quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Haddad denuncia enxurrada de fake news da campanha de Bolsonaro


O presidenciável Fernando Haddad (PT) denunciou uma enxurrada de "fake-news" (notícias falsas) contra ele; "Está rolando, por exemplo, que eu quero fechar igrejas. Eu sendo neto de um líder religioso. Estão dizendo que estamos distribuindo material impróprio para crianças, eu sendo professor universitário, educador e ex-ministro da Educação", afirmou ele em vídeo; jornalista Bernardo Mello Franco também alertou sobre fake-news contra Haddad e contra a vice dele, Manuela D'Ávila (PCdoB); o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a disseminação de boatos tem ajudado a turbinar a campanha Bolsonaro nas pesquisas; assista ao vídeo de Haddad
247 - O candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, denunciou uma enxurrada de fake-news contra a campanha do PT e contra ele. O mesmo está fazendo a candidata a vice da chapa, Manuela D'Ávila, que tem sido vítima de uma torrentes de notícias falsas.
"Não é fácil construir partido para mudar para melhor a vida do povo brasileiro.  Foi um longo percurso para chegarmos até aqui.Mas nessa reta final de campanha está rolando muita 'fake-news', muita mentira nas redes sociais e eu estou aqui para pedir o seu apoio, pedir para você evitar este tipo de mentira, denunciar. Está rolando, por exemplo, que eu quero fechar igrejas. Eu sendo neto de um líder religioso. Estão dizendo que estamos distribuindo material impróprio para crianças, eu sendo professor universitário, educador e ex-ministro da Educação", afirmou o presidenciável em vídeo.
Segundo Haddad, "este tipo de jogo baixo acontece nessa reta final de campanha, mas temos de pensar grande, pensar um Brasil de emprego, educação, saúde, da paz. Não vamos construir um País democrático com mentiras, ofendendo as pessoas, os professores". "E, se vocÊ recebe uma notícia falsa no seu celular, reencaminhe para o número (11) 94131-3327. Vamos tomar as providências devidas. Você merece um Brasil melhor. Até a vitória".
Em sua coluna no jornal O Globo, intitulada "A mentirada que influencia a urna", o jornalista Bernardo Mello Franco alertou sobre fake-news contra Haddad e contra a vice dele, Manuela D'Ávila (PCdoB). Em uma montagem fotográfica, a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul usa uma camiseta com a inscrição “Jesus é travesti”.
A mentira sobre Manuela foi amplamente divulgada com mensagens sugerindo que mães, famílias e cristãos não deveriam votar nela. Manuela rebateu: "Eles dizem proteger a moral e os bons costumes, mas são os primeiros a usar este tipo de estratégia suja nas campanhas (...). Prestem atenção! Mentiras não passarão! Nos ajude a compartilhar a verdade", disse (veja mais aqui).
Em sua coluna, Melo Franco também afirma que, segundo o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a disseminação de boatos tem ajudado a turbinar a campanha Bolsonaro nas pesquisas. "O material está chegando fartamente pelo WhatsApp, o que certamente influencia o eleitor", afirma Paulino.
Sobre Haddad, a notícia falsa, alertou o jornalista, é a de que, em uma eventual gestão dele, as crianças virariam propriedade do Estado.
A campanha do candidato criou um canal para receber e rebater denúncias de fake news e, 12 horas depois da iniciativa, recebeu 5 mil mensagens (leia mais aqui).


