Criadora do programa Mais Médicos, que chegou a atender 63
milhões de brasileiros, a presidente deposta Dilma Rousseff criticou a
"ação estabanada e arrogante" que levou o governo de Cuba a retirar
médicos do Brasil; "O gesto depreciativo de Bolsonaro contra os médicos
cubanos e demais médicos estrangeiros em atividade no programa é um atentado
contra a população brasileira, que vai deixar de ter acesso a valorosos e
competentes profissionais na atenção básica à população mais pobre de nosso
Brasil", diz Dilma; "O trabalho destes profissionais dedicados e
generosos fará falta aos brasileiros"
247 - A presidente deposta Dilma Rousseff, criadora do
programa Mais Médicos, que chegou a atender mais de 60 milhões de brasileiros
em áreas desassistidas pelo País, criticou o presidente eleito Jair Bolsonaro
pela "ação estabanada e arrogante" que levou o governo de Cuba a
retirar médicos do Brasil e que pode deixar milhões sem atenção básica de
saúde.
Em nota divulgada
nesta quarta-feira, Dilma lembra como se deu o convênio tripartite que
possibilitou a vinda dos médicos cubanos ao Brasil alerta para os riscos à
população. "As consequências do rompimento estabanado dos termos do
convênio, em reiteradas manifestações pelo twitter do futuro presidente do País,
são gravíssimas. Dezenas de milhões de brasileiros deverão ficar sem os
cuidados básicos na área de saúde, em todo o território nacional", diz
Dilma.
Leia,
abaixo, a nota de Dilma Rousseff na íntegra:
A DESTRUIÇÃO DO ‘MAIS MÉDICOS’
O fim
do Convênio entre o governo de Cuba e a Organização Panamericana de Saúde
(OPAS), sob o qual era garantida a participação dos médicos cubanos no
"Programa Mais Médicos", deve-se a declarações intempestivas do
presidente eleito Jair Bolsonaro, que ignora a dimensão diplomática que cerca a
relação entre países. Em especial, ofende a exigência de respeito aos convênios
legalmente firmados, bem como à civilidade necessária aos acordos de cooperação
entre nações.
O
Convênio que está sendo extinto trata da cooperação tripartite – entre Brasil,
OPAS e Cuba – na qual a OPAS garante ao Brasil, nos termos e nas condições
previamente negociadas com Cuba, médicos com o objetivo de melhorar a cobertura
da atenção básica de saúde à população brasileira. Para nossa gente mais
humilde, a extinção do programa será uma perda irreparável a curto e médio
prazos. Criado durante o meu governo, ofereceu até 2016 atendimento médico a 63
milhões de brasileiros e brasileiras, muitos dos quais jamais haviam tido
acesso a um profissional de saúde. Na verdade, 700 municípios do país não
tinham um médico sequer para atender à população local.
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