domingo, 29 de julho de 2018

Globonews coloca em marcha a farsa eleitoral de 2018, com entrevistas que excluem Lula


Ontem, enquanto o povo fervia nos Arcos da Lapa, pedindo a liberdade de Lula, a Globonews anunciava um novo programa: a Central das Eleições.
O apresentador bem que tentava dar um tom de importância ao anúncio:
“Você vai ver debates, entrevistas, pesquisas de intenção de voto, muita análise dos nossos comentaristas.”
Só que, apesar do empenho, não conseguia impedir o telespectador mais atento de ver que o programa nasce como a farsa.
Entre e segunda e sexta-feira, segundo o anúncio, serão entrevistados Álvaro Dias, Marina Silva, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin.
Segundo ele, a ordem das entrevistas foi definida em sorteio na presença de representantes de todos os candidatos.
A emissora excluiu Lula da rodada de entrevistas e ainda paga de democrática — “sorteio definido na presença de representante de todos os candidatos”.
Ora, ora, ora.
Uma rodada de entrevistas sem a participação de Lula ou de um representante dele é como fazer o Campeonato Brasileiro da série A sem Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Vasco, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e Internacional.
Um campeonato brasileiro da série A só com o Ceará, Chapecoense, Ponte Preta ou Guarani. São times dignos, com torcida, mas não representam a massa de torcedores brasileiros. Seria um campeonato da série A com cara de série B.
Lula tem hoje mais intenção de voto do que todos esses candidatos somados. Um Lula vale 40 vezes mais que um Álvaro Dias, por exemplo, o candidato da Lava Jato, ops, Podemos, que abre o programa.
Mas a Globonews tenta dar ar de importância ao programa que é uma indigência do ponto de vista de jornalístico:
“E vai participar do programa um time de comentaristas e apresentadores aqui da Globonews. Olha só: Gérson Camarotti, Roberto D’Avila, Mário Sérgio Conti, Valdo Cruz, Andrea Sadi, Merval Pereira, Fernando Gabeira e Cristiana Lobo. A Miriam Leitão vai ser a mediadora.”
Camarotti é o coroinha do Merval Pereira, o cardeal do golpe, D’Avila é investigado pela Lava Jato sob a suspeita de dar nota fria para a produtora de cinema que fez o filme sobre a biografia de Lula, Gabeira é o ex-guerrilheiro que foi estrela da campanha Cansei, de João Doria, Miriam Leitão é a analista que previu crescimento de 3% da economia em 2018 e hoje se dedica a colocar na conta do PT o desastre da economia protagonizado pelo time de Michel Temer.
Nas campanhas eleitorais de países civilizados, o time de entrevistadores e comentaristas costuma ter um nível um pouco mais elevado, têm o respeito da nação. Mas, pensando um pouco melhor, para campeonato de série B, até que não está muito ruim.
A desculpa que a Globonews arrumou para tirar Lula da rodada de entrevistas é que o ex-presidente está preso e a juíza responsável pela execução penal, Carolina Lebbos, proibiu o contato dele com jornalistas.
É verdade. O DCM quer entrevistar Lula e fez o pedido formal, assim como a Folha de S. Paulo e a Rede TV, e teve a solicitação negada. Mas não há na justiça federal em Curitiba nenhum pedido da Globo ou Globonews.
Ou seja, a emissora que paga de democrática se auto-censurou, como Roberto Marinho fazia nos velhos tempos, início da escalada da Globo, uma concessão pública, na época em que começava a subir a montanha da audiência construída com verba pública.
Uma subida tranquila para quem vai de escada rolante, movida com a energia dos impostos dos brasileiros — dos demais brasileiros, porque a Globo, na prática, não paga.
Na primeira vez que a Globo criou a Central das Eleições, em 1982, a iniciativa terminou com o escândalo da Proconsult, em que, dolosamente ou não, a emissora foi envolvida na tentativa do SNI de roubar a eleição de Leonel Brizola.
Havia ali um time de analistas e comentaristas tarimbados. Armando Nogueira, o diretor de jornalismo da Globo, talvez até achasse que fazia um trabalho sério — e eu, que o entrevistei sobre isso, acredito que ele pensasse dessa forma e não compactuasse com os ladrões de eleição.
Mas, nos corredores da Globo, havia forças maiores do que ele. Também havia quem, percebendo a manobra, se insurgisse contra, vazando a Brizola a conspiração em andamento. Brizola colocou a boca no trombone, reverteu o golpe e garantiu sua posse.
A Globo não aprendeu nada com a história. Ou talvez tenha aprendido. Para ela, até hoje, o crime tem compensado.
Em 2018, o apresentador da Globonews termina a leitura do anúncio da nova Central das Eleições como um vendedor das Casas Bahia:
“Imperdível, não?”
Sim, imperdível.
Fonte: Por Joaquim de Carvalho no DCM


