quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Dinheiro desviado de esquema de pedágio pagou imóveis de luxo e iates

O diretor do Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER), Nelson Leal, que foi preso temporariamente na manhã desta quinta-feira (22), na 48ª fase da Operação Lava Jato, utilizou o dinheiro de propina para pagar imóveis de luxo e iates, de acordo com o Ministério Público Federal.
Segundo a estimativa do MPF, foram desviados pelo menos R$ 65 milhões no esquema que envolve a concessionária Econorte, responsável por trechos de cinco rodovias no Paraná. Dinheiro que teria sido pago em troca da autorização de reajustes abusivos na tarifa de pedágio.
“Havia uma rede de empresas de fachada que recebia de uma subsidiária da concessionária. Essa rede de empresas fantasma viabilizava saques em espécie e indicava gastos operacionais inexistentes. Além disso, algumas dessas empresas de fachada eram relacionadas a agentes públicos”, explicou o procurador-geral da República, Diogo Mattos.
Leal contrariava estudos do próprio departamento para liberar aumento da tarifa nas praças de pedágio. Em um dos casos, um estudo do DER sugeriu a redução tarifária no pedágio em 19% e, em contrapartida, firmou-se um aditivo em que a tarifa subiu 24%, segundo os procuradores. Em alguns itens, o superfaturamento da concessionária chegou a 89%.
“Ele retificava atos, lavrava aditivos com essa empresa, aumentando a tarifa de forma totalmente desproporcional, contrariando estudos encomendados pelo próprio DER. Paralelamente a essa rede de pagamentos a empresas de fachada, fazia gastos em espécie com imóveis de luxo e iates, totalmente incompatível com a renda declarada à Receita Federal”, afirmou.
Em algumas das ocasiões, os aluguéis iates eram pagos por empresários que tinham contratos com o DER. Entre os imóveis de luxo investigados está um apartamento no Condomínio Don Alfonso, em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, adquirido por Nelson Leal e Georgia Junqueira Leal. O imóvel foi comprado por R$ 2.580.000,00 e não foi declarado no Imposto de Renda do investigado.
(Foto: Incorporadora Cechinel)

Outras concessionárias também são investigadas, mas as provas não são suficientes para denúncia.

Econorte

A Econorte é a concessionária responsável por trechos de cinco rodovias no Paraná. As BRs 369 e 153 e as PRs 323, 445 e 090. “Houve um superfaturamento de itens de planilha que legitimou um aumento desproporcional de tarifa. Isso prejudicou a população que ficou sem as melhorias, quase todas as rodovias não são duplicadas”, disse o procurador. O presidente da Econorte foi preso preventivamente nesta fase da operação.
A empresa tem três praças de pedágio no estado. As tarifas custam entre R$ 18 e R$ 22 para carros.
O Paraná Portal entrou em contato com a Econorte, que até o momento da publicação desta reportagem não se posicionou sobre o assunto.

Governo

De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações ainda não chegaram a agentes políticos, mesmo com mandado de busca e apreensão cumprido no Palácio Iguaçu, no local de trabalho de Carlos Nasser, que ocupa um cargo comissionado na Casa Civil.
“O governador  Beto Rciha participa dos aditivos, mas inicialmente não existe nenhum indicativo que ele tenha participado efetivamente dessas negociações. No primeiro momento, é um diretor que participou”, disse Mattos. Segundo o processo, o ex-assessor da Casa Civil abriu uma empresa de fachada, que recebeu cerca de R$ 3 milhões, o destino do dinheiro é investigado pela operação.
“Os procedimentos realizados na Casa Civil do governo do estado se limitou ao espaço de trabalho do investigado, não houve nada além disso”, afirmou o delegado da PF, Igor Romário de Paula.
Por meio de nota, o governo do Paraná afirmou que determino a instauração de um processo para investigar o caso. Veja na íntegra:
O governador Beto Richa determinou hoje a pronta instauração de processo de investigação para o esclarecimento de eventuais irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, na chamada “Operação Integração”, que envolve a concessão de rodovias federais no Paraná. A investigação será conduzida pela Controladoria Geral do Estado.
Tanto os contratos quanto os aditivos relacionados ao chamado Anel de Integração foram conduzidos pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), que é o poder concedente. E todos terminaram submetidos ao crivo da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná – Agepar, que homologou seus termos. Os contratos originais do Anel de Integração foram assinados em 1997.
Quanto aos fatos que envolvem o sr. Carlos Nasser, esclarece que ele exercia a função de assessor político junto à Casa Civil, cargo de terceiro escalão, sem qualquer vínculo com o Gabinete do Governador.
Em razão disso, o governador determinou o seu imediato afastamento do cargo, até a apuração completa dos fatos.

