A filha do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de
Flávio Bolsonaro que funcionava como um "caixa" do clã Bolsonaro,
também apareceu no pente fino do Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras); Nathalia Queiroz, que foi secretária parlamentar do então
deputado Jair Bolsonaro e foi exonerada no mesmo dia que o pai, em 15 de
outubro, antes do segundo turno das eleições, é personal trainer de
"famosos" e tem atividade intensa na área; a função de secretária
parlamentar, no entanto, exige, por lei, 40 horas de dedicação semanal, o que
indica que ela era apenas repassadora de recursos para o esquema Bolsonaro
247 - A filha do policial militar Fabrício Queiroz,
ex-assessor de Flávio Bolsonaro que funcionava como um "caixa" do clã
Bolsonaro, também apareceu no pente fino do Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras); Nathalia Queiroz, que foi secretária parlamentar
do então deputado Jair Bolsonaro, é personal trainer de "famosos".
Como o pai, ela foi exonerada em 15 de outubro, entre o primeiro e o segundo
turno das eleições, ação que é interpretada no universo político como indicação
de que a família Bolsonaro foi informada as investigações do Ministério Público
e da Polícia Federal.
Reportagem da jornalista Ana Luiza Albuquerque na Folha de S. Paulo dá todas
as pistas e indica que Nathalia nunca exerceu a função de secretária
parlamentar e provavelmente atuava como mera repassadora dos recursos para o
esquema do clã Bolsonaro.
Segundo a lei, a atividade de
secretária parlamentar exige dedicação semanal de 40 horas. No entanto, no
período em que em tese deveria estar assessorando Jair Bolsonaro, a filha de
Queiroz indicava em suas redes sociais uma atividade intensa, ao longo do dias,
como personal trainer.
A
ligação dela com a família Bolsonaro vem de longo tempo, como a do pai -amigo e
prestador de serviços ao clã há mais de 20 anos. No caso de Nathalia, ela, em
2007, aos 18 anos, começou a atuar na vice-liderança do PP, de Flávio, onde
ficou até fevereiro de 2011. De agosto do mesmo ano até dezembro de 2016,
esteve lotada em seu gabinete e, a seguir, no de Jair Bolsonaro, até 15 de
outubro.
O
período em que em tese Nathalia deveria atuar como secretária nos gabinetes de
Flávio e depois de Jair Bolsonaro é o de maior atividade da personal trainer,
conforme os registros em seus perfis nas redes sociais. "As datas das
fotos coincidem com o período em que esteve lotada em ambos os gabinetes. Em
setembro, Nathalia recebeu uma remuneração bruta de cerca de R$ 10 mil, como
secretária parlamentar de Jair Bolsonaro", informa a jornalista Albuquerque.
No
relatório do Coaf, está registrado que Fabrício Queiroz movimentou R$ 1,2
milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Segundo o Coaf, as transações
são "incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação
profissional" do ex-assessor. No mesmo relatório, o nome de Nathalia
aparece ao lado do valor de R$ 84 mil, mas não há detalhes sobre os repasses.
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