Cubanos do Mais Médicos se despedem do Brasil |
A Coluna de Mônica
Bergamo na Folha de S.Paulo informa
que o futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, diz que
ainda está “esperando” o prazo final de inscrição de brasileiros para
o Mais Médicos antes de fazer qualquer avaliação sobre a tentativa de
preencher as vagas deixadas pelos cubanos. “Estou olhando com atenção e muito
ciente de que a ideia de que está tudo resolvido está distante da realidade”,
afirma.
De acordo com a publicação, os dados
alardeados pelo governo, de que 97% das vagas deixadas pelos cubanos já estão
“preenchidas”, são vistos com cautela. “Tem que ver se isso vai ser
concretizado”, diz Mandetta. Ou seja, se os brasileiros inscritos vão
se apresentar para trabalhar. “O problema pode ser o preenchimento de vagas nas
áreas de difícil provimento, que muito provavelmente não serão ocupadas”,
alerta. Ele afirma que “a primeira cidade a lotar” de médicos no edital lançado
pelo governo “foi Brasília”. “Mas nós precisamos de médicos em áreas críticas,
como Xingu, Acre, Vale do Jequitinhonha”. Mandetta diz que os editais do
programa deveriam recrutar primeiro doutores para regiões vulneráveis.
O futuro ministro afirma que, depois de
finalizado o processo, estudará eventuais medidas adicionais que poderá tomar
quando assumir o cargo —caso elas sejam mesmo necessárias. Ele descarta a convocação
de recém-formados que pagaram seus cursos com financiamento público para
uma espécie de serviço civil obrigatório. Mas diz que poderia ser possível, por
exemplo, usar mecanismos de incentivo —como o abatimento da dívida deles com o
Fies. “Há uma geração de médicos endividados, que pagam R$ 10 mil por mês numa
faculdade de medicina por seis anos e saem com débitos de R$ 1 milhão”, afirma.
A outra opção seria uma parceria com as Forças Armadas, que mantêm médicos em
regiões remotas do país. “Mas vamos esperar pelo resultado do edital”, diz
Mandetta, completa a Folha.
Fonte: DCM
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