Por Andreza Rossini, Jordana Martinez e Fernando Garcel do Paraná Portal

APL e SIVALE homenageiam colaboradores das indústrias de bonés de Apucarana

(Foto: Profeta)

Como parte das comemorações do Dia do Boné, comemorado no dia 31 de janeiro, o Arranjo Produtivo Local (APL Bonés) e o (SIVALE) Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí, realizaram nesta quinta-feira (22/02), na sede do Sebrae, uma cerimônia onde foram prestadas homenagens a funcionários de empresas desse segmento que foram destaque no ano de 2017. O evento reuniu empresários, funcionários e representantes de entidades que integram o arranjo.
O evento comemorativo contou com a presença do vice-prefeito, Sebastião Ferreira Martins Junior (Junior da Femac), que representou o prefeito Beto Preto, coordenador do APL e presidente da ACIA, Jayme Leonel e da presidente do Sivale, Elizabete Ardigo.
“Dia 31 de janeiro foi comemorado o Dia do Boné, data instituída devido a fundação da primeira fábrica de bonés em Apucarana. Atualmente, é o setor que mais emprega na cidade. São produzidos em Apucarana cerca de 4 milhões de bonés por mês, bonés de loja, magazines, bonés de marca e promocionais. O setor tem sentido o reflexo da política nos últimos anos, porém vem lutando para se manter no mercado, a cada dia superamos um obstáculo para continuar”, destacou Jayme Leonel, coordenador do Arranjo Produtivo Local de Bonés de Apucarana.
Foram homenageados onze colaboradores de diversas empresas que atuam no setor e que foram destaque no ano de 2017. “A cidade de Apucarana é reconhecida nacionalmente como a Capital do Boné, e devemos este reconhecimento também aos nossos colaboradores, que são comprometidos com suas funções, responsáveis e exemplares no ambiente de trabalho”, ressalta Elizabete Ardigo, presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí.
A homenagem, conforme o vice-prefeito, Junior da Femac, reforça a imagem de Apucarana como a Capital Nacional do Boné. “Quando viajamos para outras cidades no Brasil, as pessoas sempre lembram e têm essa referência. E isso é muito importante para todas as pessoas que atuam nesta atividade e também para todos nós apucaranenses, que temos orgulho de carregar esse titulo”, concluiu Junior.


Saúde amplia oferta de ressonância em Apucarana

A partir de março serão autorizados 160 exames mensais, 100 além da média
(Foto: Profeta)

