terça-feira, 11 de setembro de 2018

Raquel Dodge pede arquivamento de inquérito contra Aécio Neves no STF


Felipe Pontes
Da Agência Brasil
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta terça-feira (11) o arquivamento de um inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Supremo Tribunal Federal (STF). O senador é investigado por supostamente ter atuado para fraudar registros do Banco Rural remetidos à CPMI dos Correios, em 2005.
O inquérito teve como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, que presidiu a CMPI e relatou ter sido procurado por Eduardo Paes, então deputado pelo PSDB, que lhe teria pedido, em nome de Aécio, que adiasse o prazo dado ao Banco Rural para o envio dos documentos, de modo a haver tempo para a fraude.
O objetivo, segundo Delcídio, seria maquiar dados que pudessem revelar esquema semelhante ao Mensalão sendo operado pelo publicitário Marcos Valério na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em benefício do então governador Aécio Neves e de seu vice, Clésio de Andrade.
Ao pedir o arquivamento do inquérito, Raquel Dodge argumenta que “a autoridade policial não recolheu provas ou elementos de convicção suficientes para corroborar as declarações do colaborador e permitir a instauração da ação penal”.
“Além disso, ante o tempo decorrido desde o ano 2005, quando os fatos teriam ocorrido, a autoridade policial não vislumbra outras diligências que lhe permitam elucidar os fatos e sua autoria, além das diversas medidas já adotadas, que eram potencialmente úteis ao avanço da apuração, mas não desvendaram os fatos em sua inteireza”, acrescentou a PGR.
Policia Federal
Em relatório encaminhado em maio, o delegado da PF Heliel Jefferson Martins Costa, entretanto, concluiu que ser “seguro afirmar que no início do segundo semestre de 2005, por intermédio de pessoa não plenamente identificada, Aécio Neves da Cunha e Clésio Soares de Andrade ofereceram vantagem indevida a Delcídio do Amaral para que este, na condição de presidente da CPMI dos Correios, viabilizasse o retardamento e a inadequação de remessa pelo Banco Rural de informações bancárias envolvendo as empresas de Marcos Valério”.
Ainda assim, Raquel Dodge afirmou que “não há elementos suficientes para fundamentar a continuidade do inquérito”. Caberá ao relator do caso, ministro Gilmar Mendes, decidir sobre o pedido da PGR para arquivar o processo.


Quem é Malucelli, amigo de Moro, que escapou da prisão na Lava Jato, mas foi alcançado pelo MP do Paraná. Por Joaquim de Carvalho

