sábado, 10 de novembro de 2018

Plano de Guedes pode arrebentar a indústria


Enquanto os países desenvolvidos se fecham e protegem seus mercados, a equipe econômica de Paulo Guedes quer baixar tarifas de importação de produtos industriais no Brasil, sem exigir nenhuma contrapartida; é mais uma traição contra empresários que apoiaram o golpe de 2016 e a própria eleição de Bolsonaro; Robson Andrade, presidente da CNI, diz que tarifas devem cair apenas em caso de acordos comerciais, ou seja, com contrapartidas
247 - Enquanto os países desenvolvidos se fecham e protegem seus mercados, a equipe econômica de Paulo Guedes quer baixar tarifas de importação de produtos industriais no Brasil, sem exigir nenhuma contrapartida.
A ideia é que as tarifas de todos os bens importados sejam reduzidas em quatro anos. Os produtos que atualmente são taxados de 20% a 35%, como eletrodomésticos, automóveis e confecções, passariam para 15%. Os com tarifa de 15% a 20%, como alguns bens de capital, para 10%. Tarifas de 5% a 15%, que atinge produtos siderúrgicos, por exemplo, cairiam para 5% e, as abaixo de 5%, como matérias-primas, para zero. 
Outra proposta defende iniciar o corte nas tarifas pelos bens de capital e informática, o que poderia ser feito dentro das regras do Mercosul. Prevê também a redução das tarifas sobre produtos siderúrgicos. As tarifas seriam cortadas gradualmente até chegar a 4% em 2021, em linha com a média mundial. Hoje, vão de 8% a 35% para bens de capital, de 6% a 25% para informática e de 8% a 14% para o setor siderúrgico. O objetivo, nesse caso, seria melhorar a competitividade.
As propostas de abertura comercial com redução unilateral das tarifas de importação contraria a posição da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para a qual a abertura deve ser feita por meio de acordos comerciais que prevejam alguma contrapartida para o País. "Somos a favor da abertura, desde que seja por meio de acordos internacionais", disse o presidente da CNI, Robson Andrade. "Abertura unilateral, que benefício tem?" Ele defende que o Brasil receba algo em troca pela abertura de seu mercado. Por exemplo, novas tecnologias e inovações.
Para Andrade, se as tarifas forem reduzidas abruptamente, o resultado pode ser a perda de investimentos que seriam feitos no País por empresas estrangeiras.

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