Audiência pública
realizada no auditório do Senac, apresentou à população plano de trabalho do
Plano de Desenvolvimento Regional composto por 15 municípios
(Foto: Edson Denobi) |
Uma reunião pública
realizada na noite de terça-feira (04/12), no auditório do Senac Apucarana,
encerrou a primeira parte do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável da
Metrópole Paraná Norte, um projeto de estudo do Governo do Paraná, com apoio do
Banco Mundial, que visa a criação de um grande corredor de desenvolvimento
unificado e sustentável unindo as cidades de Apucarana, Arapongas, Cambé,
Cambira, Ibiporã, Jandaia do Sul, Jataizinho, Londrina, Mandaguaçu, Mandaguari,
Marialva, Maringá, Paiçandu, Rolândia e Sarandi. Juntos, esses municípios
concentram 15% da população e quase 14% do PIB do Estado.
Os trabalhos da audiência, que objetivou
apresentar o resultado das oficinas realizadas pelos 15 municípios envolvidos e
abrir um canal de manifestação por parte da população, foram conduzidos por
Cláudio Marchand Krüger, coordenador executivo do Plano da Metrópole Paraná
Norte. “O projeto, que teve início em maio, continua até pelo menos a metade do
próximo ano, onde estão previstas mais três audiências públicas”, informou
Krüger. Segundo ele, o projeto visa estabelecer um horizonte de planejamento, a
médio prazo, para atender as necessidades da região nos próximos 30 anos. “A
ideia não é sair já com obras para solução de um problema específico, mas
trazer diretrizes estratégicas que vão permitir desenvolver toda essa região de
uma forma integrada, possibilitando que um município coopere um com o outro e
consiga enxergar objetivos comuns, bem como atuarem em conjunto para a solução
de problemas”, explicou o coordenador.
Aeroporto de carga – Krüger confirmou que
Apucarana ocupa posição estratégica dentro do planejamento. “Tanto é que as próximas
reuniões serão todas aqui. Apucarana é uma cidade que fica realmente no centro
da região. Inclusive, pelos estudos de logística, possivelmente uma ideia para
uma solução, para ampliar a questão do transporte de cargas, quem sabe a cidade
possa sediar um aeroporto regional mais voltado para cargas. Algumas rodovias
ou ferrovias que poderiam passar e que não passam aqui pela região como, por
exemplo, a Ferrovia Norte/Sul, que começa no Pará e termina no Sul de São
Paulo, e poderia ter continuidade passando por Apucarana e o Norte do Paraná.
Mas, por ora, o que estou falando são apenas ideias, cenários, dentro do que é
Apucarana, um centro regional, cidade pólo”, concluiu Krüger, coordenador
executivo do Plano da Metrópole Paraná Norte.
No final de janeiro, revelou Krüger deve ser
concluída a etapa de diagnóstico. “Na ocasião deveremos agendar outra
apresentação em Apucarana”, adianta. Indagado sobre o que o estudo já
diagnosticou até o momento, ele foi taxativo. “O que já conseguimos perceber é
um desnível social e de infraestrutura urbana entre as cidades pólo Maringá,
Apucarana e Londrina em relação a municípios mais pobres. Muitas vezes o
município vizinho é mais pobre, mas as pessoas moram lá. Em contrapartida, saem
de suas casas para trabalhar, produzir no município maior que, muitas vezes,
têm uma situação mais confortável em termos de renda, de planejamento, de
qualidade de vida. E uma integração, entre cidades que muitas vezes estão a 10
ou 15 quilômetros apenas de distância, mas apresentam essas discrepâncias,
seria algo bom para ambos e é isso que o projeto defende”, disse Cláudio
Marchand Krüger, coordenador executivo do Plano da Metrópole Paraná Norte.
Metrópole única – Presente na audiência
Pública, o prefeito Beto Preto reiterou sua proposta de que as três regiões
metropolitanas, Londrina, Apucarana e Maringá, possam ser transformadas em uma
única metrópole. Segundo ele, esse conceito já existe em outras regiões e
outros países, assegurando maior integração e igualdade de tratamento entre todos
os municípios participantes.
Beto Preto lembrou da luta que ele próprio e
seu vice-prefeito, Junior da Femac, encamparam, na defesa do traçado original
da Ferrovia Norte-Sul, a partir do sul do Estado de São Paulo. “Mobilizamos
lideranças de toda a região em reuniões no gabinete do então prefeito de
Londrina, Fernando Kireff; e também no Conselho de Desenvolvimento de Maringá
(Codem). Infelizmente, interferências políticas alteraram o traçado desta
importante ferrovia, desviando para o Estado do Mato Grosso do Sul até
Maracaju, para depois retornar ao Paraná, via Guaira”, comentou Beto Preto,
acrescentando que “com o projeto da Metrópole Paraná Norte, essa luta pode e
deve ser retomada”.
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