Consideradas atípicas, transações serão
investigadas pela operação Furna da Onça. Um dos repasses foi para a futura
primeira-dama Michelle
Igo Estrela/Metrópoles |
Um
relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou
movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor do
deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho
do presidente eleito Jair Bolsonaro –
entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
· O
documento foi anexado pelo Ministério Público Federal (MPF) à investigação que
deu origem à operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à
prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj).
· O Coaf
informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas
são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação
profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar.
· O
relatório também cita que foram encontradas na conta transações envolvendo
dinheiro em espécie, embora Queiroz exercesse uma atividade cuja “característica
é a utilização de outros instrumentos de transferência de recurso”.
· O nome de
Queiroz consta da folha de pagamento da Alerj de setembro com salário de R$
8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III,
símbolo CCDAL- 3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do
Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia
Militar.
· Funcionários
Nem Flávio Bolsonaro nem o seu ex-motorista foram alvo da operação que prendeu dez deputados fluminenses, deflagrada no dia 8 de novembro. O MPF investiga o envolvimento dos parlamentares estaduais em um esquema de pagamento de “mensalinho” na Assembleia.
Nem Flávio Bolsonaro nem o seu ex-motorista foram alvo da operação que prendeu dez deputados fluminenses, deflagrada no dia 8 de novembro. O MPF investiga o envolvimento dos parlamentares estaduais em um esquema de pagamento de “mensalinho” na Assembleia.
· Queiroz
foi citado na investigação porque o Coaf mapeou, a pedido dos procuradores da
República, todos os funcionários e ex-servidores da Alerj citados em
comunicados sobre transações financeiras suspeitas.
· Para
traçar um padrão entre as movimentações financeiras, em parte utilizadas para
pedir a prisão de funcionários da Alerj, o Coaf organizou os dados em uma lista
com 22 nomes. O motorista de Bolsonaro é o 20.º no documento de 422 páginas que
reúne informações sobre R$ 200 milhões em transações realizadas em contas de
funcionários da Alerj. Na conta em nome de Queiroz, o Coaf identificou a
movimentação de R$ 1,2 milhão no período de 12 meses.
· O Coaf é
a unidade responsável por monitorar e receber todas as informações dos bancos
sobre transações suspeitas ou atípicas. Pela lei, os bancos devem informar
qualquer transação que não siga o padrão do cliente. Quando a transação é em
dinheiro, o banco informa sempre que o valor for igual ou superior a R$ 50 mil.
· Michelle
Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.
Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.
· “Dentre
eles constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de
pessoa com foro por prerrogativa de função – Michelle de Paula Firmo Reinaldo
Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil”, diz o documento do Coaf.
· Ao longo
de um ano, o órgão também encontrou cerca de R$ 320 mil em saque na conta
mantida pelo motorista do filho de Bolsonaro. Desse total, R$ 159 mil foi
sacado numa agência bancária no prédio da Alerj, no centro do Rio. Também
chamou a atenção dos investigadores as transações realizadas entre Queiroz e
outros funcionários da Assembleia. O documento lista todas as movimentações e
seus destinatários ou remetentes.
· Os
técnicos do órgão também receberam informações sobre transações consideradas
pelo órgão como suspeitas após janeiro de 2017. Segundo o Coaf, entre fevereiro
e abril do ano passado, o banco comunicou sobre 10 transações “fracionadas” no
valor total de R$ 49 mil que poderia configurar uma “possível tentativa de
burla aos controles”.
· “A conta
teria apresentado aparente fracionamento nos saques em espécie, cujos valores
estão diluídos abaixo do limite diário. Foi considerado fator essencial para a
comunicação pela possibilidade de ocultação de origem/destino dos portadores”,
afirma o relatório do Coaf.
Fonte:
Portal Metrópoles
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