Em entrevista ao jornalista Igor Gielow, o general Villas
Bôas, chefe das Forças Armadas, falou pela primeira vez sobre sua manifestação
na ocasião em que o Supremo Tribunal Federal manteve a prisão em segunda
instância e selou o destino do ex-presidente Lula. "Eu reconheço que houve
um episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da
véspera do votação no Supremo da questão do Lula", disse ele.
"Sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me
expressasse", afirma. Villas Bôas se manifestou no dia 3 de abril e Lula
foi preso no dia 7
247 – Em entrevista ao jornalista Igor Gielow, o general Villas Boas, chefe
das Forças Armadas, falou pela primeira vez sobre sua manifestação na véspera
do dia em que o Supremo Tribunal Federal manteve a prisão em segunda instância
e selou o destino do ex-presidente Lula, preso há sete meses por um processo
amplamente questionado por juristas do Brasil e do mundo.
"Eu reconheço que houve um
episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da
véspera do votação no Supremo da questão do Lula. Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos
no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não
me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis
identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática. Me
lembro, a gente soltou [o post no Twitter] 20h20, no fim do Jornal Nacional, o
William Bonner leu a nossa nota", disse ele.
Sobre
as críticas recebidas, ele as relativizou. "Do
pessoal de sempre, mas a relação custo-benefício foi positiva. Alguns me
acusaram... de os militares estarem interferindo numa área que não lhes dizia
respeito. Mas aí temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento
da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar",
afirmou.
Villas
Bôas disse ainda que a eleição de Jair Bolsonaro não representa a volta dos
militares ao poder. "A imagem dele
como militar vem de fora. Ele é muito mais um político. Estamos tratando com
muito cuidado essa interpretação de que a eleição dele representa uma volta dos
militares ao poder. Absolutamente não
é", afirmou.
Relembre
abaixo o tweet de Villas Bôas, do dia 3 de abril deste ano (Lula foi preso no
dia 7 de abril, pouco depois do julgamento do STF):
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