A prisão de Joesley Batista, do vice-governador de Minas Gerais,
Antonio Andrade (MDB), e outros, na manhã desta sexta-feira (9), começa a
desvendar o esquema de corrupção que alimentou o MDB na articulação do golpe
contra Dilma Roussef que, concretizado em 2016, nasceu logo depois das eleições
de 2014; esquema teria mobilizado mais de R$ 30 milhões para comprar a eleição
de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara dos Deputados, peça-chave na trama
golpista
247 - A prisão de
Joesley Batista e do vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade
(MDB) e outros, na manhã desta sexta-feira (9), começa a desvendar o
esquema de corrupção que alimentou o MDB na articulação do golpe contra Dilma
Roussef que, concretizado em 2016, nasceu logo depois das eleições de 2014.
Segundo a PF, esquema teria mobilizado mais de R$ 30 milhões para comprar a
eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara dos Deputados, peça-chave na
trama golpista
A
operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, um conhecido
"operador" do MDB. Funaro falou à PF sobre supostos pagamentos de
propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou
indiretamente no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015 -em 2014, Andrade era
o ministro da Agricultura e homem de confiança de Temer.
Por
sinal, o vice-governador de Fernando Pimentel (PT) é conhecido como "Temer
de Minas", pois traiu o governador e, em articulação com Aécio Neves,
tentou -sem sucesso- aprovar um impeachment na Assembleia Legislativa.
Um
trecho da informação que a Polícia Federal divulgou hoje após as prisões
desvenda ao menos em parte o véu que até agora encobria a operação de
financiamento do golpe contra Dilma, indicando claramente como foi comprada a
eleição de Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara dos Deputados em 1 de
fevereiro de 2015, peça-chave na trama golpista:
"Teria
havido também, por parte do grupo empresarial, o financiamento ilegal de
campanha de um Deputado Federal para a Presidência da Câmara dos Deputados, em
troca de atendimento dos interesses corporativos do grupo no MAPA, sendo de R$
30 milhões o valor solicitado para tal financiamento. Desse total, o Deputado
teria destinado R$ 15 milhões a um Deputado Federal mineiro de seu partido. A bancada
mineira desse partido também teria recebido parte do montante, após a lavagem
do dinheiro. Os referidos valores teriam sido depositados pelo grupo em contas
bancárias de seis escritórios de advocacia, que teriam repassado os valores
lavados aos beneficiários finais, conforme determinação do Deputado Federal
mineiro e de seu operador, também Deputado Federal. Tais escritórios teriam
emitido notas fiscais frias, visto nunca ter havido qualquer prestação de
serviço ao grupo empresarial. Uma das maiores redes de supermercado do país
também teria integrado a engrenagem de lavagem de dinheiro oriundo do esquema,
repassando aos destinatários finais os valores ilícitos em dinheiro vivo e em
contribuições oficiais de campanha. O total de doações oficiais feitas por
empresas vinculadas e administradas por um empresário do ramo de supermercados,
nas eleições de 2014, totalizou quase R$ 8,5 milhões."
Leia aqui a íntegra da nota da PF.
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