O governo de Michel Temer retirou 1.600 vagas de 1.000
municípios que aguardavam reposição de médicos cubanos do novo edital do
Programa Mais Médicos, para substituir os 8.500 profissionais que estão se
retirando do programa, depois que o governo de Cuba suspendeu sua participação
no programa em razão de críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro. “Não
faz sentido prejudicar ainda mais os municípios que já estão passando por
dificuldades”, afirma gestora pública do Piauí
Da Rede Brasil Atual – O governo de
Michel Temer (MDB) retirou 1.600 vagas de 1.000 municípios que aguardavam
reposição de médicos cubanos do novo edital do Programa Mais Médicos, para
substituir os 8.500 profissionais que estão se retirando do programa, depois
que o governo de Cuba suspendeu sua participação no programa em razão de
críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Secretários
municipais de Saúde que participaram de encontro nacional em João Pessoa, na
quinta e sexta-feira (22 e 23), enfatizaram que estão enfrentando dificuldades
em relação ao bloqueio feito pelo Ministério da Saúde a esses municípios em
setembro, por conta da falta de médico. "Os municípios que ficaram sem
médico, pela falta de reposição dos cubanos, foram bloqueados e não constam na
lista de opções para receber profissionais nesse novo edital. Temos que
reivindicar um posicionamento do Ministério em relação a isso, não faz sentido
prejudicar ainda mais os municípios que já estão passando por
dificuldades", disse Leopoldina Cipriano, presidente do Conselho de
Secretarias Municipais de Saúde de Piauí.
Willames
Ferreira, vice-presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems), afirmou que acertou com o Ministério da Saúde que será
publicado o edital de reposição que não foi lançado anteriormente logo após o
final desse processo de contratação dos médicos brasileiros para o programa.
"Estamos insistindo nessa reposição há meses, principalmente por conta
desse bloqueio que os municípios sofrem caso fiquem sem médicos; são mais de
1.600 vagas de reposição em quase 1.000 municípios".
Problemas nas inscrições
Os
gestores discutiram também problemas com as inscrições dos profissionais
brasileiros no Programa Mais Médicos, prorrogadas até o dia 7 de dezembro. De
acordo com Leopoldina Cipriano alguns médicos que já trabalhavam na Estratégia
de Saúde da Família do município estão pedindo exoneração do cargo para se
inscrever no edital. "Já recebi solicitações deles para retirar o nome do
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) para que possam se
inscrever no Mais Médicos, por conta do salário maior e benefícios concedidos
aos profissionais ligados ao programa".
No
entanto, a presidente do Conselho no Espírito Santo, Andreia Passamini,
destacou que o edital veta a participação de profissionais recentemente
desligados do CNES. "No edital fica muito claro que o período de
desligamento deve estar entre outubro/2017 a outubro/2018, esses médicos que
estão pedindo desligamento agora não poderão atuar no programa em qualquer
localidade, o edital permite que eles se inscrevam somente para trabalhar em
municípios com perfil de extrema pobreza, descrito no edital".
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