sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Reinaldo Azevedo: elite escolarizada é fábrica de fake News


O jornalista Reinaldo Azevedo afirma que a elite escolarizada brasileira vai dando mostras de que é o segmento mais atrasado moralmente da sociedade; para Azevedo, "Setores da elite universitária brasileira são hoje os principais clientes das mentiras espalhadas nas redes sociais; é um assombro que assim seja; aqueles que, em tese, dispõem dos instrumentos mais afinados para apontar o que está fora do tom se mostram os maiores entusiastas de cacofonias muitas vezes sórdidas"
247 - O jornalista Reinaldo Azevedo afirma que a elite escolarizada brasileira vai dando mostras de que é o segmento mais atrasado moralmente da sociedade. Para Azevedo, "Setores da elite universitária brasileira são hoje os principais clientes das mentiras espalhadas nas redes sociais. É um assombro que assim seja. Aqueles que, em tese, dispõem dos instrumentos mais afinados para apontar o que está fora do tom se mostram os maiores entusiastas de cacofonias muitas vezes sórdidas".
Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, o jornalista diz se espantar com as possibilidades embutidas nas atitudes desses agentes com curso superior: "são, entre outros profissionais, médicos, engenheiros, dentistas, economistas, advogados —e, por óbvio, não estou aqui a cometer o erro da generalização. Também há, e espero que em maior número, os que se mostram capazes de ponderar e que ainda não renunciaram à lógica elementar em favor da falácia".
Reinaldo Azevedo se pergunta: "quando essas pessoas estão a fazer uma incisão num abdômen, a calcular os materiais de uma ponte, a tratar o canal de um dente, a fazer uma planilha de custos, a articular os códigos legais que nos regem, pergunto: usam ou não a razão e o saber acumulado? Apelam a métodos já testados, verificados e verificáveis de precisão, buscando cercar as margens de erros, ou atuam segundo fundamentos místicos, o 'ouvi dizer', o 'só pode ser'? Apelam à ciência ou dão três toques na madeira?"


O recado de Lula nas vésperas da eleição: Haddad é o cara


O ex-presidente Lula gostou muito do desempenho de Fernando Haddad no debate presidencial promovido ontem à noite pela TV Globo, especialmente aquela sabugada que o candidato do PT deu em Alvaro Dias (Podemos).
“Você precisa ter mais compostura no debate. Não respeita o tempo e não respeita adversários, faz brincadeira”, fuzilou Haddad o ex-tucano Alvaro Dias. O petista ainda completou: “Vamos parar de vender o que é do povo para os Estados Unidos.”
Preso político há 6 meses na Polícia Federal de Curitiba, por meio de seus porta-vozes, Lula mandou mais um recado nas vésperas da eleição: Haddad é o cara.
Ainda no debate, ao falar das medidas dos governos do PT sobre o combate à corrupção, Fernando Haddad disse que Lula é inocente e que não pode um juiz [Sérgio Moro] perseguir os inimigos e ajudar os amigos. Bingo.
“O líder das pesquisas, que poderia ganhar no primeiro turno, foi impedido de participar da eleição em um função de uma decisão arbitrária. Estou falando do Lula, que estava com 40% das intenções de voto”, afirmou Haddad durante o debate.