Moro e Malucelli (primeiro à esquerda), num show de Fagner


ESTE PERFIL DE JOEL MALUCELLI FOI PUBLICADO EM 9 DE MARÇO DE 20018 E ESTÁ SENDO ATUALIZADO E REPUBLICADO AGORA, EM RAZÃO DO DECRETO DE PRISÃO DO EMPRESÁRIO.
A 49a. Fase da Operação Lava Jato jogou os holofotes da Polícia Federal para Delfim Netto, poderoso no passado, hoje quase um zumbi.
Não significa que não deva responder por crimes que tenha praticado.
Mas esta investigação não será justa se não apresentar em todos os seus contornos o papel do empresário Joel Malucelli, dono de uma empreiteira que participou do esquema de corrupção que, segundo a Lava Jato, superfaturou a construção da usina de Belo Monte. O consórcio de empreiteiras é que teria pago propina para Delfim Netto.
Até aqui, o nome de Malucelli tem sido preservado, o que é altamente suspeito, já que, em Curitiba, é conhecida a sua amizade com o juiz Sergio Moro. O primeiro a tratar dessa relação foi o empresário Mário Celso Petraglia, que foi presidente do Atlético Paranaense. 
Em 2014, Petraglia compartilhou em sua página no Facebook uma nota que associava Malucelli e Sergio Moro. Dizia a postagem:
– Segundo informações de pessoas próximas à Operação Lava Jato, o informante do Juiz Federal Sérgio Fernando Moro nas investigações seria Joel Malucelli, suplente do Senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Segundo Petraglia, Malucelli já era tratado de senador pelos amigos. A razão é que, pela articulação em curso, Malucelli assumiria o senado na hipótese de Aécio vencer as eleições.
É que o empresário amigo de Moro é suplente do Álvaro Dias, na época cotado para ministro num hipotético governo do PSDB.
É o que explicaria o avanço da Lava Jato contra o PT, Lula e Dilma, que teve seu apogeu no vazamento distorcido de um depoimento de Aberto Yousseff — uma espécie de doleiro de estimação de Moro —, às vésperas da eleição.
Com o vazamento, Veja antecipou a edição em que Lula e Dilma apareciam acima do título com a informação falsa de que Yousseff teria dito que os dois sabiam do esquema de corrupção na Petrobras.
Apesar do golpe baixo, Aécio perdeu, mas a Lava Jato continuou mais poderosa e o que aconteceu todos sabem: Dilma caiu, num ambiente político contaminado pelos vazamentos dos processos sob condução de Moro.
A postagem de Petraglia não está mais em sua página no Facebook e ele acabou implicado em uma denúncia antiga, tirada dos arquivos da Polícia Federal, que se transformou em um processo por lavagem de dinheiro, na Vara de Moro. Nada a ver com a Lava Jato, mas com outras ações do ex-presidente do Atlético Paranaense.
Petraglia não fala sobre o episódio (eu o procurei em Curitiba).
O grupo Malucelli, com um patrimônio avaliado em R$ 2 bilhões, possui mais de 40 empresas, atuando desde a construção pesada até meios de comunicação, intercalando usinas hidrelétricas, sistema financeiro, futebol entre outros.
Malucelli é dono de emissoras de rádio, da TV Bandeirantes em Curitiba e Maringá, além de ser banqueiro e empreiteiro , com participação em diversos pedágios no Paraná.
É proprietário do Paraná Banco e, em 2008, constituiu a primeira resseguradora privada do Brasil. O Grupo J. Malucelli foi, por meio de sua seguradora, a pioneira na emissão de apólices pela internet.
A Band News, uma de suas emissoras, teve acesso em 2006 a uma cópia de grampos de conversas telefônicas e  ambientais que mostravam Moro em conversas constrangedoras
Em uma delas, conversando com o amigo e advogado Carlos Zucolotto Júnior, Moro quebra o sigilo de uma investigação ao comentar a prisão de algumas pessoas envolvidas em denuncia de crime de colarinho branco — um desses presos é negro e Moro fez referência à cor de sua pele com um vocabulário que, se a conversa fosse vazada, comprometeria sua imagem de homem educado. Zucolotto ligou para dizer que Moro estava famoso, e ouviu os comentários desairosos do amigo.
Mas a Band News não divulgou o grampo. Os jornalistas envolvidos na cobertura dizem que não foi por pressão de Malucelli. Teria sido avaliação dos próprios profissionais, que não quiseram divulgar as conversas em razão da origem clandestina das escutas.
O empresário, entretanto, não é do tipo que dá carta branca a seus subordinados. Em outro episódio, ele mandou embora jornalistas que fizeram a cobertura crítica da tentativa de mudança do sistema de previdência da Assembleia Legislativa.
A lei acabou não aprovada. Mais tarde, um dos jornalistas demitidos acabou descobrindo que Malucelli perdeu muito dinheiro com essa derrota. Seu banco, o Paraná, é que administraria o fundo de previdência que seria criado.
Malucelli continua poderoso no Estado. Ele é presidente do Podemos, o partido a que o senador Álvaro Dias se filiou depois de deixar o PSDB.
Com 4 anos de seu terceiro mandato consecutivo, que vai até 2022, Álvaro Dias é candidato a presidente da República. Tem chances mínimas de se eleger, mas pode ocupar um espaço que o leve a um ministério em 2019. Com isso, Malucelli poderia se tornar senador e transformar em realidade o desejo dos amigos.
A Lava Jato, até agora, não tem sido obstáculo a seus planos.
A prisão decretada neste 11 de setembro de 2018 foi solicitada pelo Ministério Público Estadual do Paraná, sem relação direta com a Lava Jato.
Malucelli e Álvaro Dias, os manda-chuvas do Podemos

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PS: Há na rede social uma foto em que Moro aparece com Malucelli. É de maio de 2015 e foi publicada na coluna de Cícero Cattani. Ele diz:
O juiz Sérgio Moro foi a figura mais assediada durante a festa de comemoração pelos dez anos da Abrabar-PR (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), no bar Santa Marta, na noite de segunda-feira. Cumprimentado pelas autoridades presentes pelo trabalho que realiza a frente da Operação Lava Jato e muito solicitado para selfies, ele assistiu ao show do cantor Fagner, principal atração da festa, num camarote acompanhado da mulher, Rosângela, e alguns amigos.
Na foto, o juiz federal Sérgio Moro (de camisa preta) com o deputado estadual Ney Leprevost, o empresário Joel Malucelli (ambos à esq.), o Ouvidor Geral de Curitiba, Clóvis Costa (de camisa branca), o cantor Fagner e o presidente da Abrabar-PR, Fabio Aguayo (com a placa na mão), na festa pelos dez anos da entidade no bar Santa Marta – Pedro Mariucci Neto.

