"A formalização do ingresso do juiz no cenário político
– em ostensiva oposição a Lula – torna ainda mais necessária uma análise
retrospectiva de sua conduta em relação ao ex-presidente", dizem os
advogados do ex-presidente Lula. "Outrossim, um olhar sobre os detalhes do
processo eleitoral e seus desdobramentos permite confirmar, acima de qualquer
dúvida razoável, que a atuação do juiz Sergio Moro em relação a Lula sempre foi
parcial e teve por objetivo interditar o ex-presidente na política –
viabilizando ou potencializando as chances de um terceiro sagrar-se vencedor
nas eleições presidenciais". Lula, que liderava todas as pesquisas, foi
retirado do processo eleitoral após ser preso por Sergio Moro e ter a sentença
confirmada pelo TRF-4
247 – O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva entrou com pedido de liberdade junto ao Supremo
Tribunal Federal, após o juiz Sergio Moro, que o prendeu numa das decisões mais
contestadas da história jurídica do Brasil, ter aceitado ser ministro da
Justiça de Jair Bolsonaro, favorecido na disputa presidencial de 2018 pela
exclusão de Lula. "A formalização do ingresso do juiz no cenário político
– em ostensiva oposição a Lula – torna ainda mais necessária uma análise
retrospectiva de sua conduta em relação ao ex-presidente", dizem os
advogados. "Outrossim, um olhar sobre os detalhes do processo eleitoral e
seus desdobramentos permite confirmar, acima de qualquer dúvida razoável, que a
atuação do juiz Sergio Moro em relação a Lula sempre foi parcial e teve por
objetivo interditar o ex-presidente na política – viabilizando ou
potencializando as chances de um terceiro sagrar-se vencedor nas eleições
presidenciais. E agora irá participar, em relevante ministério, do governo do
candidato eleito após contato com seus aliados no curso do processo
eleitoral".
Algoz de Lula, Moro acaba de pedir férias, antes de se tornar
ministros, conforme informa a Agência Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) - O juiz federal Sérgio Moro
apresentou nesta segunda-feira pedido de férias para se afastar da magistratura
antes de assumir o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo
do presidente eleito Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019.
Em
ofício enviado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Moro pediu 17 dias de
férias que ainda tem acumulados, a partir desta segunda-feira, até o dia 21
deste mês, e informa que solicitará em seguida novo pedido de férias, até o dia
19 de dezembro.
Com
isso, o magistrado só pedirá exoneração do cargo no início de janeiro, logo
antes de assumir o ministério.
“Assim,
pretendo tirar a partir da presente data as várias férias que acumulei durante
meu período de magistrado em decorrência das necessidades do serviço. As férias
também permitirão que inicie as preparações para a transição de governo e para
os planos para o ministério”, disse o juiz em ofício enviado ao corregedor do
TRF-4, Ricardo do Valle Pereira.
A
partir desta segunda, assumirá a 13ª Vara, onde correm os processos da operação
Lava Jato, a juíza substituta Gabriela Hardt. Depois da exoneração de Moro, o
tribunal abrirá uma seleção interna para que juízes de outras varas se
candidatem a assumir a 13ª, e o critério de seleção é a antiguidade no cargo.
Os processos da Lava Jato não serão redistribuídos.
O juiz
foi convidado oficialmente na semana passada pelo presidente eleito Jair
Bolsonaro e aceitou o cargo em encontro na casa de Bolsonaro no Rio. No
entanto, para ser ministro, Moro terá que se exonerar da Justiça Federal, já
que a Constituição só aceita que magistrados exerçam o magistério, além da função
de juiz.
Moro
dará uma entrevista coletiva na terça-feira para esclarecer as razões de ter
aceitado participar do governo e apresentar suas propostas de atuação.
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