Mulheres convocam 2º grande ato contra Bolsonaro em SP


Mulheres irão às ruas da cidade de São Paulo pela segunda vez manifestar repúdio a crescente ameaça fascista no Brasil, no próximo sábado (6); o primeiro grande ato #EleNão levou mais de ​500 mil pessoas às ruas da capital paulista, saindo do Largo da Batata e terminando na Avenida Paulista
247 - Mulheres irão às ruas da cidade de São Paulo pela segunda vez manifestar repúdio a crescente ameaça fascista no Brasil, no próximo sábado (6). O ato, ​convocado através de redes sociais​, é organizado coletivamente por mulheres de diversas orientações políticas e diferentes formas de organização. Com concentração marcada para às 15h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), o ato já conta com quase 200 mil pessoas interessadas ou que sinalizaram que compareceram no evento. No último sábado (29), o primeiro grande ato #EleNão levou mais de ​500 mil pessoas às ruas da capital paulista, saindo do Largo da Batata e terminando na Avenida Paulista.
O objetivo da manifestação no dia 6 é, mais uma vez, denunciar a violência fascista que tem emergido das multidões na eleição de 2018 e reafirmar a luta e resistência das mulheres, em sua imensa pluralidade, a toda expressão de machismo, racismo, intolerância às diferenças e discursos de ódio contra minorias sociais. No manifesto divulgado, o grupo organizador elenca 5 principais razões pelas quais estão convocando mulheres e homens às ruas contra o fascismo, destacando que as recentes expressões de violência e intolerância ameaçam “nossas conquistas e nossa já difícil existência” e reitera o compromisso das mulheres na luta antifascista.
“Não queremos ditadura ou fascismo nem a ampliação da matança policial-militar nas ruas, responsável pelo genocídio da juventude negra. Queremos liberdade, igualdade, justiça social e direitos!”, defende o manifesto.
Em resposta às acusações de que o ato das mulheres no último sábado foi responsável pelo crescimento de um candidato fascista na pesquisa eleitoral, a organização da mobilização deixa claro seu repúdio em relação a mais um tentativa de desqualificação do que foi a maior manifestação organizada por mulheres da história do Brasil.
Existem várias justificativas que podem explicar a ascensão desse aumento em pesquisas, para citar algumas: os interesses dos próprios institutos de pesquisa no resultado eleitoral, o apoio da maior igreja evangélica do país, o imenso sentimento antipetista generalizado em todo país e a disseminação de fake news, maior frente de campanha do candidato em questão. Escolher culpabilizar a primavera feminista pela ascensão do fascismo é mais uma expressão do machismo da sociedade brasileira.
Bolsonaro já manifestou posições misóginas e fascistas, como "eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher". A declaração foi concedida em palestra na Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril do ano passado.
Em 2014, o parlamentar disse que não estupraria a colega Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia. "Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece", afirmou o congressista, após a parlamentar defender vítimas da Ditadura Militar (1964-1985).
O presidenciável também defende abertamente a pena de morte, manifestou posição contra direitos humanos nos presídios, e é a favor do porte de armas para a população.
Serviço:
2º grande ato das mulheres contra o fascismo #EleNão Data:​ 6 de outubro de 2018 (sábado)
Local:​ Concentração no vão livre do MASP, a partir das 15h Endereço: ​Av. Paulista, 1578 - Bela Vista, São Paulo - SP 
Mais informações: Bruna - 11 97670-8810 Andreza - 11 97740-6205 Regina - pichuru@gmail.com


Indústria de armas, agronegócio, mineradoras e igrejas bancam campanha de Bolsonaro


Apesar dos dados do TSE apontarem que a maior parte dos recursos da campanha do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) vem de uma vaquinha virtual, que arrecadou R$ 904.558,00, valor quase três vezes maior que os R$ 334.750,24 repassado pelo seu partido, o  professor e filósofo Paulo Ghiraldelli, diz que os verdadeiros financiadores são "o minério, a indústria da bala e os parlamentares que os representam, associados aos ruralistas, mais a indústria da fé"; "Nunca forças tao retrógradas conseguiram fazer um candidato", ressalta
Rede Brasil Atual - O debate moral ganhou as ruas e as redes sociais nas eleições de 2018. A exploração de aspectos morais do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) para atacá-lo ou defende-lo tornou-se mais intensa a partir do movimento #EleNão, que levou milhares de pessoas às ruas no último sábado em várias cidades do Brasil e do Exterior.
Esses aspectos, que pela primeira vez dão o ritmo à campanha eleitoral, estão longe de ser os mais importantes e ofuscam o que realmente interessa: quem financia Bolsonaro, que mantém uma máquina milionária de cooptação de adeptos através de um exército incomensurável atuante nas redes sociais tendo como principal matéria prima as mentira - tanto sobre ele próprio quanto sobre o principal adversário?
Se Bolsonaro "critica" tanto a mídia, sobretudo a Globo, por que essa mesma mídia – movida a interesses empresariais – o adota como preferido e oferece a ele um noticiário tão favorável a poucos dias da eleição, quanto desfavorável a Fernando Haddad?
No The Intercept Brasil: As empresas e processos que o coordenador da campanha de Bolsonaro esconde