Kotscho: Globo perde de novo o bonde da história


"Já havia mais de 50 mil pessoas na maior empolgação na praça em frente aos Arcos da Lapa, no Rio, quando o Jornal Nacional resolveu dar um breve registro do maior fato político das últimas semanas, em defesa da libertação de Lula. Foi apenas uma 'nota coberta' de 40 segundos. Lembrou muito o que fizeram no primeiro grande comício das Diretas Já, na praça da Sé, em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984, quando o JN deu a notícia como se fizesse parte das comemorações do aniversário da cidade", aponta o jornalista Ricardo Kotscho
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho – Já havia mais de 50 mil pessoas na maior empolgação na praça em frente aos Arcos da Lapa, no Rio, quando o Jornal Nacional resolveu dar um breve registro do maior fato político das últimas semanas, em defesa da libertação de Lula.
Foi apenas uma "nota coberta" de 40 segundos, que é como, no jargão da televisão, os profissionais se referem às matérias que precisam ser exibidas, mas sem destaque.
Lembrou muito o que fizeram no primeiro grande comício das Diretas Já, na praça da Sé, em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984, quando o JN deu a notícia como se fizesse parte das comemorações do aniversário da cidade.
Hoje, era o dia de Alexandre Garcia, o William Bonner dos sábados, ex-assessor de João Figueiredo, o último general da ditadura militar, que estava visivelmente constrangido e contrariado com a grande festa pela libertação de Lula que aconteceu ali perto de onde ele estava nos estúdios da Globo.
Capaz até de ter ouvido os cantos e gritos pela libertação de Lula, mas reagiu como se aquilo estivesse acontecendo no Afeganistão.
A esta altura, eu já havia publicado três notas no Facebook mostrando o contraste entre o que acontecia na vida real do país, no Rio da Globo, e o que estava sendo exibido nas emissoras abertas e nos canais de notícias, solenemente ignorando a manifestação nos Arcos da Lapa, a mais bela festa democrática a que assistimos nos últimos tempos no Brasil do Centrão de Temer, agora de Alckmin.
Mas, ao vivo, só vimos estas imagens nas redes sociais, nos blogs e canais alternativos.
A Globo, mais uma vez, tão presente nas manifestações pelo impeachment de Dilma, perdeu o bonde da história e, daqui a mais 30 anos, é capaz de admitir o erro.
O Brasil velho e caquético, que fez do anti-lulismo e do anti-petismo seu ideal de vida, arrastando chinelos pelas casas do seu passado anônimo e sombrio, até vibrou com a "nota coberta" do JN, como se aquilo fosse uma demonstração de jornalismo isento.
Pois ficou pior a emenda do que o soneto.
Teria sido melhor fingir que não viram aquela multidão na Lapa cantando e gritando horas seguidas pela libertação do ex-presidente Lula, com a participação de muitos artistas globais.
O passado sempre volta: lembrou aquele JN, às vésperas da eleição de 2006, em que caiu um avião na Amazônia, e preferiram dar imagens de montes de dinheiro dos aloprados petistas, o que levou a reeleição de Lula para o segundo turno.
Não esquecem, não perdoam e não aprendem. No Brasil, o tempo passa, o mundo dá muitas voltas, e voltamos sempre ao ponto de partida, para criar narrativas paralelas à realidade.
Parece que o Brasil está condenado a viver eternamente no passado, com medo do futuro.
Vida que segue.


