Quase 50 organizações da sociedade civil dos Estados Unidos, que temem que os danos provocados sejam de amplo alcance e duradouros para comunidades brasileiras
REUTERS/Adriano Machado |
Propostas do governo de Jair Bolsonaro (PSL) são vistas com
receio por quase 50 organizações da sociedade civil dos Estados Unidos, que
temem que os danos provocados sejam de amplo alcance e duradouros para
comunidades brasileiras e ao meio ambiente.
As preocupações
são manifestadas, em carta, por 47 instituições, entre elas entidades como
Brazilian Studies Association (Brasa), Amazon Watch e Friends of the Earth
U.S., além de outras de defesa do meio ambiente, dos direitos de trabalhadores
e de mulheres.
A
carta acaba de ser publicada no site da organização ambiental Friends of
the Earth U.S.
No
documento, as entidades afirmam que o objetivo é expressar "profunda
preocupação" com as posições sustentadas pelo presidente eleito que
"representam uma ameaça séria à democracia, aos direitos humanos e ao meio
ambiente".
As entidades citam
o "discurso de ódio" de Bolsonaro, dirigido a negros, gays e
mulheres. Lembram ainda a defesa que o presidente eleito fez da ditadura
militar -em especial declarações de que a ditadura deveria ter matado mais
pessoas– e afirmações sobre exílio forçado e prisões de ativistas de esquerda.
Sobre
isso, criticam o fato de o presidente eleito ter descrito membros do MTST como
"terroristas" e destacam o assassinato de dois integrantes do grupo
em dezembro por homens mascarados.
"Além
desses repulsivos ataques verbais, nós estamos particularmente preocupados com
algumas propostas políticas de Bolsonaro que, se implementadas, podem infligir
danos de amplo alcance e duradouros a comunidades brasileiras e ao meio
ambiente."
A
extinção do Ministério do Trabalho e do Ministério dos Direitos Humanos é vista
com especial cautela pelas organizações. "Esses planos levantam temor de
que o futuro governo vai procurar enfraquecer os esforços para proteger os
direitos dos trabalhadores e outros direitos humanos."
As
entidades de sociedade civil dizem que vão ficar monitorando as ações da
próxima administração nos próximos meses. Afirmam ainda que vão se pronunciar
contra a retórica de ódio e atos de violência, intimidação ou perseguição
contra comunidades e instituições de defesa da sociedade civil tachadas de
"inimigos" ou "terroristas" por Bolsonaro.
Os
direitos de povos indígenas também são vistos com preocupação pelas
organizações. Recentemente, o presidente eleito defendeu a exploração "de
forma racional" da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Para
Christian Poirier, diretor da Amazon Watch, a eleição de Bolsonaro representa
"uma crise para os direitos humanos, para a floresta amazônica e para o
nosso clima global".
"Um
aumento nos ataques violentos contra a população indígena e movimentos sociais
já ocorreu desde a eleição. Os direitos humanos e da comunidade ambiental do
Brasil não vão retroceder frente a essa emergência, e nem vamos nós [recuar] em
apoio a eles."
Gladys
Mitchell-Walthour, presidente da Brasa, afirmou que a intenção é fazer o máximo
para "apoiar professores, ativistas e cidadãos brasileiros em geral".
"Nós não apoiamos ações antidemocráticas por líderes e
cidadãos." Com informações da Folhapress.
Fonte: Notícias ao Minuto
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