A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) anunciou hoje (22) que vai autorizar, a partir de março, 100 exames de ressonância magnética além da média mensal, hoje em torno de 60. A medida visa zerar a atual fila de espera do procedimento.
“Temos cerca de 450 pessoas esperando pela ressonância. A liberação de exames extras vai se estender para o mês de abril e provavelmente maio até que todos os pacientes que estão atualmente na fila de espera na central de regulação da Autarquia Municipal de Saúde sejam atendidos”, informa o diretor presidente da AMS, Roberto Kaneta.
A ressonância magnética é uma técnica de diagnóstico por imagem para investigação de doenças. As imagens, de alta definição, ajudam na identificação de tumores, lesões ou adversidades em diferentes órgãos do paciente.
O prefeito Beto Preto observa que a demanda por exames em cada especialidade tem merecido especial atenção da atual gestão, através da Autarquia de Saúde. “Ações de intensificação dos atendimentos estão sendo adotadas na medida do possível. A mobilização para reduzir o tempo de espera para consultas de oftalmologia vem atendendo desde novembro uma média de 70 pacientes aos sábados”, exemplifica Beto Preto.
Conforme balanço da AMS, os 10 mutirões de oftalmologia realizados ao longo de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro atenderam mais de 700 pacientes. O público alvo desta ação são crianças e adolescentes de 0 a 15 anos e pacientes acima de 60 anos com encaminhamento para triagem visando o diagnóstico da catarata.
Para março já estão agendados mais duas datas para o mutirão de oftalmologia, nos dias 17 e 24, para o atendimento crianças e adolescentes de 0 a 15 anos. “Também a partir de março serão ofertados 100 exames a mais de ressonância no mês e em breve vamos intensificar o atendimento em outras especialidades”, adianta o prefeito Beto Preto.
O prefeito ainda faz uma retrospectiva da bem sucedida ação de intensificação dos exames do preventivo e de mamografia, realizada em novembro e dezembro do ano passado. O serviço foi ofertado no dia 15 de novembro, um feriado nacional, e 9 de dezembro, um sábado. As duas datas, escolhidas estrategicamente para facilitar o acesso aos exames, somaram o atendimento a mais de 800 mulheres.
Beto Preto também destaca que neste começo de ano, o número de exames realizado pelo Laboratório Municipal saltou de 12 mil para 18 mil mensais. São os primeiros resultados, explica o prefeito, da reestruturação deste setor, o qual está passando por um processo de informatização, recebeu recentemente equipamentos modernos para análise de material coletado e que há cerca de um mês passou a contar com uma nova e mais amplia área de coleta de exames.
“São vários fatores positivos na oferta de exames na rede pública de saúde do município, mas queremos mais e não vamos medir esforços para que isso aconteça”, afirma Beto Preto.


Aprovado reajuste de 3,5% para os servidores públicos do Executivo e Legislativo

O Projeto de Lei concede ainda o valor de 2,85% para os cargos de provimento em comissão, Prefeito, Vice-prefeito, secretários municipais, procuradores jurídicos, secretário administrativo e Vereadores
 

Na terceira e última votação das sessões extraordinárias realizadas durante essa semana na Câmara Municipal de Apucarana, foi aprovado por unanimidade dos vereadores os Projetos de Lei nº 11 e 13/18 que concede revisão, reajuste e complementação de vencimentos para o Executivo e Legislativo Municipal. A partir desse mês os servidores públicos ativos e inativos da Prefeitura e do quadro permanente da Câmara Municipal de Apucarana terão um reajuste de 3,5% no salário. Já os cargos em comissão, prefeito, vice, secretários municipais, procuradores geral do município e legislativo, secretário administrativo, presidente e vereadores terão o reajuste de 2,85%. Foram concedidos somente o valor inflacionário para compor a respectiva perda.
O presidente do legislativo, vereador Mauro Bertoli, parabenizou o prefeito Beto Preto e o secretário Municipal de Fazenda, Marcello Machado pelo empenho para que o reajuste chegasse ao índice proposto. “Foram duas rodadas de negociação com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Apucarana e Região (SINDSPA). O percentual acordado ficou em 3.5% e representa um ganho real de 1,87% em relação à inflação do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) acumulada nos últimos 12 meses, que foi de 1,80%. Os comissionados também receberam um aumento de 2,85%, destacando que no ano passado eles não tiveram aumento. Apucarana mais uma vez sai na frente graças à boa gestão do Beto. Vale ressaltar que o Governo do Estado não reajustou os salários dos servidores”, lembra Bertoli.
Ainda na extraordinária foi aprovado o Projeto de Lei nº 14/2018 que altera para 400 o número de vagas do cargo de Assistente Infantil e para 1.400 o número de vagas do cargo de Professor. Segundo o Executivo Municipal, o aumento das vagas para profissionais do magistério se justifica em virtude da quantidade de alunos matriculados nas Escolas Municipais e nos Centros Municipais de Educação Infantil, assim como pelas obras de construção, ampliação e reforma das unidades escolares municipais realizadas para melhor atender os alunos.
SESSÃO ORDINÁRIA E AUDIÊNCIA PÚBLICA
Finalizando a sessão o presidente do legislativo, Mauro Bertoli, anunciou que na próxima segunda-feira (26/02), às 15 horas, será realizada Audiência Pública, prevista no §. 4º do artigo 9º, da lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal para prestação de contas do 3º quadrimestre da Prefeitura e Câmara Municipal de Apucarana. Em seguida, às 16 horas, será realizada Sessão Ordinária.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal




