil. É o candidato do capital financeiro, do agronegócio", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
O dirigente afirmou que, com Haddad, haverá garantia de interlocução com o movimento sindical, além de manutenção de políticas como a da valorização do salário mínimo. "A agenda do segundo turno é dos direitos sociais, civis. É a eleição de nossas vidas."
Haddad afirmou que o país vive retrocessos trabalhistas e sociais há dois anos, desde o impeachment, com a posse de Michel Temer. "É uma contradição nosso adversário dizer que vai manter todas as medidas do governo Temer e vai oferecer mais. Não é cortando direitos históricos da classe trabalhadora que vamos contribuir para o crescimento", acrescentando, repetindo frase que tem se tornando bordão da campanha: "Nossa solução não é uma arma numa mão e uma arma na outra. É uma carteira de trabalho numa mão e um livro na outra".
Segundo ele, não são apenas esses direitos que estão sendo ameaçados, mas também os civis. O petista citou casos recentes de violência. "É uma escalada que nós temos de interromper. Estamos falando de fundamentos de uma sociedade civilizada", afirmou. Após o encontro com os sindicalistas, Haddad revelou a jornalistas ter sido procurado hoje por tucanos, também preocupados com o momento político.
"O compromisso central é que só há desenvolvimento com valorização do trabalho", reforçou. Ela acrescentou que as mulheres são as principais prejudicadas com a lei de "reforma" trabalhista, citando o trabalho intermitente e a possibilidade de atividades em ambientes insalubres.
Progresso e democracia
O presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que os dirigentes da central estão do "lado do progresso, da democracia, do desenvolvimento, do futuro do país". O presidente licenciado da central, deputado reeleito Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, também líder do SD, apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno. "Estamos de corpo e alma na campanha Haddad/Manuela", disse Miguel. A candidata a vice na chapa, Manuela D´Ávila (PCdoB), também participou da reunião.
Os presidentes da UGT e da CSB não puderam comparecer, mas endossaram o documento. Estiveram ainda no encontro a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e os presidentes dos sindicatos dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, e dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão.
Miguel afirmou ainda que o movimento sindical já tem sofrido ataques "de uma política reacionária do atual governo", acrescentando que isso tende a piorar com uma vitória de Bolsonaro, citando ideias como a da criação de uma carteira profissional verde e amarela para trabalhadores com menos direitos e extinção do 13º salário. E lembrou que mesmo antes da definição das candidaturas, as centrais, independentemente de nomes, já haviam aprovado uma "agenda prioritária" dos trabalhadores, com 22 itens. "Construímos a unidade em torno de objetivos estratégicos."
Agora, segundo ele, é preciso que o próximo governo apresente um programa nacional de desenvolvimento, que contemple emprego, tecnologia e aumento da massa salarial. "Temos a obrigação de abrir o olho do trabalhador." O documento menciona que muitos trabalhadores, "desempregados e desalentados", podem estar sendo iludidos por um "canto da sereia", por meio de divulgação "notícias falsas e disseminação do ódio".
O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, lembrou que no primeiro turno a central se engajou na campanha de Guilherme Boulos (Psol). Agora, as entidades estão unidas "contra o retrocesso, contra o ódio, a violência e o fim dos nossos direitos, pelo futuro do povo brasileiro, da nossa frágil democracia", comparou. "A disputa aqui é entre a civilização e a barbárie."
Presidente da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho, acredita em "dias muitos nebulosos" em caso de vitória de Bolsonaro, com um ministério "só de generais". "Ele já disse que não vai aceitar nenhum tipo de ativismo", afirmou o dirigente, prevendo intensificação de medidas de repressão contra os movimentos sociais. "A criminalização da política é para tirar a gente do jogo", emendou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
Em nome das mulheres, a deputada estadual eleita Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, presidenta licenciada da Apeoesp (sindicato dos professores da rede pública paulista), disse que a "onda conservadora jogou pesado contra qualquer avanço que pudéssemos ter", o que prejudica, principalmente, as trabalhadoras. Segundo ela, o projeto da chapa liderada por Haddad "é o único que vai resgatar os direitos que havíamos conquistado". Bebel também defendeu a revogação da EC 95 e da "reforma" do ensino médio.
Candidato do PT ao governo de São Paulo, o ex-prefeito e ex-ministro Luiz Marinho ressaltou as diferenças de propostas. "Não representamos apenas um projeto, mas enfrentamento ao atraso", afirmou. "Nós sabemos o significado do desmonte de direitos", acrescentando que a candidatura adversária faz sinaliza com um "projeto ditatorial".
Confira o documento das centrais entregue a Haddad:
MOVIMENTO SINDICAL EM DEFESA DOS DIREITOS TRABALHISTAS E DA DEMOCRACIA
POR QUE A CLASSE TRABALHADORA DEVE ELEGER HADDAD
Em 28 de outubro teremos uma eleição decisiva para o futuro da classe trabalhadora brasileira. De um lado, Fernando Haddad, um candidato comprometido com a democracia, os direitos sociais e a soberania nacional. Do outro, um candidato que encarna o autoritarismo, a desnacionalização da economia e a extinção dos direitos sociais e trabalhistas, com consequências diretas na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras, como desemprego, a precarização do trabalho, redução dos direitos e da qualidade de vida.
