O presidente eleito Jair Bolsonaro fulminou o poder destinado
ao seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e deixou claro que quem
vai comandar a articulação com o Congresso será seu novo chefe da Secretaria de
Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz. A ambiguidade no gerenciamento
político promete ser a tônica de um novo governo que tem na inexperiência
deslumbrada seu traço definidor
Da Reuters - O
presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que o futuro ministro
da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, vai comandar a articulação política de seu
governo com o Congresso Nacional, mas que o general Carlos Alberto Santos Cruz,
indicado na véspera como chefe da Secretaria de Governo, também terá papel a
desempenhar nesta área.
Para Bolsonaro, há um "time" em que "todo
mundo tem que jogar para frente" e destacou o fato de que todos os
indicados ministros palacianos, Onyx, Santa Cruz, o futuro secretário-geral da
Presidência, Gustavo Bebianno, e o novo chefe do Gabinete de Segurança
Institucional, general Augusto Heleno, vão participar das tratativas.
O presidente eleito elogiou Santos Cruz por ter uma
vivência de fora do Brasil muito grande e ser combatente também e considera que
ele vai "surpreender" no trato com parlamentares.
"Todo mundo vai ter que jogar. Eu vou
conversar com parlamentar também. Todo mundo vai conversar, vai buscar a
solução para os problemas que o Brasil atravessa. E nós temos que dar certo,
porque estamos no mesmo barco", disse em entrevista coletiva na saída do
escritório de transição em Brasília.
Bolsonaro detalhou que essa atuação será
"compartilhada", que Onyx vai ser o comandante e que Santos Cruz
também terá responsabilidade nas conversas. "Ele (o general) muitas vezes
esteve em audiência no Parlamento, sabe como funciona e foi conversado com ele
de todas as suas responsabilidades. E ele, no meu entender, tem todas as
capacidades", disse.
O presidente eleito afirmou que o futuro chefe da
Casa Civil está com um "rascunho final", montando um grupo de parlamentares
para agir atuar na área de relacionamento com o Congresso. Ele disse ter se
reunido nesta terça-feira com parte da bancada evangélica.
"Eles torcem e vão fazer o possível para que
nosso governo dê certo. Não estamos negociando com partidos, mas com bancadas.
E dessa forma estamos atingindo todo o parlamento", afirmou.
O presidente eleito disse que tem larga vivência do
Parlamento, por 28 anos, e tem amizade com 90 por cento dos integrantes do
Legislativo, pelo menos.
"Não é que não vai ter conversa, o modelo que
vigora ainda, de ministério por votos, não deu certo. Mergulhou o Brasil em
ineficiência e na corrupção. Os parlamentares mesmo não querem mais isso.
Alguns foram levados para o olho do furacão no vácuo, não queriam estar lá. E a
grande parte deles, que temos conversado, é que o modelo que estamos adotando
não é que pode dar certo, tem que dar certo", avaliou.
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