Requião: “Se quiserem uma limpeza completa no Paraná, me chamem que eu vou”


Em vídeo, o senador Roberto Requião (MDB-PR), pré-candidato ao governo do Paraná, na carona da Operação Integração, ressuscitou o slogan 'baixa ou acaba' sobre o pedágio caro do mundo nas rodovias federais do estado; "Se vocês quiserem uma limpeza completa no Paraná, me chamem que eu vou"; Requião diz que um dos envolvidos no esquema, Carlos Nasser, é velho conhecido do juiz Sérgio Moro - foi diretor do Banestado na época das contas CC5; a operação investiga corrupção ligados à concessão de rodovias federais no Paraná; assista
Blog do Esmael - O senador Roberto Requião (MDB-PR), pré-candidato ao governo do Paraná, na carona da Operação Integração, ressuscitou nesta quinta (22) o slogan ‘baixa ou acaba’ sobre o pedágio caro do mundo nas rodovias federais do estado. O emedebista aproveitou para deixar um recado aos paranaenses: “Se vocês quiserem uma limpeza completa no Paraná, me chamem que eu vou.” Abaixo, assista ao vídeo.
Requião revela no vídeo que um dos envolvidos no esquema, Carlos Nasser, é velho conhecido do juiz Sérgio Moro. Ele foi diretor do Banestado na época das contas CC5.
“Essa operação era contra Tacla Duran e ao ex-presidente Lula, mas o efeito colateral atingiu o governo Beto Richa”, analisou o senador.
“O governo do Richa acabou. Agora, em outubro, se vocês quiserem uma limpeza completa no estado do Paraná, me chame que eu vou.”


