A senadora, deputada eleita e presidente do PT Gleisi Hofmann
afirma que o país precisa se preparar para combater a volta da fome; ela diz:
"não tem nenhuma sociedade, minimamente evoluída, sem ter o direito básico
de comer. Tudo o que foi feito (na área social) durante os 13 anos de governo,
terá que ser feito novamente"
Da Rede Brasil Atual -
Depois do Brasil sair do "Mapa da Fome" em 2014, relatório elaborado
pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), ela
está de volta à realidade do país. Para a presidenta do PT, senadora Gleisi
Hoffmann, seu partido, junto com o campo democrático no geral, esse é um dos
desafios a ser enfrentado nos próximos anos. Assim como o possível fim da
valorização do salário mínimo, a piora nas condições de desemprego e a queda na
renda da população.
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"Não
tem nenhuma sociedade, minimamente evoluída, sem ter o direito básico de comer.
Tudo o que foi feito (na área social) durante os 13 anos de governo, terá que
ser feito novamente", disse Gleisi no programa Entre Vistas, da TVT, que
vai ao ar nesta terça-feira (6), a partir das 22h.
A
afirmação da senadora fez o apresentador, Juca Kfouri, lembrar de uma frase do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem "não dá pra formar um
cidadão com fome". A crítica de que os governos petistas
"falharam" na formação política dos beneficiários de suas políticas
públicas é recorrente entre os progressistas e foi tratada no programa.
Para
a presidenta do PT, esse papel formador poderia ter sido mais bem desenvolvido
pelos movimentos sociais, apesar de ela reconhecer que o governo federal também
deveria ter auxiliado mais nessa tarefa. Como exemplo, cita o programa Minha
Casa, Minha Vida: havia o mérito e o direito das pessoas à casa própria sendo
atendidos, mas o governo não conseguiu mostrar a responsabilidade do Estado
pelo acesso à oportunidade.
Origens
A necessidade de retomar os laços com "as bases", ideia que vem sendo repetida no campo democrático há algum tempo, ganhou novo impulso com a eleição do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro à Presidência da República. O tema surgiu no programa e tem a concordância da senadora.
A necessidade de retomar os laços com "as bases", ideia que vem sendo repetida no campo democrático há algum tempo, ganhou novo impulso com a eleição do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro à Presidência da República. O tema surgiu no programa e tem a concordância da senadora.
A
presidenta do PT lembra dos antigos "núcleos de base" que deram
origem à popularidade e à representatividade da legenda e pondera que, apesar
de os tempos serem outros, é preciso voltar a fazer encontros nos bairros e
discutir os problemas das pessoas. "Pode ser que no início seja difícil,
mas tem de fazer, tem de tentar", ressalta a senadora, admitindo que a
importância da internet e das redes sociais não pode substituir o contato
direto com as realidades das pessoas.
Esse
"retorno à base", avalia Gleisi Hoffmann, deve ser um elemento
importante para enfrentar a agenda do governo de Bolsonaro, provavelmente
sustentada pela continuidade da retirada de direitos e aumento da violência
contra negros, pobres e minorias. "Vamos ter de nos organizar para
resistir", disse, enfatizando que tal tarefa não pode ser exercida somente
pelo PT, mas sobretudo de uma frente democrática ampla.
Para
a senadora que termina o mandato em dezembro e assumirá mandato de deputada federal
pelo Paraná, a imprensa e os organismos internacionais podem ter papel
importante no contexto que virá. "Temos de aproveitar para deixar o mundo
atento. Vamos usar todos os canais possíveis para fazer denúncias e
resistir", afirmou.
Ao
longo do programa, a senadora também aborda o fenômeno das fake news nas
eleições e como o partido pensa em atuar na comunicação com a sociedade. Avalia
a nomeação do juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e o funcionamento
das instituições que sustentam a democracia no país, além da situação do
ex-presidente Lula, a quem ela costuma visitar quase toda semana.
"O
Lula está bem. Está muito indignado com essa situação do Moro e está com muita
vontade de continuar a luta na defesa dele. Ele sabe com quem está lidando e
sabe o que tem que enfrentar", ponderou.
Apresentado
pelo jornalista Juca Kfouri, o programa conta ainda com a participação da
advogada Dina Alves, do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), e
do secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Aroaldo Oliveira da
Silva.
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