Festival Lula Livre reúne 60 mil pessoas no Rio de Janeiro


Chico Buarque, Gilberto Gil, Chico Cesar e Ana Cañas se apresentam em protesto contra a prisão do ex-presidente

Foto aérea da Lapa, no Rio de Janeiro, durante as apresentações do Festival Lula Livre
Foto: Rafael Vilela/Mídia Ninja


A praça dos Arcos da Lapa, no centro do Rio, ficou lotada neste sábado (28) para o Festival Lula Livre. A programação teve início às 14h e o ponto alto do evento gratuito foi o encontro no palco de Chico Buarque e Gilberto Gil, que não se reuniam para uma apresentação desde e época da ditadura militar (1964-1985) no Brasil.
O Festival teve a participação de diversos movimentos populares, artistas, intelectuais, professores e promove diferentes oficinas de criação ao longo da tarde, cortejos, além de apresentações artísticas de música, de teatro, circo e poesia. Às 17h, a tradicional Orquestra Voadora deu início às apresentações no palco principal.
No Festival desde cedo para aproveitar todas as atrações, o casal Sara Fazito e André Porcaro levou o filho João, de um ano de idade. "Não existem provas para justificar a prisão do Lula, queremos que ele se eleja presidente e por isso estamos aqui", disse Sara.
A atriz Cristina Pereira ressaltou o papel da classe artística para denunciar as arbitrariedades contra o campo progressista no país. "Estamos a poucos meses das eleições e a gente quer que Lula saia da prisão. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto. O artista como comunicador está aqui, na luta, para denunciar para a população o que está ocorrendo no país".
Com uma apresentação contundente no palco, a cantora Ana Cañas entoou canções de protesto e foi acompanhada pelo público. "Como diria Nina Simone, como eu posso ser artista e não refletir o meu tempo? É meu dever estar aqui hoje. A América Latina tem uma tradição de golpes que contam, inclusive, com a mídia. Mas temos hoje aqui a mídia alternativa para colocar a realidade no ar".
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) disse que a saída para as injustiças contra o ex-presidente está nas mãos do povo. "A grande mídia vinha sustentando que Lula tinha acabado como liderança e que não ia participar das eleições. Mas as manifestações mostram o contrário, mostram que Lula tem apoio do povo. Lula foi condenado sem crime e não teve direito ao trâmite legal, temos que apelar ao povo, que veio hoje se manifestar".
Ação do TRE
Nos arredores do Festival, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) apreendeu material gráfico com a frase de ordem "Lula Livre" e que continha a assinatura de alguns parlamentares. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) disse que a ação que tem Lula como alvo foi arbitrária. Ela argumentou que os adesivos e bandeiras no evento não faziam nenhuma alusão a candidaturas, mas apenas a partidos que defendem a liberdade do ex-presidente.
Fonte: Brasil de Fato