Nova fase da Lava Jato mira na concessão de rodovias no Paraná

O MPF identificou repasses diretos a empresas que estavam em sociedades diretamente relacionadas a servidores públicos do Departamento de Estadas e Rodagens do Paraná (DER/PR), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Casa Civil do Estado do Paraná, como também pagamentos a empresas controladas por operadores do esquema, que sacavam em espécie parte relevante dos recursos. Os investigadores suspeitam que esses pagamentos eram usados como contrapartida por favorecimentos conferidos à concessionária Econorte na execução do contrato de concessão rodoviária com o Estado do Paraná.
Foto: Divulgação/PF
O Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR), a Polícia Federal e a Receita Federal cumprem, na manhã desta quinta (22), sete mandados de prisão temporária e diversos mandados de busca e apreensão, expedidos pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. Os alvos principais são servidores públicos e empresas investigadas por corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e peculato, suspeitos de participar de um esquema de fraude na gestão das concessões rodoviárias federais no Estado do Paraná. As diligências ocorrem nos municípios de Londrina, Curitiba, Jataizinho, Paranavaí, Balneário Camboriú, Rio de Janeiro e São Paulo.
O pedido protocolado pela força-tarefa Lava Jato no MPF/PR tem como base principal as investigações relacionadas às atividades dos operadores financeiros Rodrigo Tacla Duran e Adir Assad, assim como apurações ligadas a irregularidades em concessões rodoviárias federais que foram realizadas inicialmente na Procuradoria da República no município de Jacarezinho, no Paraná, e posteriormente remetidas à força-tarefa em Curitiba, em virtude da conexão com os fatos da Operação Lava Jato.
Enquanto a investigação da Lava Jato identificou atos de lavagem de dinheiro, a investigação realizada em Jacarezinho descobriu indícios dos crimes antecedentes que justificaram os repasses para os operadores financeiros, além de identificar uma verdadeira rede de empresas de fachada com a participação de agentes públicos e outros operadores financeiros em ilícitos criminais cometidos em favor da concessionária Econorte, do Grupo Triunfo. Essa investigação resultou na identificação de ilícitos na atuação da concessionária Econorte em relação à execução do contrato de concessão rodoviária.
Paralelamente, em novembro de 2016, na 36ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em alvos relacionados a Rodrigo Tacla Duran, que atuava como operador financeiro para diversas empreiteiras no país, auxiliando na produção de dinheiro em espécie ou operacionalizando pagamentos de propinas no exterior por intermédio de movimentação entre contas offshores.
Entre as empresas que foram alvo de mandados de busca e apreensão na ocasião estava a Econorte, responsável pela concessão de rodovias federais no norte do Estado do Paraná, que depositou R$ 1.005.714,50 em favor de Tacla Duran entre 2012 e 2014. A investigação comprovou que esses valores foram repassados sem que fosse prestado qualquer tipo de serviço. Na época das buscas, o pedido do MPF ainda mencionou que outras empresas relacionadas ao Grupo Triunfo depositaram mais R$ 5 milhões em favor de Rodrigo Tacla Duran e outros R$ 26 milhões para empresas de fachada do operador financeiro Adir Assad.
Caminho do dinheiro- Dados da quebra de sigilo bancário judicialmente autorizado demonstraram que, entre 2005 e 2015, a concessionárias recebeu aproximadamente R$ 2,3 bilhões provenientes de tarifas pagas pelos usuários. Deste valor, R$ 343 milhões foram repassadas para uma subsidiária integral em contratos de conservação de rodovias. Da subsidiária integral, R$ 110 milhões foram repassados a holding do grupo e, pelo menos R$ 63 milhões a empresas de fachada ou sociedades cuja prestação de serviços ou entrega de produtos não foi comprovada.
Superfaturamento das obras e aumento de tarifa - Perícias técnicas realizadas pelo MPF demonstram que há superfaturamento nos valores das obras das concessionárias constantes na proposta comercial. Conforme o laudo técnico, que utilizou como parâmetro a tabela SINAPI, da Caixa Econômica Federal, em alguns itens das planilhas o sobrepreço chegou a 89% em relação ao valor de mercado. De acordo com o MPF, essa “gordura” era usada para pagamentos indevidos.
O MPF sustenta que esses pagamentos fazem parte de um gigantesco esquema de fraudes realizadas pelos administradores da concessionária em conluio com agentes públicos. Em fiscalização da Receita Federal que abrangeu somente os últimos três anos, houve desconsideração de R$ 56 milhões gastos pela subsidiária da concessionária em serviços fictícios.
