segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

“STF, se prender Lula o morro vai descer”


Nas vésperas de o STF julgar o habeas corpus do ex-presidente Lula, sobre prisão antecipada em caso de condenação na segunda instância, a Rocinha expôs uma faixa na entrada da comunidade com um duro recado: “STF, se prender Lula o morro vai descer”.
Considerada a maior favela do Brasil, a Rocinha possui 70 mil habitantes.
A reação da comunidade carioca ocorreu após o deputado Jair Bolsonaro afirmar a mil executivos, num evento do banco BTG Pactual, na semana passada, que metralharia a Rocinha para solucionar os problemas na segurança do Rio.
Em abril de 2002, na Venezuela, moradores de favelas do entorno da capital Caracas desceram para assegurar o governo do presidente Hugo Chávez. Ele havia sido ilegalmente detido por militares num fracassado golpe de Estado.
Fonte: Blog do Esmael


2018, o ano em que os coxinhas se consagraram no Carnaval e na tela da Globo, que os pariu




Eles deram os primeiros espasmos em 2014, quando mandaram Dilma tomar no cu na abertura da Copa.
Viram que tinham voz e, sobretudo, plateia e câmera para exercer sua falta de civilidade, de modos e de inteligência.
Pegaram impulso ao longo dos anos seguintes, puxados pelas milícias do MBL, Vem Pra Rua, Revoltados Online, entre outros.
Invadiram as ruas pelo impeachment, apareceram na televisão, deram entrevistas, ficaram famosos, criaram coreografias vexaminosas.
“Nossa bandeira jamais será vermelha”, gritavam, entre outras palavras de ordem saídas da Guerra Fria e da cabeça de publicitários corruptos.
“Primeiro a gente tira a Dilma, depois o resto”, era a desculpa deles.
Dilma caiu, assumiram Temer e sua gangue — e os coxinhas se calaram por vergonha, pelo incômodo com as panelas enfiadas em recônditos de seus corpos e porque, na verdade, o que queriam mesmo era tirar o PT do poder e o Brasil que fosse para o inferno.
Em 2018, finalmente voltaram aos holofotes, alcançando a consagração como tema de desfile de escola de samba.
Foram retratados fielmente como uma vergonha, uma piada, um equívoco e um bando de manipulados. 
A escola de samba Paraíso do Tuiuiti, do Rio, atravessou a avenida com as cores da bandeira e um Temer fantasiado de vampiro (ou vice versa) num carro alegórico.
O enredo se chamava “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?” No aniversário de 130 anos da Lei Áurea, a Azul e Amarelo questionou se os escravos, de fato, não existem mais.
Esses guerreiros do povo brasileiro poderão se orgulhar, bater no peito e contar para seus filhos e netos que aqueles palhaços no Sambódromo eram eles. 

Tudo na tela da Globo, como foi no início da louca cavalgada em que atiraram a si mesmos e ao país na lata do lixo. Por Kiko Nogueira do DCM. Fotos Mídia Ninja

Tuiuti soltou grito preso na garganta do País em plena Globo: Fora Temer



Enredo do carnavalesco Jack Vasconcelos, que questionou o fim da escravidão, criticou o golpe, a perda de direitos, tirou sarro dos manifantoches que pediram o impeachment e mostrou um Michel Temer de vampiro no desfile da escola Paraíso do Tuiuti nesta madrugada no Rio de Janeiro, representou milhares de brasileiros, e ainda com um gostinho a mais: tudo televisionado ao vivo pela Globo, coautora do golpe; o protesto chegou a constranger os narradores, que acabaram ocultando o real conteúdo do samba; políticos de oposição a Temer, como Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e os deputados do Rio Jandira Feghali (PCdoB) e Marcelo Freixo (PSOL), exaltaram o desfile; assista

Rio 247 - O enredo do carnavalesco Jack Vasconcelos soltou o grito que estava preso na garganta de milhares de brasileiros na madrugada desta segunda-feira 12 durante desfile da escola Paraíso do Tuiuti, na primeira noite deste Carnaval na Sapucaí.
"Fora, Temer", gritou um dos componentes pouco antes de a escola deixar a avenida, representando os críticos do golpe, do governo Temer e das reformas que retiram direitos trabalhistas dos brasileiros, tudo mostrado no desfile.
A transmissão obrigatória do protesto pela TV Globo, que participou do golpe e pode ser considerada as grandes mãos que controlaram manifantoches que desfilaram fantasiados de camisas verde e amarela, deu um gostinho a mais.
Os narradores ficaram sem saber o que dizer, e acabaram ocultando o real conteúdo do enredo, como alfinetou o jornalista e escritor Mario Magalhães. "Fizemos uma coisa que todo mundo quer", disse o professor de história Léo Morais, que se vestiu de Temer vampiro no desfile.
Na internet, os políticos que fazem oposição a Temer exaltam a coragem da escola, que já saiu campeã, mesmo que não oficialmente, mas "do povo", como comentou um dos internautas nas redes sociais, em uma das centenas de postagens sobre o desfile nesta segunda. Mensagens bem humoradas indicam esperar um novo projeto do MBL: o Carnaval Sem Partido.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que o desfile foi histórico: "Fantasias ironizando os desmontes causados pelo atual governo, - como a Reforma Trabalhista, já tão devastadora no dia a dia do povo após sua aprovação - e outros figurinos como fantoches pelo golpe, foram um dos assuntos mais comentados nas redes nesta madrugada. Nota 10 para a escola!!!".
A deputada Jandira Feghali, do PCdoB do Rio, criticou a reação da Globo: "E teve climão na Globo pra comentar o desfile com críticas ao golpe que a própria Globo apoiou". Em outro post, ela havia registrado: "MOMENTO INCRÍVEL NO CARNAVAL DE DOMINGO: A Paraíso do Tuiuti registrou no Sambódromo o golpe no país, a manipulação de parte da sociedade e os efeitos terríveis de um governo ilegítimo alçado ao poder dentro da ruptura democrática!!! QUE DESFILE!!!"
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), também do Rio de Janeiro, rasgou elogios à escola: "QUE DESFILE! A Paraíso do Tuiutí levou o #ForaTemer à avenida, criticou a Reforma Trabalhista do presidente vampirão - também presente na Sapucaí - e falou sobre escravidão. Arrasaram!"

Confira o vídeo da íntegra do desfile, divulgado pelo canal Enredo e Samba Enredo e Samba, no Youtube: