Nathalia
Melo é filha de ex-PM que trabalhou com Flávio Bolsonaro e em cuja conta houve
“movimentações atípicas”
Michael Melo/Metrópoles |
O relatório do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou transações atípicas do
policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado
estadual fluminense Flávio Bolsonaro (PSL), cita movimentações entre contas dele
e de sua filha, Nathalia Melo de Queiroz.
De
acordo com reportagem do Blog
Fausto Macedo, Nathalia era, até o mês passado, assessora lotada no
gabinete do deputado federal e agora presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL). Queiroz atuou como motorista e segurança de
Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O filho do
presidente eleito vai assumir a partir do ano que vem uma cadeira no Senado.
Conforme revelou a
reportagem, o relatório do Coaf aponta transações anormais em uma conta em nome
de Queiroz. Por ela, o então assessor movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de
2016 e o mesmo mês de 2017. Uma das transações é um cheque de R$ 24 mil destinado
a futura primeira-dama Michele Bolsonaro.
Nathalia
é citada em dois trechos do relatório. O documento não deixa claro os valores
individuais das transferências entre ela e seu pai, mas junto ao nome de
Nathalia está o valor total de R$ 84 mil. A filha do PM foi nomeada em dezembro
de 2016 para trabalhar como secretária parlamentar no gabinete de Bolsonaro na
Câmara. No dia 15 de outubro deste ano ela foi exonerada, mesma data em que seu
pai deixou o gabinete de Flávio, na Alerj. Nathalia recebeu em setembro, pelo
gabinete de Jair, um salário de R$ 10.088,42.
O
documento do Coaf que mapeou, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), as
movimentações financeiras dos servidores da Alerj, foi anexado na investigação
que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados
estaduais do Rio.
MPF
O MPF divulgou nessa
quinta-feira (6/12), nota na qual afirma que o relatório foi espontaneamente
difundido pelo Coaf em um processo de compartilhamento de informações entre os
órgãos de investigação. “Como o relatório relaciona um número maior de pessoas,
nem todos os nomes ali citados foram incluídos nas apurações, sobretudo porque
nem todas as movimentações atípicas são, necessariamente, ilícitas”, afirmou o
MPF.
Flávio Bolsonaro usou
ontem o Twitter para defender o ex-funcionário. “Fabricio Queiroz trabalhou
comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança”, escreveu o filho
do presidente eleito. “Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta.”
Queiroz disse que não iria se pronunciar. Nathalia não foi localizada.
Procurado, o gabinete de Jair Bolsonaro não se manifestou.
O
líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ingressou hoje na
procuradoria-geral da República com representação criminal pedindo para que
seja instaurado procedimento de investigação para apurar “possíveis ilícitos
criminais e administrativos” envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro
(PSL-RJ) e a futura primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro”.
Fonte: Portal
Metrópoles
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