Gafe do vice de Anastasia desnuda que Aécio é quem manda


Marcos Montes, do PSD, cometeu a gafe de lançar Aécio Neves (veja o vídeo) como candidato a governador de Minas, trocando-o por Anastasia, para perplexidade geral da Arena Minas onde era realizada a convenção
Minas 247 – O candidato a vice-governador do senador Antônio Anastasia ao governo de Minas, deputado federal Marcos Montes, de Uberaba, de onde lidera a bancada ruralista na Câmara, cometeu ontem uma gafe imperdoável durante a convenção do PSDB que homologou ontem à chapa em Belo Horizonte. Imperdoável por que certamente será usada pelos seus adversários na campanha.
A convenção já começou, apesar do clima de festa, com a ausência do líder maior dos tucanos no Estado, o senador Aécio Neves. Articulador do golpe que derrubou a então presidente Dilma Rousseff do poder, para colocar o impopular Temer em seu lugar, Aécio não deve disputar a reeleição - pelo menos este é o desejo, entre outros, do presidenciável Geraldo Alckmin - estando averiguando a possibilidade de disputar uma vaga na Camara dos Deputados, ele, que há menos de quatro anos disputou com Dilma, e perdeu, a presidência da República. 
Ainda influente na cúpula do PSDB, mas sobretudo em Minas, onde fez de Anastasia seu candidato ao governo do Estado, Aécio paira, no entanto, como uma ave agourenta, sobre o ninho tucano. Ninguém o quer por perto, daí a sua ausência na convenção estadual do partido ontem na capital mineira, que homologou a chapa Anastasia-Marcos Montes ao governo mineiro. E foi ai que
Marcos Montes, do PSD, cometeu a gafe de lançar Aécio Neves (veja o vídeo) como candidato a governador de Minas, trocando-o por Anastasia, para perplexidade geral da Arena Minas onde era realizada a convenção. 
É evidente que a gafe do vice de Anastasia virou meme nas redes sociais. Porém, mais do que isto, revela de fato quem está por trás da articulação que montou a chapa tucana e sua influência nos bastidores - já que não pode aparecer em público - para conduzir a campanha que tem seu antigo vice como titular, a despeito de Anastasia ter pedido autonomia ao partido para ele mesmo fazer o que pretende na caminhada que já começou. A gafe do vice ontem, no entanto, mostrou quem é quem nessa acirrada campanha eleitoral mineira. 


PT oficializa candidatura de Dr. Rosinha ao governo do Paraná e Mirian Gonçalves ao Senado


