domingo, 4 de novembro de 2018

El País: um editorial sobre Moro que nenhum jornal brasileiro teve coragem


O jornal El País publicou editorial em sua edição brasileira sobre Moro que nenhum jornal brasileiro teve coragem de publicar: "Moro tira a máscara: a decisão do juiz de ser ministro de Bolsonaro macula retroativamente suas decisões sobre Lula e o PT"; no texto, o diário espanhol afirma: "A decisão de Sérgio Moro de aceitar a pasta da Justiça no futuro governo do ultradireitista Jair Bolsonaro exige uma análise retrospectiva de suas ações, exame do qual o superjuiz, percebido como o paladino nacional da lei no Brasil nos últimos anos, não sai ileso"
247 - O jornal El País publicou editorial em sua edição brasileira sobre a confirmada nomeação de Sergio Moro ao Ministério da Justiça que nenhum jornal brasileiro teve coragem de publicar: "Moro tira a máscara: a decisão do juiz de ser ministro de Bolsonaro macula retroativamente suas decisões sobre Lula e o PT". No texto, o diário espanhol afirma: "A decisão de Sérgio Moro de aceitar a pasta da Justiça no futuro governo do ultradireitista Jair Bolsonaro exige uma análise retrospectiva de suas ações, exame do qual o superjuiz, percebido como o paladino nacional da lei no Brasil nos últimos anos, não sai ileso".
Para o jornal espanhol, em sua edição brasileira, Moro deu fartas provas de sua parcialidade ao longo de quatro anos de perseguições a Lula: "Moro condenou o ex-presidente por ter recebido um apartamento tríplex de uma construtora em troca de facilidades para negociar com a Petrobras. Durante os quatro anos que durou a instrução, o juiz deu mostras claras em várias ocasiões de agir por motivações políticas, afetando o processo eleitoral, principalmente contra o Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula".
A futura nomeação de Moro lança uma mácula sobre os processos movidos por Moro contra Lula. E uma sombra sobre a democracia brasileira.
Leia o final do editorial:
"A democracia se baseia, entre outras premissas, em uma estrita separação de poderes e no império da lei. Os acusados têm direito a um juiz imparcial. A mera aparência de parcialidade pode ser causa de conflito de interesses, e a decisão do juiz Moro de se unir ao governo do presidente eleito, a cujo rival processou e condenou à prisão tão recentemente, sem dúvida inquieta os defensores de tal processo. O fato de Moro ser ministro de Bolsonaro joga de forma inevitável uma sombra retrospectiva sobre se Lula teve ou não um julgamento justo, ou se desfrutou do direito de ter um juiz imparcial. Mas o ex-presidente, hoje na cadeia, não é o único prejudicado. A imagem da justiça no Brasil, como um dos pilares da democracia, é a principal danificada pelo caso Moro."
Aqui a íntegra do texto.

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