Embora a governadora Cida Borghetti tenha afirmado
que deixará R$ 5 bilhões em caixa para o próximo governo e que a transição foi
harmoniosa, o governador eleito, Ratinho Junior, em entrevista à sua equipe de
trabalho disse que está preocupado com as contas e com o caixa e que terá que
promover cortes e ajustes para cumprir os compromissos assumidos com a
sociedade. Todos os contratos de fornecedores serão revistos. Bem, isso é praxe
em todo início de governo.
Sobre a transição:
A transição começou tarde, por decisão do atual
governo, algo que lamentamos, pois gostaríamos que começasse em seguida às
eleições para que pudéssemos ter mais tranquilidade para levantar os contratos,
licitações e projetos em andamento. O que nos preocupa muito é a questão
financeira do estado, porque muitas das informações nós não temos ainda
consolidadas. Existe um problema inclusive com a secretaria da Fazenda, com o
software, mas nós estamos fazendo um levantamento. Existe uma previsão de que o
governo não tenha uma sobra de caixa, confortável para começar o ano. Diante
deste cenário, vamos ter que fazer muitos cortes, muitos ajustes, para que a
gente consiga cumprir os compromissos neste início de ano, em especial nos
primeiros 90 dias. Eu determinei que todos os contratos dos últimos 30, 40
dias, sejam revistos, aquelas licitações que não são prioridade para atender a
população a gente pretende cancelar, o que juridicamente for possível.
Vamos priorizar aquilo que é necessário, em
especial a questão da saúde, a questão da educação, já que as aulas começam em
fevereiro. Janeiro é um mês difícil por conta de epidemias como a da dengue,
estamos que estar preparados para o combate, precisamos ter dinheiro em caixa
para isso e, obviamente, honrar os compromissos.
Redução da máquina
Vamos fazer um pente-fino. Começamos diminuindo as
secretarias, de 28 para 15. É o estado que mais cortou secretarias até agora,
pelo que levantamos. A ideia é enxugar a máquina pública, fazer um pente-fino
em todos esses contratos. Tivemos o caso da dragagem do Porto de Paranaguá, que
vai custar 400 milhões de reais, cujo contrato foi assinado a poucos dias para
terminar o ano. Esse é o tipo de coisa que deveria ter sido discutida com mais
profundidade, jogada para o ano que vem para que a gente pudesse avaliar o
contrato, que envolve milhões. A intenção é rever tudo isso. E vou determinar
logo no início do mês de janeiro, uma auditoria na folha de pagamento e também
na previdência. Nós queremos realmente ver se as pessoas estão
trabalhando de maneira correta, que não tenha gente recebendo em duplicidade,
para que o dinheiro público possa ser bem aplicado.
O senhor reduziu de 28 para 15 secretarias. Qual
foi o critério para chegar nesse modelo e como foi a composição dos indicados
para assumir as pastas?
Foi a primeira vez na história do Paraná que foi
contratada uma consultoria, uma das maiores empresas especializadas em Gestão
Pública, que é a Fundação Dom Cabral, para fazer uma modernização do
organograma do estado, repensar o número de secretarias.
Era um compromisso que eu tinha com os paranaenses,
de reduzir aquelas secretarias que foram criadas ao longo dos anos para
acomodar amigos, parentes de políticos. Nós resolvemos acabar com todas elas e
deixar só as que realmente são importantes para tocar o estado. Então nós
reduzimos de 28 para 15 secretarias, elas foram todas analisadas e
reorganizadas pela fundação Dom Cabral e todos os secretários e secretárias
foram indicados por um critério extremamente técnico. Se pegar o currículo de
todos eles, você vai ver que são pessoas preparadas, formadas, pós-graduadas,
alguns doutores, a nossa preocupação foi a de montar um time de
excelência que possa prestar um bom serviço ao estado.
Qual foi a orientação que o senhor deu aos
secretários?
Primeiro muita lealdade ao povo do Paraná. Temos
essa obrigação e o compromisso de sermos eficientes, aplicar da maneira
possível o dinheiro público e acima de tudo trabalhar muito. Eu não gosto de
ter na minha equipe pessoas que não gostam de trabalhar. Escolhi pessoas que
tem capacidade técnica e disposição para trabalhar.
O que o povo do Paraná pode esperar do governo
Ratinho Junior, a partir de 2019?
Pode esperar muita vontade de trabalho, muito planejamento,
nós vamos fazer do Paraná o melhor estado do Brasil, eu tenho convicção disso.
Vamos fazer do Paraná o estado mais moderno do Brasil. Queremos colocar a
educação entre as três melhores do país, fazer com que a segurança pública ser
respeitada e até servir de modelo para outros estados, utilizando para isso a
tecnologia. Acima de tudo, queremos fazer do Paraná um estado que possa gerar
oportunidades, a nossa preocupação, a nossa missão vai ser criar empregos. Para
isso vamos trabalhar para atrair empresas do Brasil e também de fora, para
investir no Paraná e gerar emprego pra nossa gente, este é o nosso compromisso.
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