O PT confirmou neste sábado, 28, a candidatura do médico pediatra e ex-deputado federal Dr. Rosinha a governador do Paraná. O nome petista na corrida pelo Palácio Iguaçu foi aclamado por cerca de 300 delegados durante o encontro estadual da sigla, que aconteceu em Curitiba.
Dr. Rosinha é médico pediatra e tem 28 anos de vida pública. Natural de Rolândia, na região norte, começou a carreira política em 1988, quando foi eleito vereador de Curitiba. Desde então, foi deputado estadual, deputado federal e também ocupou o cargo de alto representante-geral do Mercosul. Em 2002, foi o petista mais votado no Paraná na eleição para a Câmara Federal, com 124 mil votos (leia mais abaixo).
Com um forte discurso de oposição, Dr. Rosinha entra na disputa ao governo para desbancar os dois candidatos ligados à administração do ex-governador Beto Richa (PSDB): a atual mandatária, Cida Borghetti (PP), e o deputado estadual Ratinho Jr (PSD), que foi secretário de Richa.
O terceiro concorrente é o ex-senador Osmar Dias, cujo partido, o PDT, deu respaldo na Assembleia Legislativa às medidas de austeridade implantadas pelo governo tucano nos últimos oito anos.
“A minha candidatura é a única realmente de oposição, que representa mudança nos rumos do estado. Não importa o discurso dos outros candidatos, eles compactuaram com o tudo o que foi feito até agora”, afirma Dr. Rosinha.
“Onde eles estavam quando Beto Richa mandou bater em professor, subiu constantemente a tarifa da água, congelou salários, entregou o Estado para meia dúzia de amigos? Não lembro de ter ouvido uma palavra de protesto de nenhum deles.”
O nome do candidato a vice-governador ainda não foi definido. O PT paranaense aguarda uma decisão do PCdoB, com quem pode fechar aliança.
Lula envia carta à militância do Paraná
Na abertura do encontro deste sábado, Dr. Rosinha leu uma carta enviada pelo ex-presidente Lula à militância paranaense. No texto, Lula agradece a luta por sua liberdade movida pelo povo do Paraná, que há mais de cem dias se mantém em vigília em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso, vítima de uma condenação sem provas.
“O que eu mais queria era estar aí neste momento. Abraçar o companheiro Doutor Rosinha, abraçar a extraordinária guerreira Gleisi Hoffmann, abraçar cada um de vocês, e na força desse abraço arrebentar as paredes que prendem meu corpo, mas que jamais aprisionarão a ideia de que é possível governar com o povo e construir um país mais desenvolvido e mais justo”, leu Dr. Rosinha (leia abaixo a íntegra do texto).
Atualmente, pesquisas mostram o ex-presidente Lula com 29% de intenções de voto na região sul e o PT com 17% da preferência do eleitorado no Paraná.
Quem é Dr. Rosinha
Florisvaldo Fier – o Dr. Rosinha – nasceu em 1950, em Rolândia, norte do Paraná, filho de empregados de uma propriedade rural da região. Em 1969, muda-se para Curitiba a fim de prestar vestibular e vai morar em uma pensão. É nesse período que começa a cultivar a barba, que viraria sua marca registrada. Para se manter na capital, trabalha como impressor e encadernador.
Mesmo com um expediente que vai 18 às 6 horas da manhã, entra para o curso de Medicina da Universidade Católica (atual PUC) em 1971. Para pagar a faculdade, faz bicos como garçom. O apelido “Rosinha” surge um ano mais tarde, dado por colegas por conta de algumas camisas cor-de-rosa que ele traz de uma viagem.
Conclui os estudos em 1976 e passa a clinicar como médico pediatra da prefeitura na periferia de Curitiba. Dois livros de Josué de Castro (“Geografia da fome” e “Geopolítica da fome”) despertam Dr. Rosinha para a militância política. Daí em diante, além das consultas a pacientes, luta por melhores condições na saúde pública. Entre outros, presidiu no Paraná o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e ajudou a fundar o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em 1988, é eleito vereador na capital, em 1991 deputado estadual e em 1998 deputado federal, cargo que exerce por quatro mandatos.
Em 2015, é empossado alto representante-geral do Mercosul. Seu nome foi aprovado por todos os países membros do bloco, um reconhecimento pelos serviços prestados à causa da integração. Desde 2017 preside o PT-PR.
Carta de Lula à militância paranaense
Queridos companheiros e companheiras do Paraná.
Vocês têm sido guerreiros incansáveis, resgatando o bom nome de Curitiba, cidade democrática, cheia de cultura, de um povo trabalhador que criou exemplos de urbanismo e muita arte, daqueles que querem sequestrar o nome da cidade como símbolo de arbítrio e do desejo de alguns poucos juízes de submeter a democracia as suas vontades e preferências pessoais. Nós reagimos, e transformamos Curitiba na Capital Brasileira da Resistência. Há mais de 100 dias estou preso injustamente, sem uma única prova de qualquer crime cometido antes, durante ou depois da Presidência.
Há mais de 100 dias, o povo de Curitiba, o povo do Paraná, o povo brasileiro vindo de cada canto deste país resiste em praça pública, numa vigília cívica que tem o nome de “Lula Livre”, mas que na verdade é uma vigília pelo direito democrático do povo brasileiro escolher o seu destino.
Quando cheguei aqui, atacaram crianças, homens e mulheres pacíficos, que se manifestavam contra a minha prisão. Os atacaram, os agrediram porque uma certa emissora de TV não queria que a imagem da minha chegada à Curitiba fosse a imagem da solidariedade contra o arbítrio.
Passe o tempo que passar, jamais esquecerei o carinho e o espírito de luta de todos vocês. Cada bom dia, cada boa tarde, cada boa noite gritado na praça Olga Benário, com a força que só os que lutam do lado certo da história podem ter, é um brado de liberdade que renova em mim a esperança e a garra para fazer o Brasil feliz de novo.
O que eu mais queria era estar aí neste momento. Abraçar o companheiro Doutor Rosinha, abraçar a extraordinária guerreira Gleisi Hoffmann, abraçar cada um de vocês, e na força desse abraço arrebentar as paredes que prendem meu corpo, mas que jamais aprisionarão a ideia de que é possível governar com o povo e construir um país mais desenvolvido e mais justo.
Fico devendo esse abraço, mas podem estar certos que ele vai acontecer. Mais cedo do que imaginam nossos adversários eu vou pagar esse abraço, com o maior prazer e a maior gratidão do mundo. Vamos juntos até a vitória, com o Doutor Rosinha, com a Gleisi, coma militância petista e aliados, com a força do povo do Paraná e do Brasil.
Viva o Paraná! Viva o povo Brasileiro! Viva um Brasil democrático e Popular!
Luiz Inácio Lula da Silva.