(Foto: AEN) |
O deputado federal
Valdir Rossoni (PSDB) defendeu-se, nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa
da acusação de ter atuado para o desvio de R$ 20 milhões em obras de construção
e reforma de escolas públicas do Paraná investigados pela Operação Quadro Negro.
Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná na época da contratação e da
assinatura de aditivos coma construtora Valor, Rossoni é um dos 12 alvos de
ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual contra acusados no
caso, ao lado de seu primeiro secretário à época dos fatos (2014), Plauto Miró
(DEM) e do ex-governador Beto Richa (PSDB).
Segundo
Rossoni, a imputação que é feita a ele na ação é inverídica, impossível de
provar e baseada apenas na declaração de um delator: Eduardo Lopes de Souza,
dono da construtora Valor. “Estou respondendo a essa ação porque ele afirmou
que os recursos desviados nos aditivos das escolas que não foram construídas
vieram da Assembleia Legislativa. Mas não há como provar isso, porque a
devolução que a Assembleia fazia ao final de cada ano ia para o caixa único,
junto com a toda a arrecadação do governo do Estado”, conta Rossoni. “E todos
lembram a crise fiscal que o Paraná vivia no final de 2014. O governo nos pediu
para acelerar a devolução para ter recursos para pagar a folha de pagamento e o
13º do funcionalismo”, acrescentou.
Rossoni
destacou que os aditivos assinados com a construtora Valor passaram pela
análise de 12 diferentes instâncias dentro do Executivo estadual, mas não pela
Assembleia. “Esses aditivos passaram por diversos departamentos da SUDE
(Superintendência de Desenvolvimento Educacional), da Secretaria de Educação,
da Procuradoria do Estado, da Casa Civil e da governadoria. Foram aprovados
pelo Conselho de Gestão Administrativa e Fiscal, que era integrado pelos
secretários da Administração, Planejamento, Casa Civil, Controle Interno,
Fazenda e Procuradoria. Há mais de 15 assinaturas nesses documentos e muitas
dessas pessoas não são alvos da ação”, questiona o deputado. “Claro que tem
ladrão no episódio da Quadro Negro, mas estão procurando onde o ladrão não
está. E não é obrigação minha indicar onde está o ladrão”, concluiu.
Rossoni,
que ainda criticou o fato de a ação ter sido proposta na semana das eleições,
atribuindo a isso sua derrota nas urnas (não conseguiu se reeleger para a
Câmara dos Deputados), encerrou a coletiva denunciando que Eduardo Lopes de
Souza estaria descumprindo as condições para sua prisão em regime abeto com o
uso de tornozeleira eletrônica. “Ele está descumprindo as normas há muito
tempo, com várias quebras de conduta e o Depen (Departamento Penitenciário do
Paraná) tem essa informação”, disse, sem dar detalhes. Por meio de nota, o
Depen esclareceu que todas as ocorrências registradas em relação a Eduardo
Lopes de Souza foram comunicadas ao Poder Judiciário, por meio de ofício e
relatório circunstanciado, cabendo à Justiça tomar providências.
Fonte:
Paranaportal.uol
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