Bolsonaro é Temer elevado ao quadrado, diz economista


"O projeto de Jair Bolsonaro é antinacional, antipopular e antidemocrático. Finge que não tem desigualdade no Brasil. Não tem diálogo, é na base da porrada. É o Temer elevado ao quadrado"; diz o economista Guilherme Mello; "Os únicos que têm a temer numa vitória de Haddad são aqueles que não produzem, não trabalham e só enriquecem. Esses têm a temer porque o programa que o Haddad representa ataca os interesses deles, propõe distribuição de renda", observa
Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no Tutaméia - "O projeto de Jair Bolsonaro é antinacional, antipopular e antidemocrático. Finge que não tem desigualdade no Brasil. Não tem diálogo, é na base da porrada. É o Temer elevado ao quadrado". A definição é do economista Guilherme Mello em entrevista ao Tutaméia. 
Integrante da equipe de formulação do programa de governo de Lula/Haddad, Mello trata na conversa de detalhes do plano do PT. Diz:
"Os únicos que têm a temer numa vitória de Haddad são aqueles que não produzem, não trabalham e só enriquecem. Esses têm a temer porque o programa que o Haddad representa ataca os interesses deles, propõe distribuição de renda. Mas mesmo esses caras, se pensarem com a cabeça fria, vão ver que é muito melhor viver num país que tem emprego, que está crescendo. Que podem ganhar mais dinheiro do que vivendo num pais como hoje, que é o caos social. Isso não é bom para ninguém".
Para ele, a situação não é fácil porque "existe muito rancor criado nesses anos". E emenda: "O líder tem que ter essa capacidade de superar o rancor, de conversar com quem é contra ele. Só vejo isso no Haddad. O pessoal do mercado que está apostando... Tem gente que está apostando no caos. Sempre tem gente que está apostando no caos. O caos dá dinheiro para algumas pessoas".
Doutor em economia pela Unicamp, ele discorre sobre as conquistas dos governos petistas: crescimento, emprego, redução de desigualdades, políticas de interesse nacional na economia e nas relações externas. "Muito disso desmoronou", afirma. O golpe, ressalta, tirou de cena "o projeto no qual o povo brasileiro é visto como solução".
VENDA DO FUTURO
Na sua visão, foi implantado um projeto "antipopular, antidemocrático e antinacional. É uma descrença total no nosso país e no nosso povo para nos desenvolvermos".
Mello, 35, condena a política entreguista do governo golpista. Fala do desmonte da Petrobrás, da venda da Embraer, do esvaziamento do BNDES. A lógica, segundo ele, é "vender o quanto antes para conseguir dinheiro para pagar as contas. Está se vendendo o futuro, a perspectiva que tínhamos para fortalecer a indústria, a tecnologia, a educação, a saúde. Se a gente não tem projeto de país, os outros têm, a China, os EUA têm".
Para ele, para reverter o legado destrutivo do golpe "será fundamental o apoio da sociedade. Haddad tem um recado claro: esse projeto do golpe eu não quero. Também não quero o projeto do fascismo, quero um projeto democrático popular".
MEDIDAS EMERGENCIAIS E DE LONGO PRAZO
Ao TUTAMÉIA, o economista discorre sobre as medidas emergenciais do plano Lula/Haddad: retomar obras paradas, o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, fortalecer o salário mínimo. Será preciso, diz, "dar um gatilho na economia, com a retomada na renda, no consumo, com renegociação das dívidas das famílias".
Mello advoga a revogação de medidas golpistas, como as regras para o Pré-Sal. "É preciso rever e rearticular marco para o Pré-Sal, o nosso passaporte do futuro", afirma, falando também sobre a reforma trabalhista e a emenda 95, a "PEC da morte", que fixou teto para os gastos públicos. "Não é possível o Estado brasileiro conviver com essa regra. Ela impede que o Estado brasileiro forneça serviços públicos minimamente de qualidade. É uma emenda à Constituição que destrói a Constituição".
Num terceiro plano, há propostas de médio e logo prazo, como as reformas bancária e tributária. "Está mais claro do que nunca que a nossa estrutura tributária é inaceitável. A sociedade sabe que está sendo penalizada".
CARTEL DE BANCOS
Nesta entrevista, Mello fala sobre câmbio, juros e política industrial. Sobre bancos, afirma:
"O sistema financeiro deve ajudar a ter acesso a crédito. Quando ele atua ao contrário, ele não está cumprindo sua função social. No Brasil, o sistema bancário não cumpre sua função social deste ponto de vista. Em grande medida porque é um mercado altamente concentrado: cinco grandes bancos detêm mais de 80% dos ativos do mercado. É basicamente um cartel, se comportam da mesma maneira".
Para ele, "São poucos bancos que não concorrem entre si. O setor é muito concentrado e tem pouca competição. Esse cenário de alta concentração e pouca competição faz com que os bancos não ofertem o crédito no volume e no preço que poderiam ofertar caso competissem. Eles se protegem, mantêm rentabilidade –sempre muito alta–, mas não cumprem sua função". E aponta:
"Vamos colocar esse pessoal para competir. Vamos criar um sistema de premiação e punição. Quem quiser competir vai ser premiado. Vai pagar menos imposto. Quem oferecer crédito mais abundante a taxas mais baixas vai ter uma carga tributária mais baixa. É a ideia de progressividade aplicada ao mercado financeiro. Ele vai ser forçado a concorrer. Isso vai ajudar a desconcentrar o sistema no longo prazo".