Em editorial, o jornal Valor Econômico afirma que
"sinais ruins para a democracia continuam sendo emitidos pelo staff de
campanha de Jair Bolsonaro (PSL)"; de acordo com o veículo,
"Bolsonaro tem pouco apreço pela democracia, como demonstrou em seguidos
discursos públicos a favor da ditadura e da tortura"
247 - Em editorial, o jornal Valor Econômico afirma
que "sinais ruins para a democracia continuam sendo emitidos pelo staff de
campanha de Jair Bolsonaro (PSL), que, a uma semana do segundo turno, exibe uma
dianteira confortável em relação a seu rival, o petista Fernando Haddad".
De acordo com o veículo, "Bolsonaro tem pouco apreço pela democracia, como
demonstrou em seguidos discursos públicos a favor da ditadura e da
tortura".
"As
instituições democráticas, construídas após 21 anos dessa ditadura, poderão ser
tensionadas se Bolsonaro for eleito e governar com o mesmo espírito com que
disputou as eleições. Atitudes de campanha são prenúncios, que já poderiam ser
afastados por apelos à moderação e ao bom senso, sem os quais a dura tarefa de
recolocar nos eixos a economia, entre tantas outras questões, não será
realizada", diz o texto.
"A
corrupção e o desastre petista na economia custaram-lhe o impeachment e, ao que
tudo indica, esta eleição. Como indicam as pesquisas, o povo tende a dar a
Bolsonaro a incumbência de consertar a casa da mesma forma com que ela quase
foi desarrumada - dentro das regras e métodos da democracia", acrescenta.
Segundo
o Valor, "após quase liquidar a fatura já no primeiro turno, Bolsonaro
seguiu pondo em suspeição as urnas eletrônicas - e, portanto, o Tribunal
encarregado de zelar por sua integridade". "Nisso foi coerente com
sua pregação anterior mesmo aos embates eleitorais, de que seria o vencedor e
de que não aceitaria outro resultado. Esse destino, para ele, só seria
frustrado por meio de fraudes", disse.
"Não
é muito distinto, embora muito mais grave, o espírito do vídeo divulgado no fim
de semana, em que o filho de Bolsonaro, Eduardo, quatro meses depois sagrado o
deputado federal mais votado na história do país, especula sobre uma eventual
intervenção do Supremo Tribunal Federal para impugnar a vitória de seu pai. Eduardo
disse que para fechar o Supremo bastariam um soldado e um cabo e que a prisão
de um ministro do STF não motivaria reação alguma da população",
acrescenta.
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