O MPF ainda identificou repasses diretos a empresas que estavam em sociedades diretamente relacionadas a servidores públicos do Departamento de Estadas e Rodagens do Paraná (DER/PR), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Casa Civil do Estado do Paraná, como também pagamentos a empresas controladas por operadores do esquema, que sacavam em espécie parte relevante dos recursos. Os investigadores suspeitam que esses pagamentos eram usados como contrapartida por favorecimentos conferidos à concessionária Econorte na execução do contrato de concessão rodoviária com o Estado do Paraná.
Segundo as apurações, mesmo existindo uma determinação do TCU e um estudo técnico recomendando a redução da tarifa em 18%, a empresa investigada foi favorecida por dois termos aditivos e um termo de ajuste que aumentaram a tarifa paga pelo usuário em mais de 25%. Para justificar o aumento, o DER/PR alegava necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
Além disso, os pagamentos sem causa também foram usados pela concessionária como artifício fraudulento contábil para aumentar despesas operacionais com finalidades diversas, como facilitar o desvio de valores das tarifas públicas pagas pelos usuários em favor dos administradores da empresa, justificar uma dedução maior de tributos em sede de imposto de renda da pessoa jurídica, como também para apresentar argumento para cobrança arbitrariamente alta das tarifas básicas pagas pelo usuário.
Dessa forma, as tarifas pagas pelo usuário foram elevadas a valores estratosféricos. Em uma mensagem de e-mail obtida a partir de quebra de sigilo telemática judicialmente autorizada, um dos servidores envolvidos no esquema criminoso recebeu um quadro comparativo que demonstra que a tarifa cobrada pela Econorte no Paraná chega a ser mais de quatro vezes maior do que a tarifa cobrada por outra concessionária do Grupo Triunfo no Estado de Goiás. Há indicativos que o esquema se repete em outros estados que possuem rodovias administradas pela mesma empresa, como também há suspeitas de que as fraudes abrangem outras concessionárias no Paraná.
Lavagem em Balneário Camboriú - Na mesma época dos fatos, um dos servidores públicos que subscreveu os aditivos com a empresa investigada adquiriu de forma oculta um apartamento de luxo em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, no valor de R$ 2,5 milhões, dos quais aproximadamente R$ 500 mil foram pagos em espécie ou com recursos cuja origem não foi identificada nas contas do investigado. Na mesma investigação, foram levantadas evidências de que esse mesmo servidor público teve as despesas do aluguel de um iate de luxo custeadas por um empresário que prestava serviços de engenharia às concessionárias de pedágio.
As prisões foram decretadas pelo prazo de cinco dias por imprescindibilidade para as investigações. Na decisão, o juiz Sergio Moro assentou que “ há, em cognição sumária, provas de crimes de corrupção, de lavagem de dinheiro e de associação criminosa” pois “há fundada suspeita de que o Grupo empresarial teria utilizado uma rede de empresas de fachada para simular despesas contábeis e para realizar pagamentos em favor próprio ou de seus familiares”.
Membros de apoio- Nesta fase, o MPF contou com a cooperação dos procuradores da República Lyana Helena Joppert Kalluf, Henrique Hahn Martins de Menezes, Raphael Otavio Bueno Santos e Henrique Gentil, que foram designados para atuarem nesta investigação, em conjunto com os demais procuradores da força-tarefa. A Receita Federal de Londrina e a Polícia Federal também participaram das apurações.
As ordens judiciais foram determinadas pelo Juízo Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.
Será concedida coletiva de imprensa às 10h no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná.

Discriminação dos mandados:


PARANÁ
Campina Grande do Sul/PR
01 mandado de busca e apreensão
São José dos Pinhais/PR
01 mandado de busca e apreensão
01 mandado de prisão temporária
Pinhais/PR
01 mandado de busca e apreensão
Curitiba/PR
18 mandados de busca e apreensão
02 mandados de prisão temporária
Toledo/PR
01 mandado de busca e apreensão
Matinhos/PR
01 mandado de busca e apreensão
Pontal do Paraná/PR
01 mandado de busca e apreensão
Ibiporã/PR
02 mandados de busca e apreensão
Jataizinho/PR
03 mandados de busca e apreensão
Londrina/PR
09 mandados de busca e apreensão
03 mandados de prisão temporária
Paranavaí/PR
02 mandados de busca e apreensão

SANTA CATARINA
Balneário Camboriú/SC
03 mandados de busca e apreensão

RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro/RJ
01 mandado de busca e apreensão

SÃO PAULO
São Paulo/SP

06 mandados de busca e apreensão
01 mandado de prisão temporária