Jair Bolsonaro defende os interesses de grandes corporações nacionais e estrangeiras, seu projeto privilegia o mercado financeiro sobre qualquer outro setor da sociedade. Sua intenção de supressão dos direitos dos trabalhadores é tão flagrante que o candidato afirmou que, se eleito, vai criar uma "nova" carteira de trabalho em contraposição à atual. Com esta fantasiosa carteira, o empregado não terá nenhum dos direitos previstos na CLT como férias, 13º salário e licença maternidade.
O programa de governo de Haddad está em sintonia com os interesses da Nação e do nosso povo. Propõe a revogação da reforma trabalhista e da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos. Propõe a retomada do desenvolvimento e crescimento econômico, com distribuição de renda, inclusão e justiça social e redução do desemprego. Defende o fortalecimento e a valorização da agricultura familiar e do salário mínimo, o combate da precarização do mercado de trabalho, a democratização dos meios de comunicação e uma política externa soberana.
Haddad está comprometido com a valorização das estatais, das empresas e bancos públicos, redução dos juros, isenção do imposto de renda para trabalhadores e trabalhadoras que ganham até cinco salários mínimos e de impostos para os mais pobres, manutenção da Previdência Social como política pública e a valorização das aposentadorias. O fim das privatizações e a valorização de todo setor energético, com a consequente redução das tarifas de combustíveis, luz e gás, também são compromissos já firmados.
Há uma massa de trabalhadores, desempregados e desalentados, sendo iludida pelo canto de sereia, desorientada pela profusão de notícias falsas e disseminação do ódio. Por isso, conclamamos uma reflexão pela democracia e por um futuro melhor para todos e todas.
Fernando Haddad personifica a democracia e a possibilidade de lutarmos por mudanças que o povo reclama e anseia: educação e saúde públicas de qualidade para toda a população, moradia, segurança, democracia, soberania e bem-estar social. Haddad colocará o povo brasileiro em primeiro lugar.
Por todas essas razões, as centrais sindicais brasileiras estão unidas neste segundo turno com Fernando Haddad. E, com a certeza de que Haddad é o melhor candidato, conclama a classe trabalhadora e o povo brasileiro a participar da campanha e votar para eleger Haddad o próximo presidente do Brasil.
Somente juntos conseguiremos defender a democracia, a soberania nacional e a valorização do trabalho e da classe trabalhadora.
São Paulo, 10 de outubro de 2018.
Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores - CUT
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores - UGT
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB
José Avelino Pereira (Chinelo), presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros - CSB
José Calixto Ramos, presidente Nova Central Sindical dos Trabalhadores - NCST
Edson Índio, secretário-geral da Intersindical


Roger Waters fala em censura e retoma protestos contra Bolsonaro


Em seu segundo show no Brasil com a turnê "Us + Them", Roger Waters repetiu a manifestação contra o fascismo; Waters aludiu à censura: o nome 'Bolsonaro' foi retirado da lista de fascistas projetada no telão por uma tarja, para, numa fração de segundo, aparecer e provocar reação da plateia; o coro "ele não" emergiu com força neste momento e as vaias foram menores do que no dia anterior. Um grupo começou o coro "Ei, Lula, vai tomar no cu"
247 - Em seu segundo show no Brasil com a turnê "Us + Them", Roger Waters repetiu a manifestação contra o fascismo. Waters aludiu à censura: o nome 'Bolsonaro' foi retirado da lista de fascistas projetada no telão por uma tarja, para, numa fração de segundo, aparecer e provocar reação da plateia. O coro "ele não" emergiu com força neste momento e as vaias foram menores do que no dia anterior. Um grupo começou o coro "Ei, Lula, vai tomar no cu". 
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo relata a manifestação de Waters: "entre as diversas frases exibidas em um telão durante a apresentação com repertório da banda britânica Pink Floyd, que teve Waters como baixista, guitarrista e vocalista, apareceu a mesma lista de nomes de políticos exibida na apresentação de terça (9). Incluía-se o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a advogada Marine Le Pan, candidata derrotada nas últimas eleições na França".
E comenta a censura ao nome do político extremista: "mas, no lugar onde, na noite anterior, estava cravado o nome de Bolsonaro, apareceu uma tarja em que estava escrita a frase 'ponto de vista político censurado'. A tarja sumiu apenas por uma fração de segundo, e o público pode ver que, debaixo dela estava, o nome Bolsonaro".
A matéria ainda narra a sequência das canções e suas alusões políticas: "logo após a canção, começaram os coros contra Bolsonaro na plateia. Era a metade do show e houve um intervalo. Waters saiu do palco e, no telão, foram exibidas mensagens pedindo resistência. 'Resista a Mark Zuckerberg', 'Resista ao lixo despejado nos oceanos', 'resista ao neofascismo', 'resista àqueles que lucram com as guerras'."
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo termina com um trecho irônico, ainda que não se possa saber se foi intencional ou não: "embora tenha mantido o protesto contra Bolsonaro, Waters fez um recuo em relação ao show anterior e não exibiu no telão a frase 'ele não', que marcou o movimento de oposição ao candidato principalmente pelas mulheres. O cantor optou por reformular sua posição, expressando-se indiretamente. Quase no fim do show, a tela mostrou a frase 'nem fodendo'."