Do Valor:
Um cinegrafista da
TV Globo foi forçado por um agente da Polícia Federal a apagar imagens que
gravou do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) nesta sexta-feira. O
profissional da imprensa acompanhava a visita de Bolsonaro ao Centro de
Adestramento da Ilha da Marambaia (Cadim), área da União administrada pela
Marinha, no Rio de Janeiro, e embarcou junto com o presidente eleito e aliados
no cais do Clube Náutico de Itacuruçá.
Bolsonaro foi à Restinga de Marambaia e
passou a tarde com sua esposa Michelle e amigos. O cinegrafista estava a
trabalho, com seu equipamento, gravando imagens do presidente eleito. Na
Restinga de Marambaia, foi abordado pela PF e forçado a apagar as imagens.
Depois, foi obrigado a voltar imediatamente para o local onde embarcou. O policial
federal coletou dados e tirou foto do cinegrafista.
Procurada, a PF informou que não havia
como falar com a reportagem porque hoje não tem expediente.
No Iate Clube, onde Bolsonaro embarcou, a
imprensa foi expulsa pelo diretor social da instituição, que se identificou
apenas como Valdir. O diretor disse ser militar e ameaçou prender repórteres
que esperavam Bolsonaro no pier do clube.
A reportagem procurou a Marinha para obter
mais informações sobre quem pode ter acesso à Restinga de Marambaia e quantas
pessoas estavam na comitiva de Bolsonaro, mas não obteve essa resposta. Também
não foi informado o custo dessa visita, com o deslocamento e refeições,
além do efetivo de segurança.
Na nota divulgada pela Marinha, a
instituição afirma apenas que o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia
(CADIM), localizado na Costa Verde do Rio de Janeiro, recebeu a visita de
Bolsonaro. “O político visitou a Organização Militar da Marinha que,
tradicionalmente, oferece privacidade e segurança para autoridades nacionais e
estrangeiras”, afirmou.
“Cabe destacar que o local é o único em todo o Estado do Rio
de Janeiro onde navios, aeronaves e veículos militares podem fazer uso de
armamento real para adestramento. Em função da proximidade com várias outras
OM, o deslocamento das unidades a serem adestradas é feito de forma rápida,
economizando tempo e recursos”, diz a nota. (…)
Fonte: DCM
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