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maior parte dos recursos da campanha vem de uma vaquinha virtual feita entre seus fãs e apoiadores, que arrecadou R$ 904.558,00, valor quase três vezes maior que os R$ 334.750,24 repassado pelo seu partido.

Mas segundo o filósofo, professor e escritor Paulo Ghiraldelli, em vídeo divulgado em seu perfil no Facebook (confira abaixo), não é o financiamento coletivo de eleitores que está pagando a campanha do candidato.
"O Brasil não é como os Estados Unidos, onde a população coloca dinheiro no chapéu de candidatos. Aqui é gente rica que troca favores com os políticos claramente".
Para Ghiraldelli, a disputa está entre grupos que aceitam o Brasil capitalista moderno e os que querem um Brasil predatório, arcaico, que precisa conviver com leis escravistas. "O minério, a indústria da bala e os parlamentares que os representam, associados aos ruralistas, mais a indústria da fé, simbolizam o Brasil arcaico, que não pensa, do analfabetismo, que pertence ao campo. Reparem como aumentou o tamanho da bancada da bala, do boi e da Bíblia. Não há possibilidade de campanha nacional sem dinheiro".
Segundo o filósofo, o dinheiro está vindo exatamente desses setores. "Se Bolsonaro for eleito, ele vai levar esse país para um grau de violência no campo e deterioração ecológica que vamos levar muitas gerações para recuperar, se é que vamos recuperar", adverte.
Fim do 13º
A preocupação de Bolsonaro com a repercussão da fala de seu vice General Hamilton Mourão (PRTB) a empresários, defendendo o fim do 13º salário, reforça a opinião do filósofo.
Mourão se dirigia a patrões de diversos setores, como a mineração, a indústria de armamentos, agronegócio e as igrejas, segundo ele. "A mineração é um grupo forte, grande, com vínculos internacionais. O que se quer é pegar terra indígena para mineração. O grupo da bala, dos armamentistas, associados aos ruralistas, que querem afrouxar a legislação ambientalista, deixar armar a população de patrões do campo. E o terceiro grupo econômico é formado pelos pastores. Igreja é local de lavagem de dinheiro, com associação ao tráfico e aos políticos, outro lobby de muita gente com grana que está apostando no Bolsonaro".
Para Ghiraldelli, esses três grupos representam a parte mais atrasada, que trabalha pela exploração, sem perspectiva de futuro e que querem o comando do país por meio da exploração da fé, da terra e da vida.
"Nunca forças tao retrógradas conseguiram fazer um candidato. Elas sempre foram na rabeira, como a Fiesp, os banqueiros. Agora se desprenderam das forças urbanas e estão com o próprio candidato. Deram sorte de esse candidato se envolver em uma discussão moral – o #EleNão – que esconde uma discussão trabalhista, no campo, sobre o minério, como a indústria armamentista cresceu assustadoramente, que quer o controle do governo que tem exérito e polícia para fazer compra estatal."
Financiadores oficiais
Segundo os dados do TSE, há doações de R$ 30 mil do empresário do agronegócio Takashi Nishimori. A reportagem não conseguiu apurar se há parentesco com o deputado ruralista Luiz Nishimori (PR-PR), relator do Pacote do Veneno na comissão especial da Câmara.
Há outros R$ 10 mil do advogado Gustavo Bebbiano Rocha, sócio da também advogada Marianna Fux, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, R$ 25 mil de Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa Engenharia, R$ 20 mil de Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu, e R$ 20 mil do sócio de Afrânio, Eugênio Veras Vieira.