O ex-juiz Sergio Moro, que será o futuro ministro da Justiça,
não quis falar sobre o "bolsogate" – escândalo que atinge a família
Bolsonaro e revela movimentações de R$ 1,2 milhão feitas por um ex-assessor do
senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ); questionado sobre o caso, Moro
preferiu silenciar sobre as transações suspeitas reveladas pelo Coaf, que
ficará sob subordinado a ele a partir de janeiro
247 – O ex-juiz Sergio Moro, que será o futuro ministro da
Justiça, não quis falar sobre o "bolsogate" – escândalo que atinge a
família Bolsonaro e revela movimentações de R$ 1,2 milhão feitas por um
ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Questionado sobre o
caso, ele preferiu silenciar. "Depois de passar os últimos dias tendo que
responder sobre suposto caixa 2 do futuro ministro-chefe da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, Sergio Moro agora foi questionado sobre o relatório
do Coaf (que passará a ser da alçada de Moro na Justiça) que revelou
movimentação atípica na conta de um assessor do deputado estadual e senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Sobre o filho do presidente, ao menos
por enquanto, Moro preferiu ficar quieto", informa o site BR 18.
Em artigo publicado ontem no
247, a colunista Helena Chagas, Jornalista pela Democracia, afirma que o
"bolsogate" cria uma saia-justa para Moro. Leia, abaixo, o artigo de
Helena:
Por Helena Chagas, para Os Divergentes e para o Jornalistas
pela Democracia – Assim como jabuti não sobe em árvore, o
Ministério Público, o Coaf e outras corporações do setor de investigações não
dão ponto sem nó. O vazamento do relatório que apontou movimentação atípica de
R$ 1,2 milhão na conta de um ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro —
apontando inclusive um choque de R$ 24 mil para a futura primeira dama Michelle
Bolsonaro — criou uma saia-justa para o novo governo. A pergunta que não quer
calar em Brasília é se, antes mesmo da posse, a família Bolsonaro começará a
ser investigada.
Tal
investigação não existe ainda. Fabrício Queiroz, o ex-assessor do filho 01 na
Alerj, entrou numa lista de 22 funcionários que, segundo o Coaf, tiveram
movimentação financeira incompatível com seus ganhos. Essa lista foi anexada
pelo Ministério Público à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça,
que teve como alvo os esquemas na Alerj.
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Nem
Flávio nem Fabrício estão no alvo dessa operação, mas o relatório apontando os
caminhos suspeitos do dinheiro, que era retirado também em espécie da conta do
servidor, foi parar nas mãos da imprensa muito provavelmente para forçar a
abertura de uma investigação. Afinal, são muito comuns, nesses tempos de Lava
Jato permanente, aquelas situações que começam quando as autoridades atiram no
que vêem e acabam acertando o que não vêem.
Também
é frequente o expediente dos procuradores de vazar uma denúncia para respaldar
a abertura de um inquérito quando o caso é delicado. Para lá de delicado, no
momento, por citar parentes do presidente eleito. Flávio Bolsonaro, em seu
twitter, jogou o caso no colo do ex-assessor, afirmando esperar que ele
explique tudo. Será que vai?
Acima
de tudo, o episódio será um teste para o novo governo e seu futuro ministro da
Justiça, Sérgio Moro, que a partir de 1 de janeiro será o chefe da Polícia
Federal e do Coaf. Se a investigação for aberta, portanto, estará nas mãos do
sujeito que abriu a caixa e soltou todos os monstros – que, vê-se agora, são
incontroláveis. Seu comportamento será acompanhado com lupa para ver se o pau
que bate em Chico bate em Francisco.
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