Enquanto os países desenvolvidos se fecham e protegem seus
mercados, a equipe econômica de Paulo Guedes quer baixar tarifas de importação
de produtos industriais no Brasil, sem exigir nenhuma contrapartida; é mais uma
traição contra empresários que apoiaram o golpe de 2016 e a própria eleição de
Bolsonaro; Robson Andrade, presidente da CNI, diz que tarifas devem cair apenas
em caso de acordos comerciais, ou seja, com contrapartidas
247 - Enquanto os países desenvolvidos se fecham e
protegem seus mercados, a equipe econômica de Paulo Guedes quer baixar tarifas
de importação de produtos industriais no Brasil, sem exigir nenhuma
contrapartida.
A ideia é que as tarifas de todos os bens
importados sejam reduzidas em quatro anos. Os produtos que atualmente são
taxados de 20% a 35%, como eletrodomésticos, automóveis e confecções, passariam
para 15%. Os com tarifa de 15% a 20%, como alguns bens de capital, para 10%.
Tarifas de 5% a 15%, que atinge produtos siderúrgicos, por exemplo, cairiam
para 5% e, as abaixo de 5%, como matérias-primas, para zero.
Outra proposta defende iniciar o corte nas tarifas
pelos bens de capital e informática, o que poderia ser feito dentro das regras
do Mercosul. Prevê também a redução das tarifas sobre produtos siderúrgicos. As
tarifas seriam cortadas gradualmente até chegar a 4% em 2021, em linha com a
média mundial. Hoje, vão de 8% a 35% para bens de capital, de 6% a 25% para
informática e de 8% a 14% para o setor siderúrgico. O objetivo, nesse caso,
seria melhorar a competitividade.
As propostas de abertura comercial com redução
unilateral das tarifas de importação contraria a posição da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), para a qual a abertura deve ser feita por meio de
acordos comerciais que prevejam alguma contrapartida para o País. "Somos a
favor da abertura, desde que seja por meio de acordos internacionais",
disse o presidente da CNI, Robson Andrade. "Abertura unilateral, que
benefício tem?" Ele defende que o Brasil receba algo em troca pela
abertura de seu mercado. Por exemplo, novas tecnologias e inovações.
Para Andrade, se as tarifas forem reduzidas
abruptamente, o resultado pode ser a perda de investimentos que seriam feitos
no País por empresas estrangeiras.
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