Foto: Ricardo Stuckert |
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva reagiu com indignação à confirmação do nome do juiz federal
Sergio Moro como novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Em conversa com
a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e com o ex-ministro
Aloizio Mercadante, que o visitaram na Superintendência da Polícia Federal de
Curitiba, nesta quinta-feira, Lula disse que o aceite de Moro ao convite do
presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirma o que ele vem sustentando desde
que foi denunciado na Operação Lava Jato: que estaria sendo vítima de um
processo político.
“Ele está firme como sempre, mas
mais indignado ainda com essa notícia da nomeação de seu algoz para ministro da
Justiça, que só confirma que ele é vítima de um julgamento eminentemente
político. Ele disse:’O Moro, ao invés de apresentar uma prova contra mim,
aceita ser ministro, reforçando nossa tese de que me condenou por um
powerpoint, me condenou sem um fato concreto, porque estava a serviço de uma
causa política’”, relatou Gleisi.
Para
a senadora, Moro ministro de Bolsonaro é um escândalo mundial. “O juiz que
investigou Lula e o condenou, agora passa a ser o executor da pena como
ministro da Justiça. É lamentável que isso aconteça, é um escândalo mundial. O
Brasil está pagando um novo vexame no campo jurídico. Isso vai ser muito ruim
para o Judiciário brasileiro. O processo de Lula está eivado de vícios, mas, na
realidade, o próximo ministro da Justiça foi aquele que ajudou Bolsonaro a
ganhar a eleição”, afirmou a senadora. “Foi ele que impediu o presidente Lula
de ser candidato, durante o processo eleitoral, soltou uma delação do Palocci,
que nem estava homologada, para fazer debate político. E ficamos mais
estarrecidos ao saber que o vice-presidente atestou hoje no jornal, que Paulo
Guedes já havia convidado Sergio Moro para ser ministro antes do primeiro
turno. Então, as coisas estão encadeadas. Gostaríamos saber desde quando Moro
articula para ser ministro de Bolsonaro”, questionou.
Sem
adiantar quais serão as medidas, Gleisi informou que a defesa do ex-presidente
está preparando uma série de recursos aos tribunais superiores e a ógãos
internacionais para questionar a imparcialidade de Moro, explorando esse fato
novo da indicação para o Ministério. “Também reforçamos o pedido para que o CNJ
paute a denúncia que fizemos para investigar o vazamento do grampo que fizeram
com a presidente Dilma, que impediu o Lula de ser ministro. Acreditamos que
desde lá essa articulação está acontecendo. Consideramos isso um escândalo”,
concluiu.
Fonte:
Paranaportal
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