O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes
pediu na manhã desta segunda-feira que a Procuradoria Geral da República (PGR)
investigue o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) por sua ameaça de
fechamento do STF como crime previsto na Lei de Segurança Nacional. Moraes, sem
citar o nome de Bolsonaro, disse que as declarações são
"absolutamente irresponsáveis".
247 - O ministro do
Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pediu na manhã desta segunda-feira
(22) que a Procuradoria Geral da República (PGR) investigue o deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PSL) por sua ameaça de fechamento do STF como crime previsto
na Lei de Segurança Nacional. Moraes, sem citar o nome de Bolsonaro, disse
que as declarações são "absolutamente irresponsáveis".
Moraes
esteve nesta segunda-feira, 22, em São Paulo para uma palestra no Ministério
Público e disse que a sociedade brasileira hoje vive um "paradoxo".
"Porque mesmo com 30 anos de Constituição, temos que conviver com
declarações dúbias, feitas de maneira absolutamente irresponsável, por um
membro do Parlamento brasileiro", criticou. "É algo inacreditável que
tenhamos que ouvir tanta asneira da boca de quem representa o povo. Nada
justifica a defesa do fechamento da instituições republicanas."
Os
comentários de Eduardo Bolsonaro, filho do candidato à Presidência Jair
Bolsonaro (PSL) foram feitos em julho, durante um palestra a alunos de um curso
preparatório para o concurso da Polícia Federal. Ao responder a uma pergunta
sobre uma hipotética ação do Exército caso o STF tente impedir seu pai de
assumir a Presidência, o deputado, reeleito por São Paulo este ano com a maior
votação da história, disse que bastariam "um soldado e um cabo" para
fechar o Supremo (aqui). "Será que eles vão ter essa força mesmo (de
impugnar)? O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF sabe o que você faz?
Você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo. Não é querendo
desmerecer o soldado e o cabo. O que é o STF, cara? Tira o poder da caneta de
um ministro do STF, o que ele é na rua?", questiona.
O
ministro do STF deixou o evento sem dar entrevista. Na palestra, porém, disse
que as declarações merecem "imediata abertura de investigação" da PGR
por incitar animosidade entre Forças Armadas e instituições civis. "Não é
possível que se afirme dizer que estava brincando, não se brinca com a
democracia", disse.
Moraes
disse ainda que os comentários refletem um "total desrespeito" às
Forças Armadas, uma vez que atribuem a elas "servilismo das Forças a uma
pessoa, o que não existe".
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