O segundo capítulo do caixa dois eleitoral usado pela
campanha de Jair Bolsonaro revela ainda mais um pouco do submundo dos ataques
anti-PT e dos disparos em massa no WhatsApp que se instalaram no Brasil durante
as eleições de 2018. Uma rede de empresas recorreu ao uso fraudulento de
nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de
lotes de mensagens em benefício de Jair Bolsonaro, informam os jornalistas
Artur Rodrigues e Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo
247 - O
segundo capítulo do caixa dois eleitoral usado pela campanha de Jair Bolsonaro
revela ainda mais um pouco do submundo dos ataques anti-PT e dos disparos em
massa no WhatsApp que se instalaram no Brasil durante as eleições de 2018. Uma rede de empresas recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos
para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em
benefício de Jair Bolsonaro, informam os jornalistas Artur Rodrigues e Patrícia
Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo.
A reportagem
publicada no jornal destaca a
empresa Yacows como elo entre as fraudes e a operação de disparos. Segundo a
matéria, Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma dessas empresas de
marketing envolvidas nas fraude de caixa dois eleitoral, entregou detalhes
sobre o funcionamento do esquema e foi gravado em diversas vezes pela
reportagem.
Segundo os jornalistas Patrícia
Campos Mello e Artur Rogrigues, "a Folha
falou diversas vezes com (...) Hans River do Rio Nascimento (...). Nas
primeiras conversas, ocorridas a partir de 19 de novembro e sempre gravadas,
ele disse que não sabia quais campanhas se valeram da fraude, mas reafirmou o
conteúdo dos autos e respondeu a perguntas feitas pela reportagem. No dia 25, ele mudou de ideia após fazer acordo com a
antiga empregadora, registrado no processo. 'Pensei melhor, estou pedindo pra
você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo', disse, em
mensagem de texto. Três dias antes, a Folha havia procurado a Yacows para
solicitar esclarecimentos."
A
matéria acrescenta: "as conversas gravadas e a ação que Nascimento move
acrescentam detalhes ao esquema revelado pela Folha em outubro, quando
reportagem mostrou que empresários pagaram para impulsionar mensagens anti-PT
na disputa eleitoral. Após a publicação
da reportagem, o WhatsApp bloqueou as contas ligadas às quatro agências de
mídia citadas pela Folha por fazerem disparos em massa: Quickmobile, Croc
Services, SMS Market e Yacows."
E prossegue na descrição do
esquema: "Nascimento descreve a atuação de três agências coligadas:
Yacows, Deep Marketing e Kiplix, que funcionam no mesmo endereço em Santana
(zona norte de São Paulo) e pertencem aos irmãos Lindolfo Alves Neto e Flávia
Alves. Nascimento esteve empregado pela Kiplix de 9 de agosto a 29 de setembro
com salário de R$ 1.500."
Finalmente,
a reportagem informa sobre a fraude no CPF: "segundo seu relato, as
empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas
que ignoravam o uso de seus dados. Ele enviou à reportagem uma relação de 10
mil nomes de pessoas nascidas de 1932 a 1953 (de 6 5 a 86 anos) que, afirma, era
distribuída pela Yacows aos operadores de disparos de mensagens. Nascimento afirma que os dados utilizados sem autorização
eram parte importante do esquema.
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