Em seu blog,
Reinaldo Azevedo reflete sobre a relação da família Bolsonaro com seus
funcionários envolvendo o salário deles:
A aposta dos Bolsonaros — do pai, Jair, e
dos filhos, Flávio em particular, é que o assunto da movimentação financeira de
Fabrício Queiroz, ex-motorista e segurança do senador eleito da família, acabe
morrendo, caindo no esquecimento da população e da imprensa. Queiroz
movimentou, como se sabe, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 mais de R$
1,2 milhão.
Bem, as
explicações, até agora, são muito fracas, e a família Bolsonaro precisa
eliminar a desconfiança de que vigora entre os funcionários da turma uma
espécie de regime castrista, à moda médicos cubanos, né? Vale dizer: o salário
cheio é um, mas o que vai para o bolso de quem trabalha é muito menos em razão,
naquele caso, do confisco aplicado pelo regime comunista, e, neste caso, do
eventual confisco aplicado pelo regime bolsonarista — que seria, então, uma
espécie de comunismo oligárquico e familista.
Tanto o presidente
eleito, Jair Bolsonaro, como seus filhos estão fazendo um esforço danado para
que o imbróglio envolvendo Fabrício Queiroz, o ex-motorista de Flávio, não se
pareça com aquilo que se parece: a suspeita óbvia é a de que Queiroz fosse um
arrecadador, para a família Bolsonaro, de salário dos funcionários do agora
senador eleito.
Ora, nada menos de
nove assessores de Flávio Bolsonaro depositaram dinheiro na conta de Queiroz,
somando, em um ano, R$ 184 mil. Desse total, pouco mais de R$ 84 mil saíram da
conta de Nathalia, uma de suas filhas, que estava lotada no gabinete de Flávio
e depois foi transferida para o de Jair. No mesmo dia, 12 de junho de 2016,
Evelyn, a irmã, foi nomeada. Nos seis dias seguintes, os saques em dinheiro da
conta de Queiroz, o pai das duas, chegaram a R$ 58 mil.
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