Fonte: DCM


Grupo de mulheres contra Bolsonaro tem mais de 740 mil participantes


Até as 15 horas desta terça-feira 11, mais de 740 mil mulheres já participavam do grupo fechado "Mulheres Unidas contra Bolsonaro"; uma hora antes, o número era de cerca de 680 mil; postagens indicam disposição das mulheres em votar em qualquer candidato com possibilidade de vencer Bolsonaro em um eventual segundo turno
247 - O receio de que as posições machistas e racistas do candidato Jair Bolsonaro se concretizem, caso ele vença as eleições, levou milhares de mulheres a criar um grupo fechado no Facebook para criticar as ideias preconceituosas do presidenciável. A página fechada "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro" foi criada no dia 30 de julho e o número de adesões tem crescido de forma espantosa.
Até as 15 horas desta terça-feira 11, mais de 740 mil mulheres já participavam. Uma hora antes, o número era de cerca de 680 mil. Parte das postagens indica a disposição das mulheres em votar em qualquer candidato com possibilidade de vencer Bolsonaro em um eventual segundo turno.
Segundo uma das colaboradoras do grupo, Janete Moro, há "uma diversidade de inclinações políticas de maioria no campo da esquerda, com um ponto em comum que é combater Bolsonaro e as forças fascistas promovidas pela mídia golpista".
Segundo as regras postadas no perfil da página, o grupo é voltado apenas para mulheres, cis e trans, não sendo permitido discursos de ódio, bullying, promoção, spam ou postagens sobre outros candidatos.
No texto de abertura, as administradoras ressaltam que a ideologia representada por Bolsonaro "em princípio nos atormenta pelas ameaças as nossas conquistas e direitos é uma grande oportunidade para nos reconhecer como mulheres. Esta é uma grande oportunidade de união! De reconhecimento da nossa força! O reconhecimento da força da união de nós mulheres pode direcionar o futuro deste país! Bem-vindas aquelas que se identificam com o crescimento deste movimento".
A rejeição de Bolsonaro é grande entre as mulheres. Apesar de liderar a disputa presidencial com 24% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (10) e possuir 17% da intenção de voto do eleitorado feminino, ele é rejeitado por 49% delas. Detalhe: as mulheres somam 52% do total de eleitores do Brasil.


“Mercado” sente que Haddad já ganhou: bolsa despenca e dólar vai a R$ 4,18


Por mais que a mídia alinhada ao golpe tenha tentado esconder, a grande novidade do Datafolha é a força do PT; segundo a pesquisa, 33% dos eleitores votam com certeza em quem Lula indicar, ou seja, Fernando Haddad, e 16% podem vir a votar – o que abre espaço até para uma vitória em primeiro turno; Haddad promete taxar lucros e dividendos, assim como aumentar o IR dos mais ricos, para distribuir melhor a riqueza; outra promessa é a democratização da mídia
Infomoney - Os negócios no mercado brasileiro são, mais uma vez, influenciados pelas expectativas com as eleições presidenciais. Os investidores repercutem a pesquisa Datafolha nesta terça-feira (11), que não mostrou o enfraquecimento da esquerda, conforme era esperado após o atentado sofrido por Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (6). Ao mesmo tempo, as bolsas internacionais registram queda, de olho na tensão comercial entre China e Estados Unidos.
Às 11h38 (horário de Brasília), o Ibovespa acentuava suas perdas e tinha queda de 2,18%, aos 74.768 pontos. O contrato do dólar com vencimento em outubro registrava ganhos de 2,09%, cotado a R$ 4,18, e o dólar comercial subia 1,83%, para R$ 4,168 na venda. O risco-Brasil, medido pelo CDS, e os juros futuros também sobem.
O Datafolha mostrou aumento dentro da margem de erro para Bolsonaro, que agora tem 24%, oscilando para cima contra 22% no levantamento de 22 de agosto. Em segundo lugar, a disputa ficou embolada entre quatro candidatos: Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), provável candidato do PT com a impugnação da candidatura de Lula pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Vale destacar a evolução dos nomes nas pesquisas: Ciro apresentou um notável crescimento, Marina "desidratou", Alckmin chegou aos dois dígitos, mas com crescimento ainda em ritmo baixo, ao mesmo tempo em que Haddad passou de 4% na pesquisa de 22 de agosto para 9% no levantamento divulgado ontem. Já no segundo turno, Bolsonaro não venceria em nenhum dos cenários simulados (veja a análise clicando aqui).
Ainda no destaque político, Haddad deve assumir hoje a chapa presidencial do PT, até 19h (de Brasília) quando termina o prazo para que o partido oficialize a troca de candidato. Além disso, é esperada para essa noite a divulgação de mais uma pesquisa, do Ibope.
Enquanto isso, durante a manhã, mais um fator complicador para Alckmin: o seu correligionário, o ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso na manhã desta terça-feira pelo Gaeco em Curitiba, no Paraná.
O cenário externo também não é favorável. O crescente receio sobre as relações comerciais entre as maiores economias do mundo pressionam as bolsas globais. Segundo a Reuters, a China pediu autorização à OMC (Organização Mundial do Comércio) para impor tarifas aos Estados Unidos. A Casa Branca anunciou na segunda-feira (10) que está coordenando uma segunda reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Destaques da Bolsa
A Petrobras registra queda de mais de 2%, a Eletrobras (ELET3 -5,66%;ELET6 -5,85%) tem queda de mais de 3%, enquanto os bancos como Banco do Brasil (BBAS3 -3,94%), Bradesco (BBDC3 -3,73%;BBDC4 -3,57%) e Itaú Unibanco (ITUB4 -3,3%) caem entre 2% e 3%. Com a alta do dólar comercial, apenas empresas exportadoras sobem no Ibovespa, caso de Suzano (SUZB3 -1,74%), Fibria (FIBR3 +0,34%) e Embraer (EMBR3 +0,2%).