Atendimento era exclusivo de cubanos, que sairão
por desentendimento com Bolsonaro
Depois de
cinco anos, médicos cubanos voltarão para a ilha caribenha após rompimento de
Cuba com os Mais Médicos. / Lula Marques/Agência PT
Com o rompimento do acordo com Cuba, por desentendimentos com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, pelo menos 42 municípios no Paraná ficarão sem nenhum médico, já que só havia profissionais cubanos nessas cidades. Francisco Mouzinho, professor da Universidade Federal do Paraná e tutor do Programa Mais Médicos no estado, diz que “muitos desses profissionais chegaram a criar o sistema de saúde nessas cidades, que era inexistente.”
Para ele, com
o cancelamento do convênio, o Brasil aumenta o déficit
de profissionais. Em cidades como Atalaia, Itaperuçu,
Mariópolis, Piên, Rio Bonito do Iguaçu, São Pedro do Paraná, Tunas eram
dois médicos cubanos. Em outras 33, apenas um profissional. De acordo
com o Ministério da Saúde, há 18.240 vagas em 4.058 municípios no Mais
Médicos, dessas, 8.400 foram ocupadas por cubanos.
Problema das prefeituras
Para
a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná, caberá a cada município resolver
o que fazer. Em Ponta Grossa, por exemplo, desde que o
programa iniciou em 2014, dos 80 médicos do Sistema Único de
Saúde, 60 são cubanos. O prefeito Marcelo Rangel
(PSDB), apoiador de Bolsonaro, chegou a publicar em redes
sociais que: “O fim do Mais Médicos irá acarretar problemas
graves de atendimento.”
Pacientes elogiam médicos
cubanos
Segundo Francisco Mouzinho,
“muitos médicos cubanos viraram celebridades nas cidades.
Chegaram a receber homenagens nas câmaras municipais. A
arte-educadora Susi Montserrat conta que foi atendida pela
médica cubana Magdalenis, no bairro Umbará, em Curitiba. “Eu estava
com descompensação de diabetes e ela fez um exame clinico primoroso, me
deixando muito segura. “É muito triste saber que eles irão embora”,
diz.
No
município de Laranjeiras do Sul, Yone Rasel realizou
tratamento para os rins também com uma médica cubana e conta que o que mais lhe
chamou atenção foi a paciência. “Ela pergunta várias coisas e o tratamento foi
um sucesso. Não deviam mexer no que está dando certo.”
Fonte